...Terça-feira...
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Nesse dia as coisas foram diferentes, não ouvimos o alarme e dormimos mais ou menos até às dez horas, ninguém veio nos acordar ou nos chamar para a entrevista então continuamos a dormir. Quando eu finalmente acordei já era uma hora da tarde, me levantei meio tonta e com sede, fui até a pia e mergulhei meu rosto em água, depois disso fui até minha mesa, peguei um caderno específico e comecei a escrever..
^^^"Sabe o que aconteceu hoje ? Por que não vieram nos chamar? "^^^
^^^Ass : Lisa^^^
Eu dobrei o papel até parecer fino o suficiente, fui até minha cama e abaixando- me o passei por um buraco quase que imperceptível na parede, depois bati três vezes na parede e esperei por uma resposta ... de quem ? - Como eu já disse eu não sou a única nesse lugar, temos um total de onze quartos, todos de lado, e à nossa frente apenas uma imensa parede branca. A pessoa pra quem enviei o bilhete foi o Bob, um dos outros residentes deste lugar, começamos a manter contato três meses depois que cheguei aqui, ele estava fazendo um buraco na parede embaixo da mesa dele, e quando enfim terminou enviou o primeiro bilhete que era para o seu amigo, ele me disse que tinha feito isso pra se comunicar com ele, mas como o haviam trocado de quarto, ele só tivera a opção de falar comigo e foi o que ele fez.
O Bob me disse várias coisas que eu não sabia sobre aqui, me contou histórias sobre os outros nove que vivem aqui, também disse como suas entrevistas funcionavam, e seus doutores eram totalmente diferentes dos meus, ele também escreveu que nunca acordou na sala de tratamento e que as senhoras eram pessoas boas e gentis, ele me contava tudo o que ficava sabendo e eu fazia o mesmo quando podia, o que nos tornava amigos… eu acho.
A forma como ele escrevia fazia parecer que ele pensava como uma criança, e a única coisa que ele não quis me contar foi sua idade. Mais ou menos uma semana depois de começarmos a nos falar, seu "amigo" me surpreendeu, ele também tinha feito um pequeno buraco na parede, o nome dele era Gord, ele era mais velho que Bob e ainda parecia não gosta muito dele mas sempre me pedia pra passar bilhetes, eu nunca lia o que eles escreviam um pro outro mais eu concordava em passá-los. Enquanto eu escrevia em meu caderno ouvi as três batidas à parede, sinal de que ele tinha respondido, então rapidamente me abaixei e peguei o bilhete que dizia.
^^^"soube que um dos pacientes faleceu, e eles estão discutindo o que fazer... então temos o resto do dia livre... aproveite para dormir e descansar, não é sempre que isso acontece…^^^
^^^Caso pergunte quem deles faleceu, eu não sei, mas tenho uma teoria... talvez tenha sido o da última sala, o nono paciente, soube que ele estava mal de saúde e estava para bater as botas mesmo ...^^^
^^^Bom, isso é tudo que eu sei ... " ^^^
^^^Ass: Bob^^^
Depois que terminei de ler, pensei um pouco no ocorrido, mas logo me desvencilhei dos pensamentos e comecei a pensar no doutor daquele dia, o doutor T, um homem apaixonante, jovem e alegre que sempre se questionava sobre os métodos do lugar, eu não tinha muito contato com ele, mas ele começava às entrevistas na terça-feira, faltava a algumas e nesses dias fazia questão de impedir que eu fosse pro centro de tratamento, eu voltava mais cedo pro meu quarto e passava o resto do dia trocando bilhetes ou escrevendo em meus cadernos.
O resto do dia foi tranquilo e sem interrupções, só víamos o pessoal da gerência na hora das refeições, um momento bastante agradável, por que quase sempre nos eram servidos carne, arroz, e salada, era tudo que comíamos, não era tão ruim sabe, nossos pratos sempre vinham com carne em abundância. Nessa semana tive uns quatro pedaços de filé bem passado, Bob me contou que até foi servido duas vezes, o que não é muito comum por aqui.
Quando o jantar terminou Bob me enviou outro bilhete, mas esse dizia algo estranho...
^^^" Lisa, não coma em hipótese alguma outra vez a carne desse lugar ... "^^^
^^^Ass: Bob^^^
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Atualizado até capítulo 26
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