CAP. 5 ENVOLVENDO-SE

Dias passaram-se desde aquela fatídica noite e mesmo assim ainda se via a pensar no cheiro da pele delicada daquela garota, no toque quente dos lábios dela no seu pescoço... — Pensar aquilo causava-lhe comichões, sensações não desejáveis, não era hora nem lugar, o fazia lembrar das suas necessidades masculinas. Já à algumas semanas estava no mar, a meses não via uma mulher assim tão perto, e tão desejável aos olhos, já nem se lembrava quando esteve ao certo com uma mulher intimamente...

— Por Thor…—Resmungou com voz alta tentando se concentrar no que fazia.

— Está impaciente para chegar em casa, meu amigo?

— Você não? — Allexander responde sem olhar na direção do primo Pegazos que agarra a corda que ele lhe joga, amarrando em seguida no mastro do navio, que com a forca do vento balançava de um lado para o outro.

O seu primo percebendo o mau-humor decidira não insistir com a conversa, mais lhe olhou desconfiado, sabendo do motivo daquele péssimo humor, pois avia notado alguns olhares na direção que estava a garota dias atrás, via a Inquietação do Àllex quando a garota de cabelos de fogo estava por perto, — o grandalhão riu por dentro divertido, tentando adivinhar até quando ele resistiria a tentação de mergulhar no poço do prazer acabando com a inocência da jovem esposa, por outro lado, conhecia o caráter dele, tinha certeza que o seu primo não ousaria arriscar a virtude dela, arruinando-a, só para saciar as suas necessidades, a não ser se tivesse a intenção de torna-la legitima esposa, o que parecia improvável já que em breve estaria

amarrado em outra, na qual o pai o lembrava da obrigação e obediência com o seu Rei.

colocava a mão no fogo pelo primo — concluiu o seu pensamento e também o que fazia, apertando os nós da corda, deixando o mastro bem firme.

— Teremos que parar em alguma ilha para abastecer as provisões. — Allex quebrou o silêncio depois de algum tempo. ...— Não contava com mais tripulantes — ele coçou o queixo com a barba por fazer.

— Sei...—Pegazos exitou um pouco antes de continuar...— Tenho notado o seu humor, pior que o normal, e sei que não esperava arrumar uma noiva, assim nas suas condições, então eu entendo o seu estado de espírito, não é para menos, outro no seu lugar teria amarrado uma pedra ao pescoço e se atirado ao mar.

O homem deu-lhe um sorriso compreensível Allex retribuiu-lhe, com um olhar mais carrancudo ainda — "Era verdade! avia esquecido da noiva! "— Refletiu ao se lembrar da Ghreta que esperava o seu retorno para se casarem, estavam noivos a quase um ano. Foi um compromisso feito pela família de ambos, para unir tribos, mas, na verdade, ele não queria uma esposa, estava acostumado às viagens longas como àquela, e se divertir com várias mulheres pelos caminhos, nunca se preocupar em não ter tempo marcado para retornar, não gostava da ideia de ficar preso numa mulher. " Ghreta era bonita, de personalidade forte, corpo vantajoso, era esperado que ela lhe daria muito prazer na cama, ela possuia quadris largos para lhe dar filhos no futuro, não era pequenina e frágil como àquela garotinha! " Mais o que estava a pensar? Comparando as duas? — Ele recriminou-se, logo terminou o que fazia, descendo para a sua cabine. Já era começo de noite precisava se lavar antes de se unir ao grupo de guerreiros, para comer e beberem como de costume.

No dique do navio, em meio às sombras escuras, pode identificar-lá, estava debruçada sobre o parapeito do navio com a metade do corpo para fora.

— Se o vento soprar com mais intensidade, como estava mais cedo, joga-lhe em baixo!

Sem exitar pegou a por trás enlaçando o braço na sua cintura, puxou virando-a para si.

— O quê? ?— O puxão fez com que se assustasse, se desequilibrando agarrou-se no pescoço dele para não cair, o que os fez ficar muito perto, perto bastante para que o Homem exalace o seu perfume, e sentisse em seu peito um leve roçar dos seios pequenos e firmes da moça, através do vestido em tons claros que marcava com firmeza sua cintura fina e do xale escuro que cobria os seus ombros.

— Não queria te assustar, mas isso é perigoso! — Allex se desculpou soltando-a, se dando conta de como um simples toque lhe atordoava os sentidos, a presença dela o fazia sentir um idiota, e agia como tal, chegava ser embaraçoso para ele que não estava acostumado a ser cordial com ninguém, parecia que ela o enfraquecia de alguma forma, era o que ele pensava toda vez que sentia a fragrância de sândalo quando ela estava perto, começava ter pensamentos indecentes, envergonhando a si mesmo.

— Realmente, não esperava ver-lo aqui...— Ela disse ainda agarrada em seu pescoço. — Quero dizer, eu só vir arejar um pouco...

Olhando de lado pôde constatar a Lucy e os guardas pessoais dela, observando a cena então se dera conta que estava agarrada ainda a ele, e os seus corpos estavam praticamente unidos mesmo ele já tendo lhe soltado a cintura, o seu rosto ficou em chamas, se lembrara daquela noite em que ele lhe expulsara da sua cama, com certeza devia achar-lhe feia e sem graça...

 — Desculpe-me! — Disse se afastando com o olhar baixo.

" Não queria senti-se ridícula, não mais do que já fora, precisava chegar logo em terra firme, não sabia o que lhe aguardava na sua nova vida, seria prisioneira? Ou uma esposa? Não sabia qual lhe assustava mais, não queria viver com um homem sem amor principalmente com um que não lhe desejasse, estava certa que nada seria favorável a ela, pelo fato de ser de um povo diferente e linhagem nobre, qual aquele povo já avia saqueado por várias vezes, assim ouviu boatos, as coisas que ouviu a respeito daquela gente eram macabras, estupros até assassinatos em massa sem dó nenhuma piedade, sem falar no paganismo, adoravam vários deuses nórdicos e alguns grupos até ofereciam sacrifícios humanos", — pensar aquilo arrepiou-lhe a espinha, avia estudado a bíblia era uma cristã, como se acostumaria com aquela nova vida? Sobreviveria a tudo que iria de contra a sua fé, como Cristo lhe puniria?

— Como você tem passado esses dias? Allex interrompeu-lhe os pensamentos lhe trazendo de volta à aquele lugar frio. O vento agora soprava com mais intensidade fazendo os seus cabelos se desprender do penteado, e esvoaçar a cair sobre o seu rosto que demostrava mais pálido que de costume, ele, notou logo assim que um dos homens acendeu um lampião perto de onde estavam, sentiu-se péssimo por ter-lá trazido devia ter recusado..., mas não poderia ter retornado de mãos vazias, ela era a garantia de que em breve o Duque pagaria aquela velha dívida com certeza ele não demoraria, não abandonaria a filha caçula, com um povo que eles julgavam tão cruéis, e indignos, era ela ou teria que assassinar toda a família, por ordem do chefe o que se negaria a fazer, mais que os seus companheiros, principalmente o seu irmão não exitaria em fazer, não teriam nem um remorso, já ele era diferente deles, e sabiam disso, não matava por prazer, se fosse mesmo necessário matava para se defender ou quando recebia ordens sem direito à questionamentos do seu patriarca, o qual exijia respeito e obediência, e ele o dava, mas lealdade só consigo mesmo.

— Estou bem! — Respondeu sem interesse em continuar a conversa

— Não senti mais o mal-estar? — Ele insistiu não estava satisfeito com a resposta seca.

Ela apertou o xale frio contra o corpo que aquela altura já não a protegia em nada contra aquele vento, gelado.

— Já disse que estou bem, não se preocupe! — Não sabia o que dera nele o porquê der repente se mostrar tão preocupado? — Franziu o cenho desconfiada estaria ele querendo reclamar o direito de marido? — alarmada andou até Lucy que estava à poucos passos de distância e conversava com os guardas e demonstrava esta animada — precisamos descer! — falou puxando-a pelo braço para que lhe seguisse sem intender nada Lucy desceu com ela até a cabine, os guardas as seguiram, mais tarde enquanto se preparavam para dormir, Angellik contou os seus anseios, a sua amiga, que ouvira tudo calada, mais que tinha receio por ela, e não podia ajudar, até o seu destino era incerto na mão daquele povo, e implorava às forças divinas que protegessem a todos, pois sabiam que precisariam e muito.

Aquela noite Lucy orou baixinho, pedindo proteção a todos e iluminação para que sua senhora fizesse sábias escolhas.

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