Ela só queria ganhar...vencer aquele jogo era muito importante para ela. E ela merecia aquela vitória, ela havia treinei para isso.
— Então você não conseguiu vencer — Disse seu pai afiando sua espada enquanto a encarava com olhos frios. Helena respirou fundo antes de responder.
— Eu...eu quase consegui, faltou bem pouco.
— Quase conseguir não é conseguir Helena.
Ele se levantou de sua poltrona dourada e caminhou pesadamente até Helena. Todo o corpo dela começou a tremer como se estivesse morrendo de febre. Antes fosse isso, medo era algo que ela odiava sentir. Mas na frente de seu pai, sentir medo era inevitável.
— Você tem noção da vergonha que me fez passar Helena? Como ousou perder sendo filha do deus da guerra?! — Os gritos dele a deixaram irritada e apavorada ao mesmo tempo.
— Eu não fiz de propósito! Eu treinei como louca pai, me esforcei e criei uma boa estratégia. Mas...não foi o suficiente pra vencer ela! Aquela maldita...
Ares bufou irritado andando de lá para cá, quase deixando marcas de seus pés gigantes no tapete de couro de sua sala.
— Quem é essa menina?
— Uma tal de Alana.Ela é muito forte, não sou páreo para ela.
Abruptamente ele se aproximou e a agarrou pela a agola de sua camisa branca. Helene apertou fortemente os seus olhos, temendo o pior.
— Você vai dar um maldito jeito nisso. Você está no acampamento de Atena para provar ser a melhor, você deve ser a melhor. Se for para ser uma decepção para mim, rejeitarei você assim como minha mãe fez com Efesto.
— E-Eu vou me esforçar, eu prometo! Me dê mais uma chance pai, eu não vou perder de novo. — O choro arranhou a garganta dela, e as lágrimas rolaram pela face dela. E ao notar isso, Ares a olhou com escárnio, com tanto desdém que o coração de Helena se apertou dentro do peito.
— Pare de chorar, não seja tão patética. — Ele a soltou no chão, e depois se afastou.
— Quero saber quem é essa menina. Quero que você descubra tudo oque puder sobre ela.
— Por que está interessado nela? — Indago entre soluços, e limpando seu rosto úmido com o antebraço.
— Porque quero conhecer a garota que está esmagando você como um inseto. — Ele olhou para a janela — Ela é digna da minha atenção.
Oque? Ela era...digna?
Helena cerrou seus punhos sentindo o fogo dentro dela se acender e esquentar seu corpo.
Ela era filha dele! Ele devia apoia-la não a repudiar. E tudo por culpa daquela intrusa maldita. Ela iria fazer de tudo para destruí-la.
Alana iria se arrepender muito por ter entrado no caminho dela.
— Fiquei muito feliz com os resultados do jogo de hoje.
Yvaine sorriu para Atena. Ela também ficou muito feliz com a vitória deles.
— Queria ter visto vocês lutando — Se pronunciou Ravi amoado no canto — Mas um semideus não é bem vindo no acampamento dos divinícimos deuses.
O sarcasmo era notável na voz dele, assim como a irritação. Yvaine revirou os olhos com um sorriso bobo nos lábios.
— Sinto muito por isso Ravi, mas eu não posso fazer nada. — Lamentou Atena enquanto observava Ravi brincando com um feche de luz que saia de seus dedos.
— Está tudo bem — Ele forçou um sorriso — Estou animado dado ao fato de poder lutar ao lado de Alana em uma batalha tão grande.
Yvaine se sentou no colo dele o pegando de surpresa.
— Só ao lado de Alana? — Indagou ela fazendo uma expressão enciumada. Davi sentiu seu rosto esquentar completamente por ter Yvaine em seu colo tão perto assim dele.
— E-Eu... Não! Lutar ao lado de todos eu quis dizer. — Respondeu ele completamente sem jeito. Yvaine revirou os olhos e saiu de cima dele, como se esperasse que ele fosse dizer outra coisa.
— Ótimo Ravi.
A voz dela mostrava clara irritação, depois ela saiu andando com passos pesados batendo forte no chão. Ravi olhou para Atena confuso.
— Oque aconteceu?
— Francamente Ravi, você é meio lerdo, não consegue enxergar o que está bem na sua frente.
Atena olhou novamente para a janela fitando Alana enquanto ela treinava movimentos com uma espada.
— Queria entender as mulheres — Resmungou Ravi para si mesmo. Depois deitou no sofá.
Alana estava treinando fazia duas horas inteiras. Atena insistiu para que ela descansasse já que havia gastado muita energia no jogo do acampamento. Mas, ela negou prontamente, e foi para o o jardim de Hades treinar. Para Alana, todo tempo que tinha era essencial e importante, um mês não era muito tempo, e passaria rapidamente. Queria estar mais do que pronta para sua luta com Zeus.
— Essa porcaria não está ajudando em nada! — Alana jogou a espada no gramado negro e se sentou no chão cansada e irritada. A espada era muito pesada, tanto que atrapalhava os movimentos novos que Alana queria testar. Estava desengonçada como uma amadora. Ela deitou sobre o gramado e fechou os olhos com tamanha frustração.
"Tente outra coisa querida "
Aquela voz! Alana levantou rapidamente ficando sentada no gramado. Era a voz de sua mãe, estava tentando se comunicar com ela.
O que eu posso tentar mãe? Me diga. Me ajude.
"Uma lança, use uma lança"
— Uma lança...Eu nunca pensei nisso.
Mãe, pode me dizer onde está? Se você está bem? Só...me diga alguma coisa.
Nada, nenhuma resposta. O silêncio foi torturante para Alana, ela estava tão preocupada com sua mãe. Devia estar enfraquecida para não conseguir se comunicar com facilidade. Isso só fazia Alana odiar cada vez mais Zeus. Ele e os deuses que o apoiavam.
— Você já desistiu da espada?
Alana olhou para o lado e viu Darcel se aproximar. Ela se levantou do chão enquanto olhava a espada no chão.
— Eu odeio essa coisa. É irritante, inconstante e impossível de manusear. — Bufou ela depois de chutar levemente o cabo da espada.
— Ela é útil para muitas pessoas, pessoas fortes quero dizer. — Alana sentiu a provocação dele queimar em sua cabeça enquanto ele sorria — Você é rápida, mas é só isso. Agilidade sem força não significa nada.
— Não fique me desmerecendo!
— Ah, mas eu não estou. — ele se afastou um pouco — Só estou te provocando um pouco, agápi.
Ele se virou para ela sorrindo.
— Agápi?
Darcel negou com a cabeça claramente decepcionado.
Depois, começou a se aproximar de Alana e segurou-a pelos quadris.
— Já se esqueceu da sua própria língua nativa? Isso é um pouco decepcionante.
Por que ele estava perguntando algo tão redundante assim? Alana ficou mais tempo no mundo mortal do que no Olímpo. Tirando o fato de sua memória ter cido apagada por completo a deixando cega no vazio de sua alma.
— Se só quer me provocar então me deixe em paz. Tenho mais o que fazer.
Alana o empurrou e se afastou dele, pegando a espada no gramado.
— Não queria atrapalhar seu treino, mas Atena quer todos nós dentro de casa.
— Para que?
— Se eu soubesse já teria te falado. Acha que eu ficaria enrolando para dizer?
Alana pegou a espada que estava no chão e colocou-a novamente na bainha em sua cintura.
— Acho que você aproveitaria qualquer oportunidade para me agarrar. — Respondeu ela com convicção, Darcel a olhou de cima a baixo e repuxou os lábios em um sorriso sórdido.
— Eu não posso negar essa acusação. — Umedeceu os lábios.
— Pare de fazer isso, ficar me provocando não vai fazer com que eu me jogue em cima de você.
Ele colocou as mãos nos bolsos de sua calça rasgada.
— Vou continuar tentando, talvez chegue o meu dia de sorte.
Alana tentou abafar uma breve risada, e seguiu Darcel até a casa. Atena estava lá junto com Ravi e Yvaine, que por sinal não estava com uma cara muito boa.
— Nos chamou? — Indagou Alana se fazendo presente na sala acompanhado de Darcel.
— Chamei vocês porque precisamos conversar algumas coisas. — Atena andou até o meio da sala — Estou correndo um risco por estar aqui, Hades me odeia e certamente discutiria comigo por estar em sua casa.
— Na verdade, Atena, meu pai não sai do trabalho desde — ela tentou não pensar na lembrança amarga que surgiu em sua mente — ...desde muito tempo. Tenho certeza que não corre muitos riscos por estar aqui — Assegurou Yvaine com o intuito de acalmar Atena.
— Eu entendo, sinto muito por isso.
— Apenas diga o que tem para dizer. — Disse Darcel com uma seriedade intensa, para acabar com o clima melancólico que ele tanto odiava — Não precisa se preocupar com esse cara.
Yvaine olhou com repreensão para Darcel por seu tom tão ríspido ao se tratar de seu pai, mas como sempre, e o esperado, ele não se importou nem um pouco.
— Bem, eu só queria dizer que Araceli não poderá mais usar os poderes no acampamento.
— Oque? Por que? — Indagou Alana surpresa e atônita.
Todos olharam confusos para Atena.
— Porque estamos correndo riscos demais com a demostração dos poderes dela. Os raios são exclusivamente únicos de Zeus, e então, do nada aparece uma garota com os mesmos dons que ele? — Ela apoiou as mãos na cintura — Seria como entregar a identidade de Araceli e o plano dela nas mãos dele.
Pensando por esse lado, ela tinha total razão. E Alana seria uma mentirosa se dissesse que não havia pensado nisso também. E embora não quisesse parar de usar seus poderes, ela faria tudo o que fosse necessário para que tudo corresse bem.
— Então quer que ela pare de frequentar o acampamento dos deuses? — Indagou Darcel.
— Não, ela continuará frequentando o acampamento normalmente, só não poderá usar seus poderes.
— Você está de brincadeira não é? — Darcel riu com ironia antes de ficar completando sério de novo — Alana vai se ferir se for para o acampamento sem usar os poderes. Você tem noção de quantas ameças ela tem por lá? Ela não vai para o acampamento então.
Disse por fim cruzando os braços bem torneados.
Alana olhava para Darcel meio espantada pelo fato de ele estar tão visivelmente preocupado com o bem estar dela. Sem dúvidas era um pouco fofo, mas também era precipitado e um pouco irritante. Afinal, ela sabia se cuidar, ou melhor, pelo menos estava tentando fazer isso.
— Darcel você não pode decidir isso, Atena sabe o que é bom para Alana — Disse Ravi.
— Não ela não sabe, Helena está com um ódio forte por Alana e não vai parar até machuca-la bastante.
— Só se Alana deixar isso acontecer. E eu sou a diretora do acampamento, não estou dormindo, eu vou estar presente sempre.
— Você estava presente quando Alana perdeu o controle e quase fritou Helena? — Indagou Darcel se colocando totalmente contra a deusa. Atena respirou fundo com o intuito de manter-se calma, e eloquente.
— Já chega Darcel — ele olhou para Alana surpreso por ela estar o repreendendo — Eu não vou usar meus poderes. Posso apenas focar em luta corporal, não sou particularmente a melhor nisso.
— Tem certeza? — Ele segurou o braço dela a fazendo olhar para seus olhos turquesa — Se você se machucar não vou te ajudar, muito menos acudir.
— Eu não pediria isso nem se estivesse para morrer — Ela abriu um sorriso encantador para ele enquanto olhava em seus olhos. E sentiu o aperto em seu braço afrouxar. Ótimo, ele estava se acalmando, estava funcionando.
— Pare de usar seus encantos de Afrodite para me manipular. — Sussurrou ele com irritação para ela. Alana riu baixo. Ela havia sido descoberta.
— Aprendi a fazer isso a pouco tempo. Estou gostando dos resultados.
O som de palmas fez com que os dois tomassem um leve susto.
— Se os pombinhos não se importarem, eu gostaria de continuar as explicações. — Atena estava com os braços cruzados olhando para os dois com uma expressão não muito boa.
Yvaine tinha um sorriso sacana no rosto e Ravi abafava os risos. Alana sentiu seu rosto esquentar.
— P-Pode continuar.
— Então — arquejou — Temos que pegar alguns itens para a batalha. São itens essenciais e que serão entregues aos verdadeiros aliados de Alana.
— Que coisas são essas? — Indagou Alana completamente interessada na conversa.
— Presentes, presentes para seus leais guerreiros. Eles usaram ao seu favor, iram proteger sua líder. — Explicou Atena com um sorriso se formando no rosto. Alana sentiu-se animada com isso. A ideia de ter guerreiros submissos com a confiança e coração entregues a ela, parecia um sonho do qual lutaria para fazê-lo se tornar realidade.
— Quais são os presentes?— Indagou Ravi também muito interessado.
— Isso seria da escolha de Alana, mas tenho alguns em mente. — começou ela — O anel de Giges, Ivlivis, aegis, ambrosia, a armadura de Aquiles, a foice de Cronos, o chicote de Nêmesis, as sandálias aladas de Hermes, entre outros.
Todos estavam pasmos com a quantidade de coisas que Atena havia dito. Alana não fazia ideia do que muitos eram, mas pela expressão de seus amigos, percebeu que não se tratavam de simples ítens.
— C-Como...— Yvaine engoliu seco antes de tentar firmar a voz — Como ela vai conseguir todas essas coisas?
Atena cruzou os braços e respirou profundamente.
— Então...eu posso conseguir algumas coisas, mas o resto é com vocês. Eu só poderei mandar a localização.
— Ótimo! —Darcel se jogou em uma poltrona olhando para Atena relaxadamente — Vamos simplesmente rodar o mundo atrás de itens estranhos para dar a guerreiros que por sinal ainda não foram escolhidos, e tudo isso em um mês.
Atena abriu um sorriso.
— Exatamente.
— Que furada. — Resmungou ele.
— Eu topo, quando nos preparamos para ir? — Indaga Alana animada. Yvaine solta um grito de alegria e Ravi apenas sorri.
— Você só pode estar louca — Darcel sempre fora tão covarde assim? — É suicidio.
— Não é como se roubar o trono de Zeus não fosse suicídio. — Alana revirou os olhos — Uma boa viagem para provar que sou digna de reinar alguma coisa. Fora que, eu amo aventuras.
Darcel olhava para ela com uma expressão estranha no rosto, como se perguntasse " Que diabos você tá falando? "
— Então está decidido! — Atena bateu palma — Vocês partem amanhã, vou segurar as pontas no acampamento enquanto vocês estiverem fora. Façam as malas e se preparem para ir.
— Aiii que animação! Em cada parada vamos comprar roupas novas! — Exclamou Yvaine fazendo um círculo de fogo azul com as mãos. Ravi também estava animado, o cabelo dele começou a brilhar como uma lanterna amarelada.
— Eu nunca viajei...que legal. — Resmungou Ravi com um pequeno sorriso.
— Vocês só podem estar brincando né?! — Levantou Darcel abruptamente — Ótimo, então vão e morram de graça, mas eu vou ficar aqui! Não vou sair!
— Darcel sua mochila está pronta? — Alana entrou no quarto dele, logo o vendo fechar a mochila abruptamente.
Ele a olhou de soslaio, e depois virou o rosto novamente. Estava irritado, é claro, estavam o forçando a ir com eles.
— Ah, não fique tão carrancudo, é só uma viagem. Lembro bem que você gostava de aventuras. — Alana se sentou na cama dele procurando o seu olhar.
— Odeio quando me forçam a fazer o que não quero. — Disse ele abrindo a mochila e voltando a mexer nela como se estivesse procurando alguma coisa. Algo que não encontrava nunca.
— Desculpe, mas não poderia ir sem você. Somos uma família esqueceu? — Ele olhou para Alana com ironia, depois ficou entre as pernas dela encostado no colchão da cama.
— Acho meio estranho nos considerarmos família. — Disse ele com a voz suave, finalmente olhando nos olhos dela.
— Está se referindo ao fato da gente se pegar escondido, ser algo como incesto? — Darcel não conseguiu evitar de rir.
Mas, logo depois voltou a olha-la.
— Não exatamente. — Ele envolveu a cintura dela com os fortes braços — Mas não acha excitante ter um segredo?
— Não quando praticamente todos já estão cientes dele — Ela abaixa a voz como um sussurro — Você não é bom em esconder o que sente por mim.
— Assim como você não consegue disfarçar? Somos farinha do mesmo saco — Ele sorriu enquanto se aproximava um pouco mais dela, diminuindo o que estava de distância entre eles.
— Na verdade não... — Ela sorriu com os olhos brilhantes com o tom rosa forte — Eu sou muito pior do que você.
Darcel se contraiu com a os olhos arregalados.
— Ah merda, eu quero muito beijar você! — Alana gargalhou. Embora ele realmente não estivesse brincando, e estivesse muito claro isso.
— Então por que não me beija logo?
Ele arfou e esperou dois minutos antes de se afastar dela.
— Porque eu com certeza não pararia.
Alana não se surpreendeu com sua alegação. Ela também estava reprimindo aquele maldito desejo dentro dela, estava praticamente explodindo de tanto calor e desejo por dentro. Mas, não era hora para se deixar derreter, ela tinha muito o que fazer. E embora fosse extremamente difícil resistir aos olhos sérios de segundas intenções e o corpo maravilhoso de Darcel contra o dela, ela precisava ser forte pata resistir a ele.
Alana levantou da cama pronta para ir embora, mas antes ficou na ponta dos pés e deu um leve selinho em Darcel, o que o surpreendeu.
— Tente se controlar, você está em chamas. — Avisou ela olhando para o cabelo dele e depois saiu.
— Droga!
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Atualizado até capítulo 19
Comments
Ramilsa Lima
obrigada esperando os próximos aciosamente😘😘😘
2022-12-30
0
desculpa a demora!🛐
2022-12-30
1
Ramilsa Lima
mulher onde tu tá tô esperando aqui viu atualiza.
2022-12-29
0