Capitulo 5 ( A filha de Ares )

Eles usaram um tipo de elevador estranho que os levou rapidamente para a superfície . A luz do sol fora tão forte que quase a impediu de enxergar, temeu que ficasse cega. O submundo realmente era um lugar escuro e sombrio.

E depois de se acostumar com a claridade do dia, o céu azul a deixara imensamente contente. Ótimo, pelo menos algo não havia mudado. Ela mirou todo o verde dos campos, as copas altas das árvores, as flores de todos os tipos e cores. Até a brisa que dançava pela atmosfera era diferente. Era tão leve e carregava frescor.

O Olimpo se localizava em cima de uma montanha alta e flutuante. Todos os lugares eram flutuantes, pedaços grandes de terra espalhados pelas nuvens. Agora ela tinha a absoluta certeza de que estava em um mundo completamente diferente do seu. Era como se ela estivesse vendo uma cidade como São Francisco, só que nos céus.

— É magnífico — Suspirou sorrindo.

— Eu vou na frente. — Darcel começou a andar na frente deles. Mas antes de fazer qualquer outra coisa, se virou para Alana — Cuidado com os olimpianos, eles devoram novatas no jantar.

Ele sorriu com pura malícia, e Alana não conseguiu evitar de revirar os olhos, se negando a ficar amedrontada. Darcel se aproximou da beira do penhasco que estavam, e se jogou. Quando Alana pensou que tivesse caído certamente para a morte, ele voltou com os punhos queimando em chamas azuis.

Ele era um imbecil de fato, mas também era habilidoso.

— Er...Ravi como vamos levá-la até a academia? Ela não sabe usar os poderes. — Indagou Yvaine olhando para Alana.

— Hum...Alana pode subir em minhas costas e então eu poderia levá-la até lá. — Yvaine negou prontamente com a cabeça.

— Você é um semideus, sua magia não é forte o suficiente para aguentar o seu peso e o dela. Eu posso levá-la, acho melhor assim. — Alana olhou para Ravi e deu a ele um leve sorriso mostrando que estava tudo bem.

— Tem certeza Yvaine?

— Ela sorriu para ele dando um joinha.

— É claro que tenho certeza.

Em seguida Yvaine ficou de costas para Alana, ela com um pulo subiu em suas costas. Mesmo sendo magrinha, ela sentiu firmeza em seus braços e pernas. Ela nem chegava a tremer. Parecia que estava segurando um travesseiro.

— Nos vemos daqui algumas horas. — Ravi se despediu.

Yvaine se preparou para pular e seus cabelos começaram a levantar levemente. As mechas azuis brilhavam em um tom azul neon.

Depois, ela se preparou um pouco, correu para pular, e finalmente pulou. Alana não conseguiu se conter e acabou deixando um grito ajudo escapar de meus lábios enquanto apertava Yvaine.

A mesma começou rir alto. Um frio intenso percorria a barriga de Alana a impedindo de não gritar. E ainda sentindo o medo de cair, ela sorriu, não porque o medo havia acabado, mas porque estava se sentindo viva pela primeira vez na sua vida.

Elas chegaram vivas, e inteiras. Alana posso ter uma visão privilegiada do acampamento, tinha quatro grandes prédios que pareciam dormitórios, e estavam dividos entre feminino e masculino. Também possuíam tendas com aparelhos para treinamento, como espadas, lanças, escudos e mais. E como se não fosse o suficiente, uma arena enorme de areia estava no centro do campo, e em suas bordas tinham armaduras e armas. Era tudo incrível demais para ser considerável real.

E as pessoas que estavam na arena pareciam lutar para valer, como se suas vidas realmente dependessem disso. O barulho alto das espadas se chocando, fez Alana sorrir.

— Yvaine não me deixe sozinha nem um segundo, pelo amor dos deuses — Pediu ela se agarrando a garota com força. Yvaine a deu um olhar solidário.

— Fique calma, não vou sair do seu lado. Vamos fazer a sua inscrição.

Antes que ela pudesse concordar comigo Yvaine, uma garota correu na direção delas, e parou bruscamente para dar um abraço forte e claramente apertado em Yvaine.

— Amiga! Pensei que ia ficar de preguiça e não iria vir treinar. — A garota se separou de Yvaine.

— Eu até queria, mas.... — Ela se virou para Alana — tenho assuntos para resolver

A garota encarou Alana da cabeça aos pés, como se seus olhos fossem scanners. Alana ergueu uma sobrancelha para ela, quase perguntando o por que de estar encarando tanto.

— Quem é você?

— Sou Alana — Ela tentou dar seu melhor sorriso.

— Sou Mira. — Ela apertou a mão dela animadamente de forçar simpática — Você é filha de....?

— E-Eu... — Oque ela diria? Não poderia dizer que era filha de Zeus, isso era autocondenação. Desespera então, ela olhou para Yvaine para que a ajudasse.

— Ela é filha de...Thor e uma...ninfa romana.

Alana praguejou baixo e olhou para Yvaine com os olhos arregalados por sua mentira extremamente malfeita. Como assim filha de Thor sua retardada?! Yvaine deu de ombros parecendo ter entendido o recado que Alana queria passar.

— Thor? Ele realmente existe? — Indagou ela semi cerrando as pálpebras dos olhos.

— Claro! Outros deuses existem querida amiga, Não só os do Olimpo, estude um pouco mais com Atena e entenderá.

A vontade de rir era tão grande que Alana precisou morder sua língua para conter a risada que subia por sua garganta. Yvaine não sabia mentir direito e isso estava mais do que claro, a saída que criou para sua mentira tosca, não fora exatamente ruim, mas obviamente não fora boa também.

— Ah está bem então...

Ela não parecia nada convencida com a explicação.

— E você é filha de quem? — Perguntou Alana desviando o rumo da conversa para a morena. Será estranho afirmar que ela sentiu que a garota não estava nem um pouco disposta a responder a pergunta dela. Isso, pela forma que olhara para Alana, como se estivesse prestes a correr.

— Poseidon e...a deusa da água potável. — ela respondeu meio gaguejante. Alana olhou bem para os olhos dela, e a menina desviou o olhar brevemente.

— Você vai ficar aqui conosco? Quero dizer, vai treinar no acampamento?

— Sim. É exatamente oque vim fazer.

— Então, vou te mostrar tudo! Yvaine vá fazer a matrícula de Alana. — Mari com um movimento rápido se agarrou a Alana com um sorriso.

Era perceptível que Mira era uma garota muito carismática e animada, por essa razão, podia ser um pouco irritante estar perto dela. Ela podia ser como o tipo de pessoal que realmente muito otimista. E ser otimista é ser o sinônimo de um tolo, viver sempre esperançoso.

Alana nunca fora muito de ser esperançosa, ela acreditava que a esperança prolongava o sofrimento das pessoas e abria brechas fortes para a ignorância e ingenuidade. Mas, também não se considerava uma pessoa pessimista, porque sabia que ser pessimista era ser chato e sem vigor para a vida.

— Tudo bem para você Alana? Perguntou Yvaine segurando a mão de Alana. Ela dirigiu seu olhar para Mira, pensando um pouco se devia confiar na garota.

" Cuidado com os olimpianos, eles devoram novatas no jantar"

Não, não, não! Ela não pensaria agora nas provocações de Darcel. Mesmo que elas tivessem realmente a amedrontado um pouco. As duas ainda esperavam uma resposta de Alana, e a mesma balançou a cabeça levemente para tirar o medo da cabeça.

— Eu...acho que está tudo bem. A Mari vai cuidar de mim.

O rosto da garoto se iluminou como se fosse uma honra enorme ter o dever de "cuidar" de Alana.

Yvaine arquejou descruzando os braços que Alana nem mesmo havia notado que estavam cruzados.

— Está bem, quero que prepare Alana para a arena, ok? — O pedido fez o coração de Alana disparar. Ela não sabia se estava animada ou nervosa. Talvez os dois ao mesmo tempo.

— Fica tranquila, ela está em boas barbatanas. — Yvaine assentiu sorrindo depois de Mari a dar uma piscadela. Ela se virou e saiu caminhando até uma das tendas do acampamento, uma das maiores.

— Vem, vou te explicar como as coisas funcionam aqui.

Mari puxou Alana para perto de si enroscando seu braço do dela, e assim estranhamente Alana descobriu que a pele de Mari era muito mais gelida que o normal.

A pele dela era morena como chocolate, as maçãs do rosto levemente avermelhadas, e seus olhos...eram verdes e salientes como os de uma cobra, e os cabelos verdes como folhas silvestres. Aparentemente, Alana não era a única com o cabelo diferente.

Enquanto elas percorriam o campo, Alana ficava impressionada com a quantidade de jovens talentosos treinando juntos, ela até sorria ao ver.

Havia uma garota que era imensamente habilidosa com a espada, fazia manobras enquanto investia golpes certeiros e potentes em toras altas e grossas feitas madeira. E em outra parte daquele l lugar tinham mais jovens talentosos treinando treinando. Alguns usavam magia e outros apenas armamentos.

— Os acampamentos são divididos em Deuses e semi deuses. Esses quatro dormitórios e essa área toda, é nosso território. Território dos deuses, ou melhor dizendo, filhos dos deuses. — Ela sorriu depois de explicar.

— Pensei que os semi-deuses não ficavam próximos ao Olimpo. — Ela tentou explicar melhor — Quero dizer, eles ainda são metade humanos, e creio que Zeus nunca permitiria humanos no Olimpo por serem inferiores.

Alana não sabia se oque havia dito estava realmente correto, porque foi oque ela havia lido nos livros de Homero e Hesíodo. Mari a olhou, mas não com censura como ela esperava, ela soltou um suspiro pequeno antes de abrir a boca para falar.

— Zeus realmente não gostava da ideia de humanos estarem junto com os deuses, mas Atena levantou a hipótese de semi-deuses acabarem revelando coisas secretas sobre os deuses no mundo mortal. Também precisavam de treinamento para saberem lidar com seus poderes, e deixa-los no mundo humano era um risco grande.

Até que fazia sentindo, a explicação bem detalhada de Mari. Isso fazia Alana se lembrar dos filmes de Percy Jackson que via na tv. Por sinal era detestava os filmes pois não seguiam ao certo a mitologia, e Hermes trabalhando em um tipo de agência de correios, fora a gota d'água.

— Lá está — Mira apontou para outro acampamento que estava significativamente longe de onde elas estavam — É o acampamento dos meio sangue, ou...semi-deuses. Eles são bons demais no que fazem, mas não chegam aos nossos pés é claro. — Ela afirma orgulhosa.

Então aquele era o acampamento de Ravi, um pedaço grande de terra flutuante assim como o acampamento dos filhos dos deuses.

— Mas...quem manda aqui? Quem mantém tudo em ordem quero dizer.

— Quem comanda nosso acampamento é a deusa Atena. E quem comanda o meio sangue, é Ares. Talvez seja por isso que nossos acampamentos se vêem como rivais sempre.

Incrível. Ela havia estudado sobre os deuses mas nunca imaginou que fossem realmente reais. E isso era maravilhoso, os acampamentos, o Olimpo, a magia. Tudo era muito mais do que sonha um dia.

As duas estavamos caminhando até um dos quatro dormitórios, entraram lá e Mari a levou onde guardavam os uniformes. Havia uma fileira deles pendurados por cabides dourados.

— Você tem alguma habilidade com espadas? — Alana engoliu seco diante de sua pergunta repentina.

— Eu...acho que sim. — Forçou um sorriso — Sou a filha de Thor, não é?

Não, não era filho de Thor. E ela definitivamente não tinha habilidade nenhuma com espadas. Nunca tocara em uma.

— Ótimo. Vista-se e vá para a arena. Estarei te esperando lá.

Alana fez oque ela pediu sem pestanejar, o uniforme era extremamente justo e mostrava curvas que ela nem mesmo sabia que tinha. Mas, era estranhamente confortável, parecia que ela não estava usando nada. O tecido era tão leve que parecia fazer parte do corpo dela.

— Não ficou tão ruim assim — Resmungou Alana encarando seu reflexo no espelho do banheiro.

Algumas das meninas estavam a olhando torto, e outras só com curiosidade. Bem, não incomodava nada os olhares, na universidade fora tão humilhada por Melissa que estava imune a vergonha e a pressão que os olhares normalmente deveriam causar.

Quando ela saiu do dormitório viu Darcel sentado em um banco com os braços envolta do pescoço de uma garota. E que garota linda por sinal. Seus olhos eram grandes e amendoados, seu rosto fino e bem esculpido, e os lábios eram vermelhos como uma maçã madura. Ela o beijava fervorosamente e ele retribuía com com a mesma intensidade. Bem, ela não sentiu pena alguma de Melissa por pensar que Darcel seria o novo namorado dela, ela apenas pôs a mão esquerda sobre os lábios e começou a rir como uma besta.

Cada emo com seus problemas não é? Não era da conta dela quem ele beijava ou deixava de beijar, mas era engraçado o fato de ele sempre parecer carente de atenção.

Alana respirou fundo negando-se a continuar pensando em coisas triviais como Darcel e suas paqueras, e começou a caminhar. Tudo estava normal até ele perceber a presença dela, os olhos dele se fixaram nela e infelizmente não saíram mais. Ele começou a acompanhar os movimentos dela sem parar de beijar a garota dos lábios de maçã. Alana virou sua cabeça para frente e começou a olhar para o horizonte sentindo o rosto queimar um pouco.

Ela não entendia por que dele fazer aquele tipo de coisa. Ele achava que ela se importava com oque ele fazia? Que sentia algum resquício de ciúme? Se fosse esse o caso, ele era um grande imbecil de verdade.

Pare de pensar nele Alana, não perca seu tempo com ele. Foque apenas na arena e em seu treinamento. Repetia ela o pensamento em sua cabeça tentando não ficar mais envergonhada e enjoada.

Chegando aproximo a arena, ela viu Mari acenando para ela de longe. Alana abriu um sorriso e correu para se aproximar para perto dela.

Darcel estava se "divertindo" quando viu Alana sair de um dos dormitórios. E nossa, como aquele uniforme a deixara linda. Marcava lhe as curvas escondidas pelas roupas e acentuava seu busto. Ele a odiava com todo o fervor e nunca admitiria o quanto ela chamava atenção, o quão bela estava e o quão bela sempre fora.

— Darcel, para onde está olhando? — Indagou a garota a qual estava aos beijos a segundos atrás.

Ele a olhou sério.

— Não é nada.

Era alguma coisa óbvio. Ela virou a cabeça para onde ele estava olhando com tanta atenção. Uma garota? Franziu o cenho, nunca a vira no acampamento antes, mas percebeu o olhar de Darcel em cima dela. Oque ele estava pensando? Ele estava começando a irrita-la pela forma como a olhava com tanta atenção. Ela não admitiria ser tradada como invisível por seu próprio namorado.

— Uma novata — sorriu com malícia nos olhos — Vamos dar as boas vindas a ela. — Ela disse se levantando, Darcel segurou a mão dela com força.

— Deixa essa garota pra lá, ela não vale a pena. Não desperdice sua voz com ela.

Ele estava meio tenso. Darcel sabia que se Helena fosse até lá, ela lutaria com Alana, e a mesma sairia completamente ferida. E também...Espera.

Mas não era isso que ele desejava? Ver Alana machucada, vulnerável e amedrontada como um bichinho inferior?

Bem, se Helena queria dar as boas vindas a filha de Zeus, por que impedi-la certo? Alana não era responsabilidade dele.

Darcel sorriu e soltou a mão de Helena.

— Só vou dar as boas vindas eu juro, e ela me parece ser forte. — Explicou ela sorrindo.

— Está bem, eu não posso fazer nada para impedi-la.

Ele *podia* impedi-la, ele só não *queria* fazer isso.

Em concordância ele sorriu e depois acompanhou Helena até a arena onde Alana empunhava uma espada com dificuldade. Ela seguia os movimentos de Mari, tentando ser rápida e fazer manobras, e não estava se saindo nada bem.

— Ei! Novata. — Helena entrou na arena de areia sorrindo — Olá.

— Olá. — Alana não retribuiu o sorriso. Olhou para Darcel depois para a menina novamente, ela estava na defensiva.

— De onde você é? Sua origem. — Alana engoliu seco mas respondeu.

— Sou de muito longe, sou a filha de Thor.

As sobrancelhas de Helena se levantaram com a surpresa, e os cochichos das pessoas ao redor eram ouvidos com muita facilidade. Darcel franziu o cenho e por um momento Alana temeu que ele desse com a língua nos dentes e a desmentisse ali na frente de todos.

— Que interessante...— Helena olhou para Darcel que sorriu com cumplicidade.

— Oque quer com Alana? Deixe-a treinar Helena.

Então Helena não era uma pessoa tão amada, já que Mari mudou completamente sua postura, e ganhou uma expressão mais séria.

— Ah, não se meta do que não é a seu respeito peixinha. — Ela se virou para Alana — Alana, por que não treina comigo?

O sorriso de Helena era totalmente falso, e Alana podia ver isso, porque era exatamente igual ao sorriso que Melissa dava para Anna e para ela. Bem, então tinha uma valentona no Olimpo também. Ela não devia ao menos estar supresas, valentonas existiam em todos os lugares.

Mas, ela estava interessada demais na proposta de Helena para negar.

Mari segurou sua mão.

— Alana, é melhor não. — avisou em um sussurro — Helena é a melhor lutadora, praticamente manda nesse acampamento.

— Vai ficar tudo bem, afinal, tenho que causar uma boa impressão por ser novata — Antes que Mari pudesse dizer algo amais, Alana concordou com a proposta.

— Claro, só pegue leve comigo, sou nova nisso. — O sorriso de Helena se alargou mais, e Darcel estava surpreso. Provavelmente não estava esperando que Alana aceitasse o pedido da garota.

— Se prepare então. É melhor sermos rápidas, está quase na hora de Atena chegar.

Avisou Helena com uma animação estranha para apenas um treino. Ela agarrou a mão de Darcel que olhou brevemente para Alana sério, e depois saiu andando com ela.

Mari beliscou o braço Alana que soltou um alto gemido de dor.

— Em nome dos deuses, por que fez isso comigo? — Indagou assustada massageando o local dolorido.

— Você por acaso ficou louca?Helena não vai pegar leve com você, ela vive para machucar os outros. Ela é a crueldade em pessoa.

— Oque está tentando dizer?

Mira soltou um arquejo irritado.

— Ela é filha de Ares! — Alana arregalou os olhos — E é a melhor aqui em espadas, luta corporal e tudo que envolve a batalha. — Os joelhos de Alana começaram a tremer prontos para cederem e descansarem no chão. Droga...oque ela acabara de fazer?

— Mari me salva. — Resmungou sorrindo com a voz falhando. Mari deu um passo para traz.

— Sinto muito, agora é com você. Eu só vou poder assistir. — Alegou levantando as mãos em sinal de rendição. Alana bufou.

— Vamos Alana! Estou esperando.

Helena estava na arena com uma espada na mão.

— Vou ter que encarar — Disse Alana. Mari a acompanhou até a arena rezando para que Alana saísse inteira. Ela deu um espada a Alana e saiu para se sentar nos bancos que ficavam ao redor da arena.

Com certeza ela cometeu um erro enorme ao aceitar a proposta de Helena, filha de Ares. Ok, ela também tinha certeza que ira apanhar de uma forma que nunca havia apanhado na vida. E talvez merecesse isso por ser tão apressada e descuidada.

Alana pôs seus pés na areia fina da arena, respirando fundo e sentindo o sol banhar seu corpo.

Darcel beijou Helena,depois se afastou e se sentou na bancada, como muitos jovens animados estavam fazendo.

— Oque tá acontecendo? — indagou Yvaine se aproximando e estranhando a multidão. Darcel a olha sorrindo.

— A pirralha vai lutar contra Helena. — Yvaine arregalou os olhos.

— A sua namorada?! Darcel pare a luta agora, Helena acabar com ela. — Darcel apenas deu de ombros.

— Não é como se Alana pudesse morrer, Helena só vai vaze-la sangrar um pouquinho — Yvaine o olhou com os olhos brilhando de raiva, ficaram mais azuis ainda, neon.. Darcel se virou para ela com seriedade.

— Apague essa ira agora Yvaine. Pare. — Mandou Darcel com os olhos pegando fogo também. Yvaine bufou e se controlou.

— Ravi vai acabar com você. Se prepare para conhecer a ira dele se Alana se machucar gravemente. — Darcel quase tremeu, mas revirou os olhos.

— O Ravi é só um semideus. Não tenho medo dele.

— Sabe oque ele pode fazer, sabe *muito* bem.

A ênfase dela fez com que ele lembrasse de como havia perdido feio para Ravi em uma luta.

No meio da enorme arena se encontravam Alana e Helena. Era muito azar logo no seu primeiro dia no acampamento, estar prestes a morrer. E ainda que estivesse caminhando para a morte certa, ela era estúpida demais para estar animada com a luta. Havia algo de excitante que deixava o coração dela acelerado de emoção. Ela gostava disso. Se sentia uma louca por gostar disso.

Helena girou a espada na mão, mostrando sua maestria com a arma.

Um garoto centauro, metade homem metade cavalo, trotou para dentro da arena, ficando no meio de Alana e Helena.

— Estão prontas?

— Com certeza. — Helena sorriu olhando para Alana com malícia.

— Estou.

Quando ele grita que podemos começar e levanta um pano azul, Alana mal conseguiu ver oque a atingira. Helena era rápida, e Alana não percebeu ela se movendo. Oque podia fazer era tentar desviar dos golpes dela, e impressionantemente estava conseguindo. Ela nunca fizera nenhuma atividade física, e nenhum esporte, pôs nunca vira graça em coisas do tipo. Mas, era incrível como o corpo dela reagia aos ataques de Helena, parecia ser automático, como se o corpo dela reagisse por conta própria.

— Fica parada!

Ela gritou claramente enraivecida por seus golpes não estarem a acertando, isso, enquanto desferia seus golpes fortes nela. E a irritação dela não era nada favorável a Alana, pois os golpes que estava dando estavam ficando mais rápidos e fortes. Alana mal conseguiu reagir quando abaixou para desviar um soco, então Helena levantou o joelho fazendo com que Alana acertasse o rosto em cheio. A dor aguda foi o suficiente para a deixar tonta e a fazer cair no chão.

— Alana! Levanta! — gritou Yvaine preocupada. Darcel sorria. Era tão bom vê-la mostrar o quão patética era. Não precisava da ajuda de ninguém para humilha-la, ela fazia isso por si só.

Alana sentiu algo escorrer pelo seu nariz, e já imaginava oque era. Levou a mão até o nariz esperando ver sangue, e de fato viu sangue. Mas não era a cor rubra avermelhada que sangue normalmente tinha.

Era dourado, brilhante como...ouro.

Mas, o gosto metálico era o mesmo, e era impressionantemente bom, desceu pela garganta dela fazendo um passeio delicioso. Algo despertou dentro dela, algo elétrico, que fez seu corpo vibrar por completo.

Aquilo nunca havia acontecido, sentir algo assim em seu corpo, uma motivação ou animação.

Ela sorriu, e seu pequeno sorriso foi ficando maior até se tornar uma gargalhada alta. Ela não sabia o por que, mas estava sentindo um sentimento cômico se revirar por seu corpo a fazendo rir enquanto encarava o sangue dourado em sua mão.

— Oque você tem? — Helena pareceu ligeiramente assustada, com uma careta contraída no lugar da feição convencida. Alana se levantou ainda meio zonza e lhe deu um sorriso depois que passou o antebraço no nariz para limpar o sangue que antes escorria.

— Só estou sentindo o puro êxtase se espalhando pelo meu corpo.

Helena franziu mais o senho, sua boca abriu para falar algo mas fechou de novo. Ela apenas soltou um grunhido irritado e partiu para cima de Alana novamente.

Ela se defendeu com a espada, mas ela era tão pesada, que não facilitava para Alana utiliza-la.

Ela foi golpeada na barriga com um soco bem carregado, mas desta vez, Alana começou a contra atacar mesmo sentindo

Uns golpes depois, ela conseguiu finalmente dar um bom soco no queixo de Helena, seu punho doera na hora, mas a dor passou instantaneamente quando ela viu Helena cair no chão.

Ótimo, ela tinha chance de virar o jogo.

Quando Alana ia com tudo para cima de Helena pronta para apaga-la de vez, o punho dela pegou fogo inesperadamente obrigando Alana a recuar.

— Isso não faz sentido...

Ela abriu um sorriso vendo a expressão de confusão no rosto de Alana.

Ela se levantou.

— Me desculpe, não lhe disse o nome de minha mãe. — Alana a olhava séria — Helena, filha de Héstia.

— Era oque me faltava —

Ela não tentou resistir a vontade de revirar os olhos e de soltar um palavrão. Ótimo, já estava difícil vence-la, agora com essa droga de poder provavelmente seria chamuscada viva! Alana nem ao menos conseguia controlar seus poderes.

— Isso não vale, Alana não pode vencer sem seus poderes — Yvaine estava cada vez mais nervosa, e Darcel não tirava os olhos da arena. Queria ver oque Alana iria fazer.

Com dificuldade, Alana ergueu sua espada novamente, a odiava, odiava aquela espada. Não sabia ao menos usa-la bem como Helena fazia com a sua.

E falando em Helena, a mesma começou a jogar bolas de fogo em cima de Alana descontroladamente . Assustada Alana tentou desviar o máximo que podia, mas eram grandes e rápidas demais, e com isso, uma delas bateu em cheio no ombro dela a arremessando para longe, depois a fazendo chocar-se contra a parede da arena.

Os olhos dela se encheram de lágrimas por sentir a queimação insuportável se alojar em ombro. Nunca sentiu uma dor tão grande como estava sentido, não parava de queimar, o fogo era diferente do mundo mortal, muito pior.

Alana com dificuldade levantou a cabeça e olhou para o local, percebendo o sangue dourado escorrer ao redor da carne viva da mesma cor, ouro. A prova mais viva de que ela era mesmo uma deusa

.

Merda! Ela queria mesmo exterminar Alana por acaso? Isso não era para ser um treinamento?

Helena era cruel realmente, seus olhos eram maléficos e infernais.

Ela não esperou Alana se levantar, tornou a jogar as bolas flamejantes em cima de Alana enquanto ria como uma ferrada psicopata.

Ela tentou se proteger o máximo que conseguia, a espada que carregava havia se perdido, ela não sabia onde estava.

Ela finalmente entendeu que

estava perdida, ela correu mancando e quase caindo. Olhou para a bancada e avistou Yvaine preocupada com uma expressão de pena no rosto, Mari com lágrimas escorrendo pelo rosto e Darcel...sorrindo.

Alana estava muito mais irritada com ele do que com Helena, mas não podia fazer nada. Helena estava na vantagem. Quando ela voltou seu rosto para a arena viu uma perna vindo em sua direção, depois sentiu uma dor enorme nas costelas. E mais uma vez, entrou em contato com a parede.

— É tudo que sabe fazer? — Ela gargalhou com seus punhos ainda queimando .

Como ela apareceu em sua frente tão de repente? Nada podia explicar o quanto o corpo de Alana gemia de dor, ela nunca sentiu tanta dor assim.

Estava jogada com a cara na areia, se sentia patética. Não podia mover nem um dedo se quer, ela não conseguia

E ainda assim, Helena continuava a se aproximar em passos lentos como uma maldita predadora.

Então seria assim....ela iria morrer assim? Era hilário, ela não esperava por isso. Alana fechou seus olhos já desistindo de tudo. Contudo, antes que sua consciência fosse embora se aliviar um pouco de tanta pressão, ela pode ouvir uma voz bem lá no fundo invocando seu nome. Uma voz fraca, suave, mas doce.

" Alana " " Alana levante-se "

Era como um sussurro em sua cabeça. Ainda que, estivesse mais nítida.

" Alana você precisa levantar, sinta o poder correndo por suas veias, sinta o fluxo dos seus poderes em cada célula do seu corpo"

Ela sentiu o calor do fogo de Helena, estava bem próxima.

Mas, ao invés de se desesperar ou acatar a ordem insistente de sua própria mente de desistir. Ela apenas respirou fundo, tentando se concentrar em seu próprio interior.

Ela se assustou.

Estava sentindo tudo.

Sentia suas veias, o sangue quente e rápido passando por elas. Sentia meu coração batendo em um pulsar acelerado, Alana pode ouvir seus órgãos trabalhando, suas células de agitando, seus ossos rangendo.

Mas também, sentiu algo amais, algo enérgico, algo elétrico que fez seu corpo tremer por inteiro.

Ela sabia que algo estava vindo, que algo estava despertando, ela estava sentindo.

Mais um pouco, espere só mais um pouco.

— Vou acabar com você novata — Ela ouviu a voz convencida de Helena.

Espere....estava vindo. Espere...Apenas mais um pouquinho

— Você já era!

Ela abriu o olhos rapidamente.

— Agora!

Um campo de energia saiu do corpo de Alana rapidamente e com força total, e ela pode ver Helena ser jogada para longe. Também pode ver, alguns que estavam assistindo elas, sentirem o impacto daquele ataque.

Os olhos de Alana estavam um vermelho esbranquiçado, fosco, faíscas invadiam seu rosto, e seu cabelo estava flutuando.

Todos nos bancos estavam assustados, e horrorizado, não conseguiam tirar os olhos da arena por nada.

O sorriso de Darcel se transformou em uma careta indecifrável, uma expressão fria talvez.

O corpo dela começou a flutuar no ar, ela não sentia mais o chão em contato com seus pés. Os raios estavam por todo o corpo dela, como se a tivessem formando uma armadura a protegendo.

Alana sentiu toda a energia maravilhosa que a deixava em estado de êxtase, e surpreendente não dóia desta vez.

Helena se levantou assustada, mas não estava disposta a desistir, ela correu e voltou a atacar Alana, seus punhos ficaram em chamas maiores. E com um grito agudo ela jogou uma rajada de fogo em cima de Alana como o cuspir de um dragão. Com facilidade ela desviou e contra-atacou jogando um raio enorme em cima da garota. O grito de dor de Helena foi como um soneto maravilhoso de Beethoven. Maravilhoso.

" Alana acalme-se, você não é um monstro, pare com isso"

A voz novamente retornara.

Não, não, ela não conseguia ouvi-la claramente. Estava animada demais vendo Helena agonizar a sua frente. Ela estava mancando com um dos olhos fechados, mas ainda estava determinada a atacar Alana.

Então Alana iria agracia-la com mais golpes até que suas pernas não pudessem mais suportar o peso do próprio corpo.

Helena avançou com tudo para cima enquanto gritava, Alana fez o mesmo indo com tudo para ataca-la. Os gritos se misturaram enquanto as duas se aproximavam uma da outra prontas para o ataque.

Os raios de Alana contra as chamas de Helena.

Mas antes que pudesse encostar uma na outra, um corpo despencou do céu e se pôs entre as duas, segurou os braços de Alana e também os braços de Helena. Que maldito ousou entrar no meio da lua delas?!

Alana olhou para a pessoa com com raiva e...

— Atena?

Helena indaga surpresa. Ela levantou a cabeça para as olhar bem, e com o aperto de suas mãos fortes, elas puderam entender mais do que claramente, que havia acabado. E que estavam encrencadas.

— Chega.

A voz grave e pacífica ao mesmo tempo, e fez Alana recuar, mas quando seus pés encontraram o chão, tudo começou a girar. Ela olhou para Yvaine e todos naquela plateia, os raios estavam saíndo dela, parecia que oque a deixava em pé e lúcida eram os raios e a energia que corria por seu corpo. Mas, eles estavam a deixando aos poucos.

— Alana!

Ela semi cerrou os olhos, e olhou meio zonza para Yvaine, Darcel não estava ao lado dela. Alana não conseguiu mais suportar seu corpo, por mais que estivesse tentando se manter ali forte e de cabeça erguida.

Seus joelhos sederam instantaneamente, mas antes de ir cair ao encontro ao chão, viu a silhueta de um homem como um vulto, não teve a chance de ver seu rosto. Não conseguiu ver mais nada, além da escuridão...

Alana desmaiara. Estava machucada e exausta.

— Vamos conversar depois. — Avisou Ravi com Alana nos braços e olhando para Darcel tanta seriedade que o fez tremer um pouco. Ele estava longe de Darcel, mais sabia que ele tinha entendido suas palavras e seu olhar.

Ele estava irritado, enfurecido, Mas, estava muito mais preocupado com Alana. A cor do cabelo dela estava saindo, o rosa estava quase amostra. Yvaine chegou bem na hora e jogou a sua jaqueta fina em cima dela.

— Desculpe Ravi, eu não pude ajudar e...

Ela se calou quando viu o rosto sério dele e os olhos brilhando assim como seu cabelo. Era melhor não falar com ele. Não naquele momento.

Yvaine abaixou a cabeça e foi até Atena.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!