Estavam todos prontos para ir, todos com suas mochilas prontas e com certa animação. Bem, Darcel era o único com a cara fechada, claro, todos sabem que ele não queria estar ali.
— Onde nós vamos encontrar o primeiro item? — Indagou Alana olhando para Atena.
— Eu preparei um mapa justamente para vocês encontrarem todos os itens que precisam.
Atena deu o mapa em formato de pergaminho para Alana, e assim que pegou para ler, suas sobrancelhas levantaram demostrando grande surpresa.
— O tal Ivivlis está no museu de são Francisco. — Ela sorriu— Conheço esse lugar.
— Isso é ótimo, então não será tão difícil quanto pensávamos. — Disse Yvaine. Alana assentiu ainda olhando bem para o mapa.
— Então vamos logo, não vamos ficar perdendo tempo. — Disse Darcel de maneira indiferente.
— Ele está certo, e vocês já sabem o que vão usar para se locomover? — Indagou Atena. Todos trocaram olhares compartilhando a mesma confusão.
— Pensei que fosse nos ajudar com isso. Para ser mais específico, pensei que chamaria as Moiras para nos ajudarem. — O som da gargalhada de Atena fez com que Ravi se cala-se um pouco envergonhado por seu pensamento.
— As moiras são amigas chegadas de Zeus, além de serem umas velhocas fofoqueiras. Não ajudariam vocês. Pelo contrário, espalhariam boatos por todo o Olímpo.
Explicou Atena. Alana passou a mão na nuca meio nervosa.
— Então o que faremos? — Alana tentava pensar em alguma coisa, mas nada vinha em sua cabeça — Não conhece alguém que possa ajudar?
Antes que Alana pudesse responder, Darcel se pronunciou.
— Infelizmente, eu sei quem pode nos ajudar. — Ele fez uma longa pausa antes de continuar o que começou a dizer. Todos se viraram para ele — As duas pessoas mais irritantes que conheço depois de Alana. Tristan e Ária.
Ela tentou ignorar o fato de ser chamada de irritante.
— Ah! Eu gosto muito da Ária, sinceramente o gosto dela para moda é esplêndido. — Se pronunciou Yvaine sorridente. Alana se sentiu um pouco mais aliviada por não ter que pensar sozinha em achar uma solução para o começo de sua aventura.
— Não é hora para pensar em roupas Yvaine — Darcel Interveio — E podem preparando os bolsos, eles vão cobrar caro para ajudar.
— Não importa o quanto cobrem, precisamos de ajuda. Vamos dar um jeito tenho certeza. — Assegurou Alana com o intuito de confortar a todos, e talvez, a ela mesma.
— Então está resolvido. Vão agora, estarei torcendo por vocês. — Atena se aproximou deles — Não se esqueçam de que devem ficar juntos sempre, a várias forças que podem separar vocês, mas não devem seder a elas. Sejam fortes e fiquem unidos..
Todos assentiram estranhando o tom sério da deusa, Atena abraçou cada um e os deu sua benção. Bem, Darcel dispensou o abraço, mas ela ainda o abençoou.
Quando estavam prestes a sair, Atena chamou Alana antes que saísse.
— Há mais alguma coisa que queira me dizer? — Indagou Alana a olhando.
— Queria te entregar uma coisa, antes que fosse para essa jornada. Creio que vá ajudar você. — Alana estava completamente curiosa em relação a tal coisa. Atena levantou as mãos e elas começaram a brilhar em dourado cintilante. E em poucos segundos uma coisa foi criando forma, até cair nas mãos dela.
— Um... cinturão?
— Não é um simples cinturão, ele pertencia a sua mãe. — ela sorriu mostrando os dentes — A magia dele é forte, ele carrega sedução e paixão. Ele permite que você assuma a forma de mortais e que se passe por eles. Você já tem os dons da sedução naturalmente, mas quando o usar, se tornará irresistível não só a deuses e mortais, mas também a qualquer criatura, ela sendo mágica ou não.
Alana estava impressionada com o poder manipulador daquele simples adereço. Se alguém o visse, pensaria que era simplesmente um adereço feminino delicado, mas na verdade era uma boa arma. Uma que ninguém desconfiaria. E por um breve momento, passou pela cabeça dela tentar usá-lo em Darcel...seria engraçado, e ela se sentiu boba por pensar nisso. Ela não precisava daquilo não é? Ele certamente já estava comendo na mão dela.
— Muito obrigada Atena, eu...nem sei o que dizer. — Ela sorriu ao pegar o cinturão nas mãos. Era completamente feito de ouro, gracioso e possuía detalhes delicados e maravilhosos. Mas também, não era pesado, serviria muito bem.
— Apenas use-o com sabedoria. _ Atena a deu uma piscadela e a abraçou mais uma vez.
Alana se encontrou com seus amigos e juntos eles foram em direção ao acampamento dos deuses, lá era onde estavam os jovens que eles precisavam da ajuda. Quando entraram lá, evitaram chamar atenção o máximo que puderam para entrar no dormitório de Tristan.
— Não vai bater na porta? — Indagou Ravi olhando para Darcel parado como se estivesse prestes a se arrepender de ter dado a ideia de pedir ajuda.
— Tenho cara de quem bate em porta para entrar? — Respondeu depois de piscar e voltar ao mundo real.
Darcel não era só um mal educado, como também era extremamente arrogante e orgulhoso. Ele apenas abriu a porta do quarto e entrou.
— Ei! Ei! Tá pensando que isso aqui é o o que, a orgia do Dionísio? — O garoto ruivo se levantou abruptamente da cadeira que outrora estava sentado. Na cama dele estava deitada uma menina muito parecida com ele.
— Nos desculpe pela invasão. — Pediu Alana meio constrangida. O garoto sorriu e deu de ombros.
— Que desculpa o que, estava só brincando gata.— O menino sorriu relaxadamente — Não leva tudo na seriedade.
— Er...está bem.
— Ária! — Gritou Yvaine entrando no quarto e empurrando Darcel. A menina saltou da cama em um pulo alto o suficiente para ser chamado de mágico.
— Yvaine, querida!
As duas se abraçaram dando gritinhos muito irritantes.
— Não te vejo no acampamento. Por que tem faltado tanto? — Indagou Yvaine cruzando os braços com um olhar afiado.
— Eu fico com preguiça de sair do quarto, bem, só saiu do meu para ficar com Tristan. — Ela sorriu — Ficar no acampamento é incrivelmente chato, prefiro dar umas boas rodadas no mundo mortal.
Alana se aproximou interessada na conversa.
— Não sabia que tinham permissão para ir quando quisessem para o mundo mortal. — A menina olhou para Alana com seriedade, como se a analisasse. Depois começou a gargalhar.
— Que fofa essa menina! É claro que não podemos ir para o mundo mortal, mas quem disse que seguimos as regras? — Respondeu Tristan antes de Ária.
— Só os semi-deuses podem ir ao mundo mortal, é tão injusto. — Ravi olhou para Ária com sarcasmo.
— Acho que posso fazer uma lista enorme com coisas injustas que os deuses podem fazer e os semi-deuses não.
Todos olharam para ele calados.
— Bem, é melhor não tocar no assunto de injustiças do Olimpo — Yvaine tocou o ombro de Ravi— O solzinho aqui se revolta.
Ravi vira o rosto com os braços cruzados.
— Ok, prometemos não tocar no assunto. — Sorriu Tristan — Mas oque vieram fazer aqui? Tenho certeza que não é só para falar de compras.
— Não, não é. — Respondeu Alana — Precisamos de ajuda, precisamos de um meio de locomoção rápido.
Tristan colocou a mão no queixo pensativo.
— Tipo um carro? — Indagou Tristan.
— Exatamente, mas...um pouco mais rápido.
— Oh! Podemos emprestar a máquina maravilhosa que construimos! — Sugeriu Ária com os olhos brilhando.
— É uma boa idéia. — Tristan se sentou novamente na cadeira acolchoada dele — Bem, mas é claro que não será de graça assim.
— Tá, não enrola, fala logo oque você quer em troca. — Disse Darcel. Tristan abriu um sorriso enquanto olhava para Ária, ela retribuiu o sorriso.
— Bem, primeiro quero saber o por que de vocês precisarem da nossa ajuda. — Indagou Ária se sentando no colo de Tristan. Ele começou a acariciar os cabelos dela enquanto olhava para cada um.
Alana não podia simplesmente dizer a verdade para eles. Ela não os conhecia e claramente não podia confiar neles. E eles tinham um jeito completamente estranho, e suspeito. Mas,embora não quisesse responder, ela respirou fundo e o respondeu:
— Nós...vamos pegar alguns itens no mundo mortal. Uma pequena aventura entre nós. — Alana tentou soar o mais convincente possível. Os dois se olharam surpresos, e depois sorriram ao mesmo tempo.
— Oh então vocês não vão somente quebrar as regras, mas também vão roubar?! — A animação daquela garota causava arrepios em Alana.
— Não é necessariamente roubar...— Tentou Ravi coçando a nuca meio incomodado.
— Ah, então os itens pertencem a vocês? Ou, pelo menos foram dados a vocês? — Perguntou Tristan com a face brincalhona.
— Não mas-
— Então é roubar!
— Então é roubar!
Os dois falaram ao mesmo tempo com o tom animado, depois caíram na gargalhada. Darcel grunhiu perdendo a paciência.
— Estamos com pressa! Falem logo oque querem em troca de ajuda. — Tristan levantou as mãos em sinal de rendição, mas o sorriso sacana continuava em seu rosto.
— Calma lá pequeno Darcel, só estavamos brincando, não precisa ficar tão irritado.
— Por favor digam seu preço.
Pede Yvaine.
— Poderíamos pedir seu peso em ouro, isso seria interessante. — Começou Ária, mas Tristan continuou — Mas, estamos tão entediados, que podemos apenas ir com vocês.
— Oque?!
— Simples assim? — Indagou Darcel com a mesma surpresa de todos ali.
— Sim.
— Isso está fora de cogitação, não iram conosco — Disse Ravi. Tanto Tristan quanto Ária o olharam sérios.
— Então nada feito. Nós sempre cobramos muito caro dos nossos clientes. Estamos fazendo praticamente de graça! Serão malucos se não aceitarem.
Retrucou Ária.
— Está bem. Vocês podem vir. Todos olharam para Alana surpresos por sua decisão.
Pela expressão deles, estavam definitivamente duvidando das capacidades mentais dela. Afinal, seria um enorme risco levá-los juntos com eles, colocaria o plano todo e risco também. Mas ela sabia muito bem oque estava fazendo, a aquela altura do campeonato, não estava em condições de negar nada que pudessem impor para ajudá-los.
— Não estamos em condições de negar nada por agora, e estamos perdendo tempo aqui. — Alana respirou fundo e soltou o ar rapidamente — Não quero que questionem minha decisão, apenas aceitem.
— Nós aceitamos!
— Nós aceitamos! — Tristan e Ária levantam a mão sorrindo. Darcel revira os olhos. Ele claramente tinha muito a dizer e questionar, mas só de olhar para Alana, sentia toda a confiança dela, todo o poder. Ele preferiu se calar.
— Mas...Vocês terão que arcar com as consequências, essa viagem é perigosa. — Explicou Alana, mas só serviu para deixa-los mais animados.
— Ficamos completamente felizes...
— Em ir com vocês!
Por que diabos eles completavam a frase um do outro? Era definitivamente estranho.
— Se forem conosco mesmo, arrumem suas coisas logo. Nós partimos hoje. Ou para ser mais específico, agora mesmo. — Darcel cruzou os braços impaciente.
— Está bem, esta bem. Nossas coisas já estão arrumados para esse tipo de ocasião.
— De tanto que fomos para o mundo mortal, já deixamos nossas coisas prontas.
Ária saiu do colo de Tristan e como um passo de mágica estalou os dedos que brilharam em dourado. A parede do quarto começou a tremer, até se mover para o lado, mostrando um cômodo secreto. Poderia ser um closet oque seria completamente normal, mas não, por incrível que pareça era repleto de máquinas e tecnologia. Todos ficaram pasmos ao olhar para o cômodo, todos, menos Darcel. Ele parecia já conhecer bem os segredos daquele quarto.
— Isso é...
— Tecnomagia? É sim. — Sorriu Tristan ao dizer antes que Yvaine pudesse completar sua pergunta.
— Mas é proibido usar Tecnomagia. — Lembrou Ravi sorrindo ao entrar no local atrás dos outros.
— Bom de fato é proibido. Zeus não permite que peguemos tecnologia mortal. — Explicou Tristan.
— Mas como detestamos Zeus e suas ordens imbecis, não seguimos oque ele fala. — Completou Ária.
Alana ficou completamente interessada no que Ária havia falado.
— Por que...o odeiam?
Tristan brincava com um pequeno protótipo de robô dourado ao olhar para Alana.
— Bem, o odiamos por ele ser extremamente cruel e canalha. Ele parou de ouvir as orações de seus seguidores, e começou a repudia-los. — Ária deixou Tristan completar — Contudo, não é apenas isso. Ele faz nosso pai de escravo sempre que quer, nosso pai não merece ser tão diminuido assim, apesar dele ser meio idiota. Todos menosprezam nosso pai, e ele não pode fazer nada porque não tem forças contra Zeus.
— Sinto muito pelo seu pai — Se compadeceu Alana — E saibam que também detestamos Zeus, é um escroto miserável.
Ária e Tristan riram.
Enquanto Tristan pegava as mochilas dele e de Ária e conferia tudo, Ária mostrava tudo no cômodo para eles. Alana nunca pensou que poderia existir tecnomagia, era insana a ideia de misturar tecnologia com magia. E para ela, todos aqueles aparelhos chiques, eram difíceis de mexer e de entender. Mas para Tristan e Ária, era como se estivessem brincando de montar casinhas. Eles explicavam como faziam suas criações usando tecnologia humana e magia olimpiana. Mesmo que Alana estivesse interessada, ela não conseguia entender muito.
— Já chega de ouvir sobre essas coisas malucas. — Disse Darcel sem paciência — Vamos sair daqui logo, parem de enrolar.
— Para quem não queria ir, você bem está ansioso. — Provocou Yvaine sorrindo.
— Quanto mais rápido partimos, mais estaremos de volta. — Respondeu ele dando de ombros.
— Darcel tem razão, precisamos ir logo. Perder tempo não é uma opção. — Todos assentiram, menos os dois ruivos.
— Cês tão fugindo de alguém é? — Perguntou Ária guardando seus brinquedos tecnomagicos.
Alana engoliu seco.
— Não é nada com que tenham que se preocupar. — Podemos ir?
— Já peguei tudo que precisamos! Inclusive nossos veículos.
O sorriso maroto que Tristan mostrou, causou arrepios em Alana e ela não sabia por que. Bem, esses dois ruivos tinham cara de loucos, e certamente não batiam bem da cabeça mesmo. Apesar disso, Alana decidiu confiar neles. Não confiar para contar a verdade completamente, mas para que eles fossem junto com eles nessa pequena aventura.
Eles caminharam até a montanha mais alta do Olímpo, oque durou quase quarenta minutos. Mas o tempo passou rápido graças as travessuras dos ruivos, e aos gritos de reprovação de Darcel.
E quando enfim chegaram lá, eles pararam e ficaram se olhando, esperando algo.
— Por que estão olhando pra mim? — Indagou Tristan.
— Os veículos seu idiota! — Gritou Darcel sem paciência.
— Aeeeee — Ele começou a gargalhar coçando a cabeça — Por um momento pensei que você jogava para outro time.
— Merdinha — Resmungou Darcel.
Tristan mexeu no bolso, e de lá tirou algumas peças de... brinquedo?
— Aqui estão nossos veículos! — Ele mostrou a mão todo animado. Havia um carrinho de brinquedo, e duas motos. Todos ficaram completamente confusos.
— Olha aqui seu arrombado! Eu cansei das suas brincadeirinhas! — Os punhos de Darcel começaram a pegar fogo azul. Ele estava com pura raiva e estava prestes a voar em cima de Tristan. Ária entrou na frente antes que Alana pudesse agir.
— Não chegue tão perto do meu maninho assim, seu dragão. — Ária segurava uma pequena adaga dourada. Ela continuava com um sorriso travesso no rosto, mais o olhar estava mais afiado, mais perigoso.
— Querido Darcel, espera um pouquinho. Não esperou nem a magia acontecer.
O fogo de Darcel se apagou lentamente. Ah então Ária e Tristan eram irmãos, isso fazia todo o sentido. Por isso eram tão parecidos ao ponto de completar as frases um do outro.
Todos prestaram atenção em Tristan. Aqueles brinquedos começaram a flutuar nas mãos de Tristan, poeira dourada-alaranjada revestia as três peças. E depois, os itens começaram a crescer rapidamente, ganhando forma. E ficaram grandes o suficiente para todos entrarem.
— Ta dam! Gostaram?
Era um carro branco com detalhes dourados e asas grandes e douradas cintilantes saindo dos lados. E do lado, duas motos cor grafite, e ambas com apenas uma roda cromada. Pareciam motos do futuro e elas não tocavam no chão. Parecia magnetismo, elas flutuavam no ar.
— Nossa.... — Disse Ravi com os olhos brilhando.
— Partiu a aventura?
Ária e Tristan falaram juntos se abraçando.
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Atualizado até capítulo 19
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