...Quarta-feira....
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A mais temerosa e menos esperada por mim, a semana do doutor U... Um homem alto e careca com um olhar perverso e cruel que sempre começava às entrevistas com seus jogos, ele me poupava do tempo de papo furado e repetições, usando cada segundo das três horas pra seus experimentos. Coisas do tipo, quanto tempo você aguenta enquanto seu sangue está saindo do seu corpo... ele sempre dizia com uma expressão de satisfação e curiosidade enquanto seus olhos passeavam pelo meu corpo.
Uma vez ele me trouxe agulhas, ele gostava de variar nas ferramentas que usava. Enquanto ele me dizia por que tinha escolhido tal ferramenta, minha cabeça parecia focar em imaginar o que ele faria com aquilo e todas as vezes era pior do que eu imaginava. Quando ele começou a usá-las, enfiando uma por uma até a ponta por baixo das minhas unhas, eu quis arrancar minha mão pra que aquela sensação parasse, aquele formigamento por dentro dos meus dedos, parecia que larvas tinham entrado nos meus dedos e agora caminhavam por eles, eu quis tirá-los, arrancá-los, mordê-los, quebrá-los, cortá-los e até mesmo abrir minha mão, tudo pra que aquela sensação parasse, era como se os ossos dos meus dedos estivesse coçando, e eu queria coça-los, coça-los até me satisfazer, mas não dava... eu gritei por horas enquanto ele enfiava e remexia as agulhas, eu pensei até em arrancar meu braço, aquela sensação estava começando a percorrer cada célula e nervo do meu corpo.
O Bob me disse mais tarde que até foi capaz de ouvir meus gritos, o que o fez estremecer.
Quando enfim ele colocou todas as agulhas, eu já estava quase inconsciente, aí ele foi até meu ouvido e me disse e em um sussurro, falou:
- Não durma agora ok.
Depois disso ele segurou minhas mãos e começou a tentar fechá-las, forçou com todas as suas forças até conseguir e tudo que eu conseguir fazer antes de desmaiar foi dar um último grito que ecoou por todo o lugar, quando eu acordei eu já estava no meu quarto e meus dedos estavam enfaixados com fita escura, e em cima da minha mesa tinha um potinho sobre uma folha que estava escrito.
^^^"Não deixe suas coisas cair no chão"^^^
E dentro do pote assim que olhei estavam minhas unhas e pedaços de carne do meu dedo.
- Aquele ... – eu falei jogando o pote bruscamente contra a parede…e foi quando eu percebi - ele enfaixou meus dedos com fita isolante - minha fala saiu como um grito, aquilo estava começando a formigar.
Depois disso passei o resto da semana agonizando de dor sobre minha cama e adivinha, meus dedos ainda continuam com as fitas.
Mas nesse dia, as coisas seriam diferentes. Ninguém tinha ainda vindo me chamar… porque? Por que outro paciente tinha morrido, foi o que o Bob me disse mais tarde em um bilhete.
Outra coisa que aconteceu naquele dia foi a apresentação de um novo doutor, um doutor que atenderia a todos os pacientes.
Antes de anoitecer, um pouco antes de nos trazerem a comida, fomos apresentados a nova doutora... uma adolescente de cabelo curto e claro, ela caminhava de forma estranha e usava um longo jaleco preto, ela se apresentou pra todos como a nova doutora J, sua apresentação foi rápida e direta, ela passava de quarto em quarto e dizia coisas como.
^^^"espero podermos trabalhamos juntos logo"^^^
Quando ela finalmente chegou ao meu quarto, ele me olhou por alguns segundos com um sorriso suspeito e depois se aproximou do meu rosto enquanto nossos narizes se tocavam e disse
- B-e-t-t-y – ela soletrava enquanto sorria - sentiu saudade maninha - ela disse se aproximando mais e mais dos meus lábios, sorriu e no fim beijou levemente minha bochecha direita
- Espera... – eu tentei falar mas rapidamente fui interrompida.
- Não diga nada agora ... eu explico depois.
Logo que terminou de falar, ela saiu do meu quarto e terminou de se apresentar para os outros, assim que ela saiu eu me sentei na cama ainda pensando no que aquilo podia significar, quais eram as chances dela ser a Betty. Eu notei uma pequena e leve semelhança, mas qualquer coisa podia ser pura coincidência. No fim da tarde, quando eu ainda estava pensando no ocorrido ouvir três batidas a parede e logo fui ver se era o Bob, assim que abaixei para olhar notei algo peculiar enquanto passava minha mão embaixo da cama, tinha sim um bilhete mas ele estava acompanhado de outra coisa… um estilete... um pouco velho mas cortava como uma faca … nele estava grudado o bilhete que dizia:
^^^" Não preciso dizer pra que vamos usar isso né ...^^^
^^^Enfim... na sexta feira, teremos uma chance... então esteja preparada, eu darei um sinal bem sutil então fique alerta... mais tarde te mando o resto do plano, e avise ao Gord... ele com certeza já deve estar pronto ..."^^^
^^^Ass: Bob ^^^
Assim que terminei de ler, olhei atentamente para aquele instrumento ( não sei se dava pra ferir alguém com aquilo, seu tamanho me fazia duvidar disso, mas testar não faria mal algum né). Era aparente que estava afiado, mas me senti na necessidade de testá-lo, eu segurei firme contra meus cabelos enquanto me olhava no espelho, eles eram negros, cacheados e longos. Pensei por alguns segundos se eu devia mesmo fazer aquilo, mas não importava, nada mais importava, então com um único corte, eu o cortei, e olhei enquanto os fios caiam no chão, agora meu cabelo ia só até a nuca, e ao meu ver eu estava mais legal do que nunca. Ainda ali em frente ao espelho, tratei de apreciar o resto de minha imagem que aos poucos parecia se distorcer, eu me senti tonta, mas logo voltei a mim e me vi por completo. Tinham grandes linhas de costuras que se estendiam por minhas pernas parecendo raízes que cresceram, meus dedos estavam ainda enfaixados com a fita isolante, pra terminar eu tirei minha blusa e continue a seguir aquelas "raízes" que terminavam em meus seios.
Antes de continuar vamos esclarecer algumas coisas, durante os seis meses que passei aqui em nenhum momento eles foram bons comigo, nenhum deles, nenhum dos doutores, nem se deram ao trabalho de explicar aonde eu estava, não tentaram em nenhum momento acreditar em mim, e mesmo quando diziam me ajudar debochavam da minha cara em meio a uma tortura citado por eles como necessaria, então não me julgue mais tarde quando estiver lendo isso, eu quero mata-los, quero pode me divertir também com a expressão deles enquanto eu os faço sofrer, não to nem ai pra aqueles que vão dizer que assim me tornarei semelhante a eles, também não estou nem ai pra aqueles que dizem que a vingança nunca é a resposta, eu agora mais do que nunca queria ta escrevendo isso com os seus sangue, acho que daria uma cor a mais ao meu caderno, enfim é isso e assim terminou minha quarta feira
Naquela noite fui dormir pensativa, imaginando no que o Bob faria, como ele nos tiraria dali, e de que meios usaria, a noite foi longa e calma, acho que a ideia de sair daquele lugar entorpeceu um pouco minhas preocupações. Quando eu fui dormir eram duas da madrugada.
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Atualizado até capítulo 26
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