Miguel não a levou para a propriedade do pai, que era um lugar mais confortável.
Ao invés disso estava se dirigindo para outro povoado bem distante, onde possuía uma roça de mandioca.
( Imagem meramente ilustrativa. )
O plano era ficar tempo suficiente no lugar para a golpista sentir na pele o que era vida sem luxo.
Lá era bem simples e ela teria que ajudar nas tarefas domésticas. No entanto, queria fazer de tudo para transformar a vida dela, num grande tormento.
Só estaria livre das suas garras, depois que pagasse a soma de dinheiro subtraído do pai.
Depois de um certo trecho, pegaram um barco para atravessar o rio. Manoel retornou com o carro.
Após mais uma hora, Jane estava começando a cochilar na embarcação, quando notou que estavam chegando.
O ambiente era cercado por uma extensa mata. Observou um portão improvisado e alguns cachorros vieram latindo para recepcionar a comitiva que chegava.
Mais adiante, Jane avistou "a casa".
Casas simples, no interior não era surpresa, porém, não imaginava que o homem que se comunicava com Vivian vivesse uma vida "tão" comum.
( Imagem meramente ilustrativa. )
Imaginou que ele no mínimo, gozava de uma vida financeira mais confortável.
"Será que ele pediu um empréstimo para satisfazer as vontades de Vivian?" Só de pensar nessa possibilidade ficava mais envergonhada das atitudes descabidas da prima
O seu algoz chamado Monteiro, dava instruções para o tal do Juca.
Logo em seguida ele entrou na casa, deixando-a nas mãos do empregado.
— Ó moça, já está amanhecendo, então tem umas duas horas de sono, porque preciso descansar. Ao acordar, vou explicar a sua função aqui de agora em diante. Além disso, o casamento será às 18:00h e nem pense em se atrasar.
Jane revirou os olhos e expôs sua defesa, irritada:
— Ainda não sei porque devo me casar com um homem desconhecido. Já expliquei que quem fez isso foi minha prima. Se tivessem conversado comigo como "gente normal", eu mostraria as conversas dela no meu celular, que ficou lá na kitnet, mas vocês simplesmente me sequestraram!
O homem a olhou com frieza. Não acreditavam na história dela.
— Você fala demais, moça! Aqui mulher tem que andar calada, pois homem é quem dar as ordens!
Ela pôs as mãos na cintura e falou em desafio:
— Não estou na pré-história, então, essa maluquice de ser dominada não vai ser fácil assim, vou avisando!
O homem não deu a mínima. Fez sinal com os olhos para o acompanhar.
— Cuida, anda!
Ele novamente apontava a arma e a guiou para um quarto que tinha uma janela com grade. Assim que entrou a porta foi trancada.
— Isso é cárcere privado! Você e o idiota do seu patrão vão pagar!
Ninguém respondeu. Chateada olhou em sua volta.
O quarto tinha uma cama de solteiro e uma cadeira com uma pequena vasilha de barro e um copo de alumínio. Havia um cabide na parede e um minúsculo banheiro com o vaso sanitário apenas.
No canto observou um balde e uma vasilha pequena. "Meu novo apartamento". Pensou com ironia.
Sem outra alternativa, deitou-se, mas agitada com toda a situação que se envolveu por acaso, fixou o olhar no telhado e deixou as lágrimas fluírem.
Horas depois, uma mulher baixa, com cabelos pretos e muito compridos, muito séria chegou no quarto, acompanhada de Juca. Aparentava ter uns quarenta anos.
— Bom dia, senhora! Trouxe umas coisas para você. Juca vai mostrar onde pegar água para o banho. Quando terminar de tomar café, vou dizer o que deve fazer aqui pra ajudar.
— Bom dia! Tá certo... — respondeu sem ânimo.
Jane pegou a sacola e viu utensílios de higiene, duas calcinhas de algodão e três vestidos de malha bem estampados.
Fez uma careta com desgosto.
Gostava de bermudas, shorts, calças, agora seria obrigada a vestir aquelas coisas horrorosas?
— Obrigada! — Foi o jeito ser educada e responder.
— Já passei o seu vestido de noiva. Antes do casamento eu trago.
Aquela história de casamento fez Jane lembrar que deveria explicar que era inocente. Aquilo já estava fora do limite e precisava voltar para casa.
— Preciso falar com... — (Como é o sobrenome dele mesmo? Perguntou-se) — ...Monteiro!
A mulher respondeu:
— Ele já saiu e só volta na hora do casamento!
Mais uma vez Jane percebia que a sua situação só piorava.
— Que droga! Ele vai casar com a pessoa errada? Quem deve pagar por isso está em Belém, ouviu?
A mulher não teve nenhuma reação. Saiu e o homem ordenou:
— Vamos! Leva o balde!
— Por que simplesmente não banho por lá?
— Lá tem animais selvagens rondando e não vou dar arma para você!
Jane estremeceu. Tinha pavor de animais selvagens.
— Então, tá!
O lugar era um riacho. Para chegar até lá, seguiram por uma trilha. A volta era mais difícil já que teve que atravessar para a casa com o balde cheio de água na cabeça.
Após a sua higiene, vestiu-se e foi tomar café. A mulher disse o que deveria fazer, que era limpar a casa e catar feijão, além de tratar uma pilha de peixes para secar ao sol.
As horas foram passando lentamente, até que chegou o momento de se arrumar para o casamento.
O vestido era branco, mas não era bonito. Como não tinha maquiagem, ficou de cara limpa, olheiras e olhos avermelhados.
A mulher que pediu para ser chamada de França, deu-lhe um buquê de margaridas colhidas num canto qualquer e elas seguiram com Juca para uma pequena capela do vilarejo.
A noite já mostrava a sinfonia dos grilos que cantavam incansavelmente. Era possível ver aqui e ali as pequenas luzes dos vagalumes e o coaxar dos sapos.
O coração batendo violento dentro de Jane anunciava o seu pânico. Teria que reagir de alguma forma antes que fosse tarde demais.
Ela entrou na capela sem a tradicional marcha nupcial.
Os bancos da igreja estavam vazios e apenas próximo do altar pôde observar Manoel, Juca e França que acabaram de chegar com ela. Havia ainda uma adolescente e outro homem que não sabia quem era.
Além destes, o padre e o noivo hostil e arrogante, que a olhava com sede de vingança.
Ao observar com horror toda aquela cena, caminhava quase parando e sentindo uma dor no peito, não conseguiu frear as lágrimas de desgosto.
O casamento estava mais pra velório! Eita, diacho!
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Elizabeth Fernandes
Jajá se apaixona por ela
2024-11-01
1
Cibele Wan Der Maas Moreira
Ele está cego de raiva. Só vai pensar direito quando se calmar um pouco
2024-10-19
1
Marcia Cristina
coitada mais ele não tem um detetive 🕵 para descobrir a verdade
2024-08-21
3