Capítulo

Comecei a trabalhar como cozinheiro da granfina.

Durante minha primeira semana, a madame não parou em casa. Moravam apenas ela e o marido. Tinham um casal de filhos, mas pelo o que fiquei sabendo, os dois faziam intercâmbio fora.

O marido era um daqueles caras que só pensava em trabalho, e vivia viajando para acompanhar de perto como estavam indo as coisas em sua rede hoteleira.

E de tão ocupado com os negócios, nem percebeu que tava de empregado novo.

No final daquela mesma semana, o "patrão'' viajou para uma convenção de donos de hotéis em outro estado.

E bastou que o marido saísse de casa, pra mulher dispensar todos os demais funcionários e ficar contando apenas com os meus "serviços".

Aí então não tive mais dúvida, de que a madame tava me querendo.

Porém até o momento dela me dar o bote, continuou agindo como sempre fazia. Foi ao salão de beleza e tomou outro banho de loja. Mas assim que voltou da rua, pediu pra que eu fizesse o melhor prato da minha vida.

Dei o melhor de mim no preparo do prato especial da patroa. Se ficou um prato dos deuses? Minha modéstia não me deixa afirmar isso. Só sei que ela comeu de lamber os beiços.

Ao terminar o prato principal, ela disse que tava esperando a melhor parte da refeição: a sobremesa.

"Putz! Não acredito que esqueci a sobremesa", pensei com minha ingenuidade.

Tentei explicar pra ela, mas nem deu tempo. Isso porque a mulher avançou como uma loba pra cima de mim rapidamente.

– Era essa a sobremesa que eu tava tanto esperando – disse ela me agarrando e me beijando. Em seguida arrancou minha roupa e depois o próprio vestido, e transamos ali na mesa de jantar mesmo.

Passei o resto do fim de semana e os dias seguintes no casarão. Ora cozinhando, ora transando com a madame.

A libido que a mulher possuía, ao me procurar pra fazer sempre mais sexo, parecia que não via um homem há anos.

Sendo bastante sincero, em questão de sexo, não tava acostumado a ser super ativo com nenhuma parceira. Porém, a coroa era tão expert no assunto, e me ensinou tanta coisa, que em pouco tempo me viciei nela.

Mas os nossos dias de luxúria tiveram que ser interrompidos. O marido dela ligou do aeroporto, e disse que tava voltando.

Aí foi um fuzuê danado. A dona teve que se virar pra fazer com que os funcionários voltassem ao trabalho imediatamente. Isso porque o marido com certeza estranharia a falta dos empregados, já que a esposa era uma grande dondoca, que nem levantava pra lavar um único copo.

Enfim, os funcionários chegaram a tempo e a madame fingiu costume. Já eu voltei a minha função de cozinheiro, e mal saía da cozinha.

Voltei a minha vida de morador de hotel, sem problemas.

Acontece que estranharam a minha ausência. E todos os meus pertences que permaneceram lá - durante minha estadia na casa da patroa - foram retirados do quarto para serem jogados. Mas aí um dos recepcionistas que tinha se tornado meu parça, resolveu guardá-los.

Assim que apareci no hotel, levei uma "chamada" do gerente, e tive que preencher uma nova ficha.

Mais tarde, no final do expediente do recepcionista camarada, trocamos uma ideia e ele me alertou novamente que era uma fria engatar um romance com a granfina. Que não havia muito tempo que ela tinha crescido o olho pra um funcionário do hotel. O rapaz em questão, envolveu-se amorosamente com ela, no entanto acabou se dando muito mal.

Segundo meu parça, o cara além de perder o emprego, levou uma surra daquelas.

Não me impressionei muito com o que o camarada me contou. E disse que a granfina e eu tomaríamos cuidado. Portanto, não seríamos pegos.

– Está avisado! Se acontecer o pior não foi por falta de aviso – disse o rapaz em tom de companheirismo.

– Agradeço a preocupação, meu amigo! Mas caso nos pegue. Não acredito que o sujeito tenha coragem de acabar com a nossa vida.

Como mais ou menos falei, não me senti nem um pouco preocupado com um provável flagrante do patrão.

O cara parecia ser tão de boa que, caso nos apanhasse, no máximo me daria um soco no rosto e cortaria o cartão de crédito da primeira dama. Acreditando fielmente nisso, continuei como amante da granfina.

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