UMA FERA SANGUINÁRIA, PODE ATÉ CONVIVER EM PAZ COM O SEU SENHOR, MAS JAMAIS PERDERÁ OS SEUS INSTINTOS SELVAGENS.
O dia avia amanhecido com bastante neblina, o vento soprava de leve o ar fresco da primavera e o cheiro das flores já incendiava o belo jardim da pequena fazenda.
O riacho corria calmo perto dali, era possível ouvir os cantos relaxantes dos pássaros avisando o despertar de um novo dia tranqüilo como todos os outros.
Com uma caneca de café na mão ela estava pronta para começar mais um dia, Angellik sentou-se no banco do jardim admirando as árvores já desabrochando em flor para deixar brotar os frutos da estação, estava feliz com o resultado que alcançara.
Avia sonhado com aquele jardim, e à pouco mais de três anos lutara para deixar aquele lugar como o que sonhara, agora estava vendo o fruto do seu trabalho árduo dar resultado, estava radiante com isso, ela olhou ao seu redor sorrindo de satisfação.
A fazenda que viviam não era grande, mas aviam construído o lugar do zero, por sorte haviam encontrado pessoas boas, naquele lugar passou a entender que nem todos os nórdicos eram maus, e naquela parte da região eram quase todos pacíficos, vivendo fazendeiros, agricultores, famílias que fugiram de guerras e procuravam viver longe dos ogros sanguinários, não possuíam riquezas, mais se ajudavam sempre.
Era uma ilha composta de pequenos povoados, todos se conheciam.
Com a carta em mãos Angellik e seu pequeno grupo foi deixada em uma embarcação viking aquela noite, sem muitas palavras e nem uma pergunta o dono da embarcação apenas os garantiu que jamais alguém imaginaria onde eles iriam ficar escondidos, que poderiam confiar, foi o que fizeram, e não se arrependeram momento algum, foram acolhidos, cuidados, e com o pouco que trouxeram conseguiram erguer a casa simples, comprar alguns animais e sementes para começar as plantações, ate ali foi a luta sem trégua, para agora então poder admirar com êxito os esforço de todos. Estavam na segunda colheita do ano, o milho, feijão e o trigo haviam dado com fartura, era dia de levar tudo a feira, que ficava no povoado mais próximo, quase duas horas de estrada por entre a floresta, isso quando o tempo estava bom, — ela deu o último gole da bebida quente.
— Senhora a carroça já está pronta!
Ficou de pé diante do empregado que recentemente tivera que contratar para ajudar na lida da fazenda pois eles já não davam conta, e o pobre Fergus que iria ser pai breve, precisava curtir a família um pouco mais.
— Já estou indo John obrigada!
O homem se afastou com uma reverência; à quase seis meses Fergus havia encontrado o homem com a família na estrada perdidos e famintos, contou que haviam fugido de uma embarcação de prisioneiros que seriam levados para os nórdicos da região Kauir, lá seriam vendido como escravos, por sorte o navio que estavam foram atacados pelos noruegueses em alto mar, estavam próximos da ilha, por intervenção divina alcançaram a costa sem serem vistos, a mulher katra e o filho Guilbert que era já um rapazinho com seus dezesseis anos, eram pessoas de bom porte fisico lhes pareceu confiáveis e ativos, com eles não tinham tempo ruim, demonstravam o tempo todo o quanto estavam gratos por estarem ali, quando não sabiam o que seria feito das suas vidas, se não fossem tão bem acolhidos.
Já na sela do seu cavalo, Angellik olhava para a casa onde construira uma nova história, onde sua família vivia feliz, impaciente para começar o dia, o animal começou a cavalgar, e logo estava pareados com a carroça carregada da sua farta colheita que o empregado levava; Com insistência o Fergus lhe deixou fazer as entregas daquela semana, á meses não visitava o povoado estava com saudades dos amigos que tinham por alí, Fergus nunca deixara de ser super protetor mesmo agora casado com a Lucy e sem aparência de perigo algum, ele fizera várias exigências dando ordem ao John que não lhe tirasse os olhos.
Mas nem era necessário pedir, o homem era musculoso e sempre estava ao seu lado como um guarda costas sempre armado com sua espada e uma besta, ela achava desnecessário porque nunca tivera sérios problemas na fazenda, nada que precisassem de uso de armas, John era irredutível ao deixar as armas de lado, a mulher teve que se acostumar com o jeito cauteloso do homem.
.............
Horas mais tarde na vila depois de desembarcarem, o grupo separaram-se parte precisavam comprar mantimento para continuarem a viagem, outros saíram em busca de matérias para consertarem a embarcação que estava com sérios estragos depois do ataque que sofreram em alto mar, eles avia saído vitoriosos mas tiveram muito prejuízo no barco viking, um dos tiros de canhão atirado contra eles acertou em cheio, e os impedia de seguir viagem.
Enquanto analisava algumas ferramentas com um ferreiro do local, algo lhe chamou atenção, uma mulher montada em um lindo alazão de grande porte que passava na rua, mais não era só isso, avia algo de familiar naquela figura e não era só o fato da mulher ter longos cabelos ruivos — Állex observou intrigado.
Sua mente estaria lhe pregando peças? Como sempre desde o sumiço da sua esposa, esteve buscando por ela a mais de três longos anos mais não avia rastros pelas redondezas, chegando acreditar que não estaria mais viva. Naquela mesma noite enquanto se preparava para se retirar para a noite de núpcias com a nova esposa; Avia escolhido uma das vilas mais distante do clã porque não queria ver a Angellik durante aqueles dias em que precisava se deitar com outra, aquilo parecia errado aos seus olhos, sendo que a unica que ele queria em sua cama nem sequer olhava em sua direção, para ela era como se ele nunca estivesse existido, mesmo sendo doloroso a rejeição, não queria aquela situação, se fosse preciso cortaria um pedaço do coração para não mágoa‐la. Inesperadamente alguém veio correndo lhe contar que a cabana que sua mulher vivia começou a pegar fogo, as chamas se espalharam rápido, ele chegará tarde demais, nada pôde ser feito, os corpos não foram achados, avia duas opções ou aviam virados cinzas ou fugido, desesperado ficou com a segunda opção dando ordens imediatamente para que fossem feitas buscas pela ilha, foram dias até o rei ordenar que parassem de perder tempo, julgando que não valia a pena, contrariado Állex foi obrigado a obedecer, chorara sozinho vivendo em um luto profundo, no qual acabara com sua noite de núpcias, e também seu casamento antes mesmo de começar; agora estava tendo alucinações como no começo do luto, toda mulher ruiva que via corria até ela acreditando ser o seu anjo de fogo.
Állex piscou os olhos confuso enquanto tentava raciocinar com clareza, até porque naquele momento estava completamente sóbrio.
— Comprem o que precisarem volto já!
Ele entregou o alforje com moedas de prata a um dos companheiro.
— Aonde vai?
Peguzos lhe segurou o braço impedindo seu primo da moça de virar as costas para sair.
— Preciso ter certeza que não estou louco porque bêbado eu sei que não estou.
— Você... parece que viu fantasma, está tudo bem?
O amigo ficou preocupado com o estado de agitação do Állex que olhava em todas as direções procurando por algo, ele se pôs ao seu lado.
— Não sei, mais eu preciso tirar essa dúvida, acho que vi ela!
— Como assim? Ela quem?
— Como quem? O fantasma que me assombra desde o dia que Angellik desapareceu sem deixar rastros.
Ele se afastou do peguzos começando a caminhar na direção em que viu a mulher tomar, com passos largos, pois não podia perde-la de vista.
— Calma eu vou com você, mais sabe o que acho disso, como todas as outras vezes que era engano, tantas vezes já te pedir para enterrar de vez esse fantasma ou vai acabar enlouquecendo!
Állex olhou carrancudo para o primo, mas não dissera nada sabia que ele estava certo, sem perder tempo caminharam pela multidão que já se aglomeravam para comprar mantimento mas barracas de alimentos frescos, se desvencilhando do tumulto poderam então alcançar a mulher observando-a com cautela de uma distância segura sem serem vistos por ela.
Enquanto cavalgava entre a multidão algo lhe incomodava, era como se estivesse sendo seguida, sentiu um calafrio descer na espinha aquilo era um aviso algo incomum estava por vir, seu sexto sentido alarmava pra ficar atenta, com atenção redobrada desceu do animal olhou ao seu redor para ter certeza se via algo suspeito, mais não avistara nada, esperou o servo descarregar a carroça e fazer as entregas, enquanto cumprimentava alguns conhecidos, e aproveitava para comprar alguns tecidos para Lucy terminar o enxoval do bebê.
— Ei gracinha!
Uma mão enorme envolveu sua cintura puxando lhe, tomada pelo susto ela deu um passo para o lado sentindo já o cheiro forte de suor e tabaco invadir suas narinas fazendo careta de nojo virou esquivando‐se do homem, atrás de si estava quatro figuras medonhas e uma delas lhe fez fraquejar as pernas, com uma das mãos na boca abafou o grito ao reconhecer‐lo, aquele olhar maligno era algo que jamais conseguiria apagar da mente.
– Olá boneca, não precisa ter medo!
O homem nórdico estava sem a camisa deixando bem visível suas cicatrizes espalhadas pelo corpo, ele sorriu mostrando os dentes amarelado.
Estaria eles atrás dela? O que iria fazer agora?
Angellik passou a mão na testa para enxugar o suor que começava a brotar no rosto, no intuito de se afastar depressa ela deu alguns passos para traz, mais os mesmos davam investidas insistente em sua direção fazendo seu coração pular descontroladamente.
—É impressão minha ou você está com mendo da gente?
O Durghal que era a figura mais ameaçadora que conhecerá estava de novo em seu encalce, dessa vez não tinha ninguém a quem apelar, seu fim seria aquele? Como eles lhe encontraram depois de tanto tempo? Acreditou estarem seguros.
Como avisaria os outros? Precisava manter sua família à salvo, teria que se sacrificar entregando-se para que não se lembrassem dos outros.
Com tantas dúvidas ainda assim seu medo não era maior que seu desejo de manter sua família à salvo.
— Moça temos prata! Não queremos violenta-la, só queremos um pouco de diversão, então aproveita que não é todo dia que estamos com essa bondade!
Agora ela percebera eles não lhe reconhecera, — "Sim aquilo era bom! Talvez conseguisse sai livre de danos, se dissesse que não era prostituta eles a deixaria parti." — Aquele pensamento lhe deixará um pouco mais aliviada.
— Me desculpe cavalheiros mais não faço esse tipo de serviços, vocês me confundiram.
Ela ouviu gargalhadas e trocas de olhares maliciosos entre eles.
Puxando‐a para mais perto seu temeroso cunhado lhe deu uma lambida no pescoço, fazendo seus nevos enrijecer de pavor, encolhendo‐se de nojo, com braços fortes ele lhe apertou o abraço mostrando que ela não sairia dali, só quando ele permitisse, arrastada para um beco de um armazém, ela previu sua ruína, acreditando que se fosse necessário passar por aquilo para se ver livre de uma vez por todas, se fosse o preço da sua liberdade, então que fosse logo, não iria lutar,
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– Certo não precisa usar agressividade, se não tem nada que eu possa fazer para impedir essa violência, então que façam logo e me deixe ir.
Precisou de muita coragem para deixar aquelas palavras saírem da sua boca, recusando a encara‐los.
— Gostei da coragem da moça! —Um deles disse rindo enquanto tentava abrir as calças com uma certa urgência.
– Epa! Eu vou ser o primeiro afinal quem viu foi eu! — O Durgal empurrou um deles se apossando com selvageria a presa.
Sentindo as mãos daquele homem asqueroso deslizando por dentro das suas calças Angellik fechou os olhos pedindo para Deus da‐lhe força.
– Vai tirando suas mãos nojentas de cima dela agora!
“Aquela voz! Seria ele?”
Devagar ela abrira os olhos no mesmo instante em que seu abusador se afastava com as mãos levantadas, pois tinha duas espadas longas e afiadas que brilhavam em direção do seu pescoço, os outros também se afastaram concertando as calças, dizendo que iriam pagar pelo serviço.
Boquiaberta Angellik não se moverá do seu estado de alívio e choque.
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Atualizado até capítulo 54
Comments
ARMINDA
EITAAAAA É ANGEL . ENFIM ELE TE ACHOU.😬😬😬😬😬🙄🙄🙄
2024-05-20
2
Maria Izabel
nossa mais uma vez ele a salvou espero que agora consigam dialogar
2023-10-13
2
Lyu Lima
que alívio, pensei q ela seria violentada
2023-09-10
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