Alana estava completamente impressionada com oque estava a sua frente. Três máquinas incríveis movidas a magia e tecnologia de ponta. As asas de metal douradas eram absurdamente belas, e os detalhes do carro também não ficavam para trás. Parecia ter saído de outro mundo, outro tempo.
Tristan percebeu os olhares de admiração de todos e aproveitou para se gabar um pouco.
— Podem admitir, mandei bem pra caramba não é? — Darcel revirou os olhos se negando a admitir que realmente as criações eram incríveis.
— Ok, esse carro é incrível, mas ele não fez sozinho! — Ária entrou na conversa — Projetei essas asas maravilhosas e praticamente o sistema do carro.
Ela se aproximou do carro enquanto tocava levemente nas penas metálicas fincadas no veículo.
— De que são feitas? — Indagou Ravi se referindo as asas do carro.
— São feitas do metal mais resistente do mundo. — Ela sorriu orgulhosa olhando para o irmão que sorria também — Pura adamantina.
— Espera, onde conseguiram isso? Adamantina não se encontra facilmente. — Indagou Darcel com grave suspeita na voz.
Antes de responder, Ária arrancou uma das penas brincando com ela. Fazendo com que todos ouvissem o barulho do metal escorregando pelos seus dedos. O som que emitia, parecia que levemente aquela pena estava cortando a pele dos dedos de Aria. E se fosse o caso, Alana tinha certeza Ária gostaria dessa sensação.
— Roubamos de Hefesto é claro. — Respondeu sorrindo — E não essas penas não são somente bonitas. São mortais.
É Alana sabia disso.
Yvaine sorriu com animação. Alana também estava gostando muito da inteligência de Tristan e Ária. Eles seriam de grande utilidade para eles. Ela se aproximou e abriu a porta do carro, depois se virou para eles.
— Vamos ficar só olhando ou vamos entrar?
— É assim que se fala! — Ária sorriu. Darcel se aproximou sério.
— Eu dirijo — Yvaine logo se pronunciou antes dele chegar no banco do motorista.
— Não mesmo Darcel. É melhor o Ravi dirigir, nós queremos chegar inteiros no mundo mortal. — Darcel bufou irritado. Mas graças ao pequeno sorriso que Alana o dera para se acalmar, ele simplesmente abriu a porta do carro e se sentou na poltrona da frente.
— Andem logo. — Mandou com rispidez.
— É ela que doma esse dragão? — Sussurrou Ária para Tristan.
— Acho que sim — Ambos gargalharam.
Yvaine entrou no carro no banco de trás junto com Alana. Ária pulou no ar e com um giro acrobático se sentou em uma das motos. Tristan relaxadamente se sentou na outra.
— Ravi, você sabe mesmo dirigir? — Indagou Alana preocupada.
— Um carro normal sim mas... — Ele olhava para todos os botões estranhos que haviam no painel do carro — Um carro de tecnomagia não.
— Eu sabia — Riu Darcel — Por isso eu devia dirigir. Ravi o olhou com intensidade, como se o mandasse se calar. Ele já estava nervoso o suficiente para ter que ouvir as provocações de Darcel.
Antes que eles começassem a brigar entre si, a tela do painel do carro, ligou sozinha, e revelou a imagem vívida de Ária e de Tristan em suas motos. Estavam dividindo a tela.
— Olha, as meninas ficam mais lindas pela câmera de comunicação. — Darcel e Ravi ficaram sérios em expressões irritadas olhando para Tristan.
Yvaine e Alana tiveram que abafar risadas pelos olhares dos dois.
— Fala logo como que a gente liga essa coisa! — Exigiu Darcel.
— É simples, apenas apertem o botão azul debaixo do volante. — Explicou Ária com um sorriso gentil.
Ravi rapidamente fez oque lhe foi dito. Assim que apertou o botão, o carro ligou, mas não fez aquele barulho que normalmente os carros fazem quando ligam. Era como o som de uma máquina de de lavar do mundo mortal. E por seguinte, o carro simplesmente estava acima do chão.
— Ei, ei! Oque está acontecendo? — Ravi pôs a cabeça para fora do carro e viu que estavam flutuando. Darcel segurava bem no na poltrona tentando se manter firme. E Ravi tentava desesperadamente equilibrar o carro. Mas acabou fazendo com que ficassem de cabeça para baixo no ar.
— Que merda em Ravi! — Com um grito Darcel não conseguiu se segurar a tempo e caiu no teto do carro. Alana começou a rir como uma criança boba. Darcel a olhou sério e ela tapou a boca.
— Ária que tipo de carro é esse? — Indagou Ravi ainda de cabeça para baixo. Pela pequena tela do carro deu para ver os dois ruivos rindo.
— Ué! É um carro de tecnomagia avançada! É bem melhor que um carro normal. Ele plana muito bem.
— É um carro Ária. Ele não devia planar!
— Poisé! — Ela e Tristan falaram juntos e riram depois.
— Por favor dê um jeito nesse carro, estamos ficando sem tempo! — Pediu Alana com os cabelos para cima ou...para baixo?
Bem, eles não estavam no lugar certo.
— Está bem — Ela revirou os olhos como se Alana fosse uma estraga prazeres — O volante que controla os movimentos do carro, é só pegar o jeito de mexer com ele. Não tem nenhum mistério.
Ravi com um pouquinho mais de jeito, fez com que o carro voltasse a ficar ao "normal". Bem, ele ainda flutuava e talvez isso fosse um grande problema.
— Ok, isso eu entendi. Mas como eu faço para ele ficar no chão? — Ária e Tristan negaram com a cabeça.
— Esse veículo não é como os outros, já lhe dissemos isso. — Disse Ária, e Tristan continuou — Ele não é terreno. Foi feito para o céu.
— Mas não podemos aparacer com essas motos e esse carro no mundo humano. — Lembrou Alana sem mais aquele sorriso no rosto.
— Fica tranquila, apenas apertem o botão laranja e essa belezinha ficará completamente invisível.
— Aperta logo. — Mandou Darcel, ele realmente queria ver isso tanto quanto os outros. E quando Ravi apertou não havia mudado nada. Mas é claro, eles veriam normalmente o carro ali dentro, mas por fora, estava completamente invisível.
— Agora vamos!
Atena torcia para que tudo corresse bem para Alana e seus companheiros. E ela via tanto de Afrodite em Alana que a saudade apertava forte o seu coração sem dó.
Contudo, havia uma força maior dentro de Alana. Um poder grandioso, e tinha medo que Alana não conseguisse descobri-lo a tempo. Mas esperava que sim.
No momento, Atena estava no acampamento, observando o treinamento de seus alunos, ela sorria ao ver a determinação de cada um. Mesmo caindo eles se levantavam e tentavam novamente. Se ajudavam, se apoiavam.
Eles ficaram completamente diferentes depois do jogo que criara para testar as habilidades deles. Parece que alguém os fez ficar motivados, fez com que começassem a trabalhar em equipe. E Atena já imaginava quem foi.
— Deusa Atena.
Atena olhou para o lado e viu a filha de Ares. Estava suada e um pouco suja de terra, e com uma espada na mão. Estava treinando claramente.
— Olá Helena. — A cumprimentou — Oque quer me perguntar?
Helena sorriu.
— Só queria saber se sabe onde Darcel está? Não vi ele hoje, também não vi Yvaine e...a garota dos raios.
Atena a olhou séria, analisando as expressões dela. A maneira completamente ríspida que ela se referiu a Alana.
— Eu os mandei para uma missão especial. Um novo treinamento.
Helena a olhou com grande surpresa e se aproximou mais.
— Como assim? Podia ter me mandado junto. — Atena negou com a cabeça.
— Não era trabalho para você.
— Como não era trabalho para mim? Eu sou a melhor desse acampamento e você sabe disso. — A expressão de indignação dela fazia com que Atena pensasse em Ares. Ela era muito parecida com ele. E isso não era um elogio.
— Ser melhor aqui não é o suficiente Helena. — Respondeu com calma. Helena respirava com mais rapidez a cada palavra dita por Atena, estava se irritando.
— A garota dos raios é o suficiente? — Ela olhou nos olhos de Atena — Eu estou aqui a muito tempo, e lutei muito para conquistar o título de melhor do acampamento. Ela acabou de chegar e já está conquistando tudo que eu almejo com facilidade?! Isso é... injusto.
Atena a fitava o campo de treinamento sem dizer uma palavra. O silêncio pairou por um tempo, até Helena se acalmar um pouco. E de repente, Atena apoiou uma das mãos no ombro de Helena mesmo ela olhando para baixo.
— Helena, por que você luta? — Indagou a olhando firmemente.
— Que tipo de pergunta é essa?
— Apenas responda. Por que você luta Helena?
Helena olhou para Atena, mas não conseguia pensar em nada para responder. Nada vinha em sua cabeça, a boca dela abria e fechava sem palavras saindo.
Atena negou com a cabeça e se afastou.
— Quando souber o por que de você lutar e me dizer olhando nos meus olhos, eu a reconhecerei Helena.
E assim Atena saiu andando a deixando para trás. Helena jogou a espada para longe e se sento no gramado enquanto escondia seu rosto abraçando os joelhos.
— Eu não sei...
Com muito cuidado, Ravi estava pegando o jeito de dirigir naquela máquina estranha. Era difícil, mas também um pouco divertido.
Quando chegaram em São Francisco, já era a noite e o trânsito não estava tão movimentado. Alana estava aliviada porque as motos também podiam ficar invisíveis. Mas ainda assim, era meio preocupante as manobras que Tristan e Ária faziam. Eram malucos com certeza.
— Para aí, Ravi. — Mandou Alana apontando para o museu. Ravi assentiu e estacionou no gramado de um parque qualquer. Tristan e Ária fizeram o mesmo.
— Eai, gostaram de usar o Ford?
Alana franziu o cenho.
— Ford é o nome do carro — Explicou Tristan.
— Ah, foi incrível. — Respondeu Ravi com um sorriso no rosto enquanto coçava a nuca.
— Então, vamos logo?
Todos assentiram.
Eles foram andando cautelosamente até o museu Legion of Honor. Era um museu de belas artes muito famoso na cidade. Foi construído em homenagem ao soldados californianos que morreram na I guerra mundial. Não fazia muito sentido um item mágico como o Ivlivs estar ali.
Darcel tentou abrir a porta, mas estava trancada. Ele sorriu e depois suspirou. É claro que estaria fechado.
— Vocês tem algum tipo de objeto para abrir a fechadura? — Indagou Yvaine para os gêmeos. Mas antes que pudessem responder, Alana se pronunciou.
— Eu tenho uma idéia. — Alana olhou para Darcel e sorriu — Sabe oque pode fazer não sabe?
O sorriso dele cresceu.
— Pensei que reclamaria comigo por ter tido o mesmo pensamento que o seu.
Darcel apertou a maçaneta e rapidamente fogo azulado saiu de suas mãos. E em poucos segundos a maçaneta derreteu em uma maça dourada escorrendo pelo chão. Os gêmeos sorriram assim como Alana.
— nada é melhor do que..
— Uma boa invasão.
Tristan começou e Ária terminou. Darcel abriu a porta e se curvou dramáticamente com um sorriso convencido no rosto. Todos passaram.
— Mandou bem. — Disse Alana, ele a olhou com olhos escuros. Ela logo se afastou.
Não, não, não. Não era hora para flertar, principalmente quando o desejo dos dois era forte o suficiente para fazer com que eles não se preocupem com nada além de onde estão suas roupas e seu caráter.
— Bem, é bem legal por dentro. — Disse Ravi admirado. Ele era um amante de arte. Darcel pôs as mãos no bolso, e andou ao lado de Ravi. Eles se olharam mas não falaram nada, e Ravi logo se apressou em se afastar de Darcel. Alana podia ver que eles não eram os mesmos depois da briga que tiveram. E nenhum dos dois estava disposto a conversar sobre.
Depois mulheres é que são complicadas.
— Não se separam, vamos ficar juntos ok? Não sabemos que perigos nos aguardam por aqui.
Avisou Alana.
— No museu? — Darcel riu — Sim pessoal cuidado, porque alguma coisa aqui pode te matar de tédio.
Alana revirou os olhos.
— Só vou apenas um pouco mas câmeras. E já volto! — Ária abriu um sorriso travesso e saiu correndo. Alana não se preocupou em como ela acharia a sala de câmeras, do jeito que Ária era, não iria demorar muito.
E mais um tempo procurando, acharam bem no meio do salão uma estufa com várias coisas de época. E lá estava o Ivlivs, a bela moeda dourada.
— Acho que é isso. — Apontou Alana para a moeda, muito diferente dos outros itens ali. Ela tinha um brilho singular.
— Ohh, é tão linda. Vamos pegá-la logo. — Disse Yvaine com animação.
Tristan pegou um pequeno dispositivo que provavelmente era criação dele. Ele colocou em cima do vidro, e com um estalar de dedos aquele dispositivo se tornou um besouro dourado de metal. Começou a girar sobre o vidro como se estivesse com defeito, mas abriu um grande buraco no vidro. Depois que acabou, Tristan apenas estendeu a mão, e o brinquedo mágico dele voou para sua mão como um ímã.
— Valeu Tristan, suas invenções sai incríveis. — Agradeceu Alana sorrindo, se aproximando do vidro.
— Que nada, não precisa agradecer gatinha. — Tristan a deu uma piscadela, e depois olhou para Darcel com um sorriso provocante no rosto. Os olhos de Darcel pegaram fogo.
— É melhor parar de me provocar
— Ele mostrou o punho flamejante e quando Alana se virou novamente Darcel apagou a chama rapidamente.
— Conseguimos. — Sorriu ela mostrando a moeda nas mãos.
— Oque uma moeda pode fazer? É tão estranho. — Ravi questionou pegando a moeda também. Alana não sabia também, mas confiava em Atena. Ela não colocaria eles em perigo por algo tão trivial.
— Podemos ir agora? — Indaga Yvaine. Mas antes que pudessem respondê-la, um som alto de pedra rachando ressoou pelo local.
— Todos fiquem parados. — Avisou Alana olhando de um lado para o outro no escuro.
O barulho foi ficando cada vez mais alto.
— Gente...olhem pra cima.
Mandou Tristan em um sussurro.
Quando olharam, todos ficaram pálidos, congelados de pavor. Um ser monstruoso saiu das esculturas de pedra do teto, e depois, despencou no chão fazendo um barulho terrívelmente alto. Embora tenham tremido, eles permaneceram imóveis, travados pelo medo.
O monstro os olhou de longe.
— Ninguém...— A voz de Alana estava tremula e baixa — se meche.
A criatura parecia confusa, mas com raiva. Olhava para cada um deles, esperando algum tipo de movimento brusco. Parecia estar esperando isso para atacar.
— Pessoal voltei! — Gritou Ária. Todos se assustaram com a voz dela até mesmo a criatura. O monstro metade mulher metade serpente soltou um rugido tão estridente que fez com que até os ossos deles tremecem. Ária os olhou assustada.
— Que merda vocês tão fazendo ai?! Corram seus imbecis!!
Ela gritou e começou a correr, todos gritaram e fizeram o mesmo. O monstro não demorou para ir atrás deles quebrando tudo que estivesse em seu caminho.
— Ninguém me disse que teria uma Équidna nessa aventura! — Gritou Tristan enquanto corria.
— Bem vindo ao clube! — Gritou Alana.
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Atualizado até capítulo 19
Comments
Analu
finalmente o Ravi e o Darcel ficaram de bem! não aguentava mais esperar.❤️
2023-01-09
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