FORÇADA A CASAR POR ACASO
Enquanto Jane aguardava o ônibus, após mais um dia exaustivo de trabalho como cozinheira num restaurante do Centro comercial de * Belém, lembrou-se de que há dois anos chegara naquela cidade, atraída pela oportunidade de emprego e almejava um dia concretizar o sonho de fazer uma faculdade.
Tinha vinte e quatro anos, morena, cabelos castanhos, abaixo do ombro, olhos claros e tinha 1, 73 m de altura, além de um corpo invejável, mas apesar disso, ultimamente sem vida noturna ativa, preferia esconder sua beleza nos uniformes do trabalho…
(Imagem meramente ilustrativa de Jane)
Essa forma de se vestir era prático e evitava os assédios dos homens, pois, bastava colocar o uniforme e cobrir o cabelo com uma touca. Muito simples!
Não demorou muito, seu ônibus chegou e como era o costume, muitas pessoas se aglomeravam para conseguir um assento, no entanto, naquele dia, tivera a sorte de conseguir voltar para casa sentada, só não esperava que a sua prima Vivian se sentasse justamente ao seu lado. Ela também trabalhava no centro como recepcionista de um hospital.
— Ei, mulher! Eu tava te procurando! — Ela bateu no seu ombro.
— Boa noite para você também, Vivian!
Ambas tinham a mesma idade e traços parecidos, mas a prima era um pouco mais baixa.
( Imagem ilustrativa de Vivian.)
— Tá, tá! — E com os olhos brilhando e sorriso largo, disse: — Você nem imagina… Fiz amizade com um cirurgião plástico lá do hospital e ele topou fazer uma lipo com um preço que cabe no meu bolso!
Jane nem acreditava. Perguntou com ironia.
— Como assim? Você assaltou um banco ou ganhou na loteria e está escondendo o jogo?
A prima riu com um jeito misterioso.
— Nada disso! Conheci um coroa cheio da grana que está investindo em mim, tolinha!
— Não sei como homens bons acabam sendo atraídos por usurpadoras como você! — Jane falou como se tivesse brincando, mas o comentário tinha um fundo de verdade.
A prima era ambiciosa e egoísta e muitas vezes se envolvia em negócios ilícitos. Sentia prazer em tirar proveito dos outros para se dar bem e Jane abominava aquele tipo de comportamento.
— Isso se chama destino, Jane. Sei aproveitar as oportunidades que aparecem… Veja!
Ela abriu a bolsa e exibiu um i-phone de última geração.
— Presente dele! — Vivian estava orgulhosa de si mesma.
— Meu Deus! Isto é super caro! Vocês estão saindo juntos?
— Não, meu bem! O namoro com o coroa é a distância!
— À distância?! Não! Agora você está de brincadeira! — Jane retrucou, admirada.
— Pura verdade! O velhote mora numa ilha aí e… Ah, espera, deixa eu te contar do início…
— Vai, conta! Porque agora estou realmente curiosa.
A prima passou a língua pelos lábios, antes de falar, empolgada:
— O nome dele é Samuel Monteiro. Ele estava tentando falar com um amigo que mora pra essas bandas, e então acabou ligando acidentalmente pra mim. Sei que aproveitei, né? Disse que a voz dele era linda e aí começamos a conversar mais.
Jane a olhou com desprezo. Sua prima sempre agiu daquela forma. Não se preocupava se poderia ferir alguém ou não.
— Você é demais, Vivian! Quando vai criar juízo mesmo?
— Acho que nunca! — Ela riu, divertindo-se. — Sobre o celular, eu disse que o meu estava quase parando. Prontamente ele pediu minha conta. Falei o quanto queria e como uma boa menina honesta tirei a foto do iPhone. Ele agora confia em mim total!
— Misericórdia! Você é uma bandida mesmo! Vou rir da sua cara se de repente ele aparecer por aqui e colocar você na cadeia. Não conte comigo, tá?
— Duvido que faça isso! Ele me disse que é apaixonado pela ilha e que mora há décadas lá. Sabe, ele é uma espécie de líder da vila… Meu coroa é um arraso!
— E como você está pretendendo enganá-lo para consegui fazer a lipo, sua doida?
— Estou pensando ainda o que vou fazer…
— Você é louca mesmo, Vivian! — Exclamou, inconformada. — Nem precisa realizar esse procedimento! Com umas caminhadas diariamente, some essa gordurinha de sua barriga!
Jane deu sua opinião, pousando os olhos na barriga dela que quase nem tinha gordura localizada.
— E lá sou mulher de fazer caminhada? Se tenho quem me banque, aproveito!
O celular da prima começou a vibrar:
— Eu não disse? É o meu coroa!
Jane balançou a cabeça, descontente. Observou que a prima, com um sorriso cínico, digitava no WhatsApp.
— Ele tá dizendo que tá com saudade… Esse tá no papo! — Deu uma leve piscadinha para ela e continuou a conversa com o homem.
— Vivian, para de fazer isso! Ele de repente pode ter filhos ou até esposa ainda…
— Nada. Ele é viúvo. Só tem um filho. Acho que deve ser adolescente… Mora com ele. — Ela digitava e falava simultaneamente.
— Menos mal não ter esposa, mas pode ser que também esteja mentindo! Um homem dessa idade tem muita experiência e consegue o que quer facilmente.
— Estou pouco ligando pra isso. — Parou um instante as teclas do celular e olhou-a nos olhos, com falsa compaixão. — Ah, Jane, por isso que você está sozinha! Se o cara mora a não sei quantos quilômetros de distância, quer colocar grana na minha conta… Vou reclamar de quê?
— Peraí! Estou solteira por opção e planejo continuar assim por muito tempo, sem problema! Você precisa repensar suas atitudes, Vivian, é sério!
Parecia que Vivian não estava dando a mínima para mais uma tentativa frustrada de Jane em tentar convencê-la a desistir de se aproveitar do idoso.
— Ah, sabe de uma coisa, Jane: tô achando você muito solitária! Vou perguntar pra ele se não tem na vila outro coroa pra bancar você também!
Jane nem hesitou em responder:
— Deus me livre! Jamais ia iludir alguém assim.
— Tanto faz! Se ele tiver um amigo, prepare-se! Conheço você muito bem! Esse seu jeito de "santa" não combina nem um pouco com você! — Ela falou com malícia.
Jane sabia o que ela estava insinuando.
No passado tivera vários namorados e há seis meses terminou o namoro com o seu vizinho.
Era um relacionamento tóxico e por sofrer tanto, não estava a fim de assumir compromisso com ninguém. Principalmente nas circunstâncias que a prima sugeriu.
— Sabe que acho, Vivian? Você ainda vai se dar mal com essas suas histórias! Deveria usar essa esperteza para coisas mais saudáveis.
A prima suspirou, cansada em tentar colocá-la como sua cúmplice nas suas trapaças. Leu uma mensagem no dispositivo. Jane percebeu uma mudança estranha na fisionomia da prima como se tivesse acabado de ter uma brilhante ideia.
— Só um instante, Jane! Espera aí que ele quer saber meu endereço…
— Pra quê?
Vivian pensou um instante, antes de responder.
— Outro presente, queridinha… — Continuou a digitar e depois disse: — Minha parada está chegando. Vou indo, Jane, aparece!
— Tá! Tchau!
*A história começa na capital Belém do Pará- Brasil.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Luíza oliveira
esse filho com certeza e Miguel
2024-11-17
1
Scheila Beatris Schoenardie
iniciando 01.11.24
2024-11-01
1
Elizabeth Fernandes
iniciando a lê 01/11/2024
2024-11-01
1