CAP. 14 Aliados

Quando o seu passado lhe procura, e o pesadelo se torna real.

Tudo acontecera muito rápido, um pouco antes da hora que aconteceria a grande cerimônia de casamento, Angellik receberá uma visita inesperada em seu casebre.

Não fazia ideia o que ela queria ali, desde sua chegada naquele lugar, aquela mulher fazia questão de demostrar com o olhar ameaçador, que não queria sua presença ali.

Talvez insegurança em dividir o seu futuro marido com uma estrangeira, se fosse isso precisava deixar claro que não tinha intenção alguma de ser uma mera concubina, não queria aquele homem, tinha era pavor daquele ser, — pensou já com uma das mãos na cintura para desfazer qualquer mal-entendidos de uma vez por todas.

— Olá! Você não estava me esperando não é? — A mulher deu uma risada macabra ficando de frente para ela, que acabava de voltar do riacho com as roupas que fora lavar mais cedo, a moça estava visivelmente esgotada, a ultima pessoa que esperava ver era aquela mulher em sua casa, parou na entrada da porta colocando o cesto de roupas limpas no banco, analisou bem aquela mulher sem entender aquela pergunta.

— Na verdade não… hoje não é seu casamento?

Aquela mulher não estava vestida para casar, vestia roupas escuras e uma pequena adaga presa na perna da calça, sua mão posava sobre a arma, por um momento sentiu medo, as suas pernas tremeram debaixo do longo vestido azul que usava naquele começo de noite.

— Não tenha medo! Não vou me sujar com seu sangue, até mesmo, como disse, hoje é o meu grande dia! ...Não pretendo estragar, e nada irá ficar no meu caminho.

Ela fizera uma breve pausa para analisar o lugar, e tendo a certeza que estavam sos, levantou uma das mãos e tocou em uma das mexas do cabelo que caiam em seu ombro, Angellik recuou para trás sentia a ameaça só no jeito que ela lhe falava olhando fixo em seus olhos como se quisesse lhe arrancar a alma.Ghetta era alta e bonita, com traços fortes possuía um olhar frio e calculista, deixava transparecer o quanto era perigosa, com as mãos no ventre Angellik sentiu algo ameaçador no ar, caso contrário porque ela escolheria um momento em que estava sozinha? Devia ter visto a Lucy sair à poucos instantes para pegar tempero na grande casa, a Lucy planejava fazer um assado de Peru que só ela acertava no sabor, e seu primo estava à cortar lenha um pouco distante dali, precisavam estocar lenha seca antes que a neve encobrissem tudo. A mulher devia ter lhe observado,

então ela queria algo, que não seria boa coisa, — pensou pedindo mentalmente para estar errada, ou que alguém entrasse pela aquela porta, não confiava naquela mulher, por mais que suas palavras dissesse não querer lhe fazer mal.

— Sabe que não gosto de você não é? — Disse finalmente com um olhar malévolo.

— Sei sim! Só não entendo o motivo, porque lhe fiz algo?

Angellik responderá tentando conter o medo.

— Suponha que devia gostar? E então sermos amigas?

— Nunca te fiz mal! mas amigas seria demais até para me.

— Então acha pouco ter se oferecido para meu homem? Pensou que seria uma verdadeira esposa? Queria meu lugar?

A mulher fez cara de nojo olhando para a corrente de ouro que ela tinha no pescoço, no colar uma cruz brilhava um pingente representando a fé em Cristo. Ela continuou falando...— Você não é mulher o bastante para ele, e nunca poderá dar um filho herdeiro, o mais que será é uma pobre mulher para o sexo, quando ele estiver entediado, e seus filhotes não passaram de bastardos sem direitos algum, viveram das sobras dos meus filhos, e eu farei da suas vidas um verdadeiro inferno…

Olhando para as mãos de Angellik que instintivamente mantia as mãos sobre o ventre — Isso se estiverem vivos até lá!

"Ela estava lhe ameaçando? Ela então já sabia da sua gestação? A mãe do Állex já devia ter aberto a boca".

Tanto que insistira e ela prometera-lhe não contar a ninguem até que ela mesma falasse não acreditava que fora traída pela única pessoa que aprendera a confiar naquele lugar. Decepcionada olhou para o chão não tinha o que dizer, tudo aquilo era verdade, seria seu destino, se não agisse.

— Não sei que mistério você fez para pegar barriga tão rápido? Será que já não avia se entregado à outro? Por isso o motivo de ter aceitado um acordo como esse?Você se entregou a ele para força-lo a criar seu bastardinho não é mesmo?

"Que mulher louca! queria poder fazer ela engolir aquelas calúnias" — Pensou já sentindo o sangue subir nas veias e seu rosto ficar vermelho de raiva.

— Pergunte ao seu futuro marido, com certeza vai tirar suas dúvidas!

Angellik já estava perdendo a paciência pelos insultos.

— Sei que ele não sabe dessa gravidez, e eu acho melhor assim… talvez frágil como você parece ser...

— Como assim?

Aquela mulher estava sugerindo algo... Que poderia perder o bebê?

— Você entendeu, todos aqui sabemos o quanto sua gente é fraca, e podem não consegui segurar um feto… eu conheço algumas plantas que podem ajudar a acelerar o processo...

— Ei! Está sugerindo que eu mate meu bebê?

Ela interrompeu indignada se esquecendo do medo fixando os olhos no olhar duro daquela mulher.

Ela quase que podia apalpar as ameaças pairando no ar.

— Por que eu faria isso? — Angell se afastou ainda mais horrorizada.

— Ainda não é um bebê, é só um verminho que não significa nada, eu sei do acordo e seu pai não lhe quer com uma criança, e creio que não se acostumara com essa vida, sem luxo, então...?

Descontrolada e sega de ira Angellik se atirou contra a mulher, que pega de surpresa fora atingida com uma forte bofetada deixando as marcas dos dedos em seu rosto.

Em choque pela audácia da mulher que à pouco percebera esta morrendo de medo, Ghetta levantou uma sombrancelha sem acreditar no que acontecera, ela se auto‐perguntava se não estivera subestimado aquela mulherzinha?

— Vai se arrepender de ter feito isso, não precisava ser assim, mais vou lhe arrancar todos seus cabelos, qual enfeitiçou o meu homem, vou abrir sua barriga com você ainda viva! Quero te ver sangrar até a morte por ter se metido no meu caminho, vou te fazer sofrer tanto...

Angellik sentiu duas mãos fortes em volta do seu pescoço, e lutou pra se desvencilhar, sabia que a outra era forte, e ela nem tanto, mais não se entregaria de bandeja, com agilidade puxou a adaga da perna da mulher e conseguiu golpear-lá no braço fazendo com que lhe soltasse de imediato, dizendo palavrões e com a mão apertando o ferimento para conter o sangramento do braço, que já escorria pela manga da blusa, o corte não fora tão profundo, pois a intenção não era para matar, e sim para que a libertasse do estrangulamento, mas sabia que a intenção da outra era realmente mata-la.

— Sua cadela! A sua morte vai ser lenta!

A mulher gritou pegando a arma que Angellik deixará cair no chão ao feri-la. Partindo para cima da pobre garota a nórdica tinha sangue nos olhos, sedenta por Vingança.

— O que esta acontecendo aqui?

Com agilidade o rapaz avançou sobre a mulher, os dos rolaram no chão até que conseguiu desarmar imobilizando a, assustada e furiosa a mulher se viu vencida saindo prometendo vingança por ter cido ferida e humilhada quando seus planos eram ao contrário, frustrada correra para tramar algo mais infalível, mais primeiro iria tirar o Fergus do seu caminho — Pensou rangendo os dentes enfurecida por não ter conseguido acabar com a ruiva.

— Malditos! Eles terão o que merecem, e não vai demorar, servirão de alimento para meus cães, mas agora eu preciso me apressar e cuidar desse braço!

Preocupado e vendo o perigo fugir, Fergus abraçou a prima que se atirara em seus braços chorando trêmula, e aliviada por ele ter lhe socorrido como sempre.

— Precisamos sair desse lugar, cada dia um novo perigo, inimigos a toda parte!

Ela apenas concordou com um balançar de cabeça.

— Precisamos agir rápido, sei que o plano é sair logo que aconteça a festa de casamento enquanto estiverem bebendo vão ficar desatentos esqueceram de nós, usaremos esse momento para nós afastar em direção as marinas. Depois dessa, tenho certeza que não devamos esperar ela mandar alguém vi nos atacar enquanto estivermos desprevenidos, você viu o jeito mortal que ela nos lançou antes de sair correndo! — Fergus se mostrou extremamente tenso com a situação.

Era verdade, por isso só aguardaram o volta de Lucy recolheram apenas as armas e as joias que estava guardada no baú, incluindo a joia que o Állex lhe dera, que seria útil no seu caminho.

Mais tarde todos já se reunião em volta das fogueiras bebendo e fazendo muito barulho, aquele era o sinal que teriam para saber que a festa tava começando, sem perder tempo o três se esgueiraram atentos pelas paredes escuras dos casebres, já próximo do muro que dava pra saída observaram a chagada do noivo, os guardas estavam atentos ao movimento da festa e com a fase da lua escura eles tinham a chance de passarem despercebidos por um pequeno buraco que descobriram enquanto arquitetavam a fuga dois dias atrás.

— Vão parti assim?

Voltaram o olhar no escuro e viram um vulto feminino que se aproximava com uma espada nas mãos, entre-olharam‐se apavorados sabiam que se pegos, não teriam outra oportunidade e provavelmente o Fergus seria assassinado.

— Calma Angellik, não tenho intenção de te impedir!

— Ahh! É você...

Angellik demonstrou sua indignação na voz já sabendo de quem se tratava.

— Sou eu sim, e antes que me acuse de qualquer coisa, estou disposta a ajudar-te...mas caso forem encontrados jamais poderão dizer que estive envolvida!

— Por quer devemos acreditar na sua boa intenção?

Fergus se mostrou desconfiado, ali todo cuidado parecia pouco.

— Por que eu gosto de vocês, e não quero que sofram, e caso fiquem aqui, não saíram vivos...

Ela pareceu amarga e com preocupação na voz.

— Então você sabia que aquela mulher tentou me matar hoje?

— Não sabia... Ela te machucou?

A mulher se aproximou,  preocupada.

— Não, por sorte o Fergus apareceu na hora!

— Devem parti rápido!

— Porque vai nos ajudar, depois de ter traído minha confiança?

— Calma filha! Jamais trairia alguém que gosto, não falei da gravidez, ela deve ter ouvido alguma coisa as escondida, aquela mulher nunca foi fácil, e faz de tudo para consegui o que deseja... ela usa métodos cruéis para isso.

Com uma pequena pausa, segurou as mãos da jovem mãe por entre as suas e prosseguiu — Ouvir ela conversando com alguém, e planejavam matá-los hoje, enquanto estivesse na noite de núpcias com o marido, alguém esperariam dormir e lhes amarrariam e atiariam fogo no casebre, e antes disso envenenariam suas águas para não ter chance de reagirem, ou fazerem barulhos, fiquei em choque quando descobrir tanta maldade, eu corri para avisá-los e os vi saindo.

— Como o Állex pode se casar com um mostro como esse? — A moça se sentia traída de certa forma, até porque ele nunca fora sincero, preferiu enganar‐la sobre o casamento, estava magoada ele não teve a consideração de vir expor suas atitudes ou sequer falar como tudo ficaria entre eles.

— Eu sinto por ter que passar por isso, Àllexsander tem deveres a cumprir com o clã, e o rei jamais o liberaria das obrigações, é algo que não dar para explicar até porque você não entenderia...

A mulher não queria dar detalhes, e os lembrou que não tinham tempo para conversas.

— E como pretende nos ajudar?

Fergus ainda estava alarmado.

— Não quero que essa vida inocente se acabe antes mesmo de nascer, — Ela se referia ao neto, — Tenho um amigo que pode retirá-los da ilha, eu pedirei um dos servos lhes guiarem, mandarei algo escrito lá ele saberá onde levá-los, e os deixar em segurança, onde jamais imaginaram que estarão.

Não tinham escolhas aceitaram a ajuda e agradeceram a Deus, e assim ocorreu como o planejado, finalmente poderam respirar aliviados e sentiram-se mais seguros ao por os pés em um novo navio, dessa vez partiriam em busca de liberdade, eles abraçaram-se sem olhar para trás aos poucos aquela ilha escura ia ficando para trás e com ela uma parte triste da suas histórias que queriam logo esquecer...

* * *

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***