Capítulo

No outro dia, não saí pra procurar serviço cedo. Fiquei de boa no meu quarto, esperando chegar a tarde para almoçar e ficar o restante do dia e até altas horas, na rua.

Almocei um PF reforçado, após a refeição fui até a praça e esperei  passar a moleza do corpo.

Horas depois, dei uma passada nos lugares onde havia deixado currículo, pra ver se tinha pintado qualquer coisa. Em todos os locais que passei, a resposta foi a mesma: Não há vagas! Agora pensando, acho que na maioria dos estabelecimentos onde entreguei currículo, nenhum chegou a verificá-lo. E se o olharam, na certa não contratariam alguém sem endereço fixo e sem o ensino médio completo. Droga, gastei uma nota na impressão de currículos pra nada!

A noite chegou e fui forrar o estômago num carrinho de sopa. Como o preço estava acessível, tomei mais de três porções. Depois disso, segui na direção das ruas das casas noturnas. Uma coisa que me deixava bolado, era embarcar novamente na atrativa vida noturna, que na verdade não passava de um estilo de vida de vícios.

Frequentar a noite, pra um simples assalariado - ou melhor, um pobre desempregado, saía caro. Só que me vi forçado a fazer isso. Precisava conhecer os locais de festas e também pessoas por detrás do entretenimento.

Fui pra night cheio de confiança, de que conseguiria algum trampo. Só que acabou que fiquei ainda mais decepcionado. As pessoas daquela cidade eram muito fechadas. Pareciam desconfiar de tudo e de todas. Passei o mó tempão tentando puxar conversa com os bartenders, durante os intervalos entre um pedido e outro, só que nenhum me dava o mínimo de atenção.

No fechamento da casa de shows, tentei falar com os responsáveis pela balada, mas só me deram informações desencontradas. Troquei meias palavras com um e com outro, sendo que no final das contas, nem sequer fiquei sabendo quem era o "dono" da festa.

Voltei pro meu quartinho mordido de raiva. Droga de  balada mais furreca.

Na madrugada seguinte fiz a mesma coisa, no entanto escolhi outra boate. Lá, também não consegui bons resultados. No máximo se aproximaram de mim, de cinco a seis pilantras com propostas criminosas. Não dei ouvidos a nenhum deles e voltei pra espelunca do hotel me sentindo novamente derrotado.

A semana inteira continuei indo durante a madrugada aos bares e boates, mas nada de nenhum raio de trabalho pintar. No desespero, comecei a abordar pessoas aleatórias pra forçar uma amizade, no entanto ninguém me dava bola. "Nossa! Mas que falta de empatia das pessoas da droga dessa cidade!", pensei alto. Um cara que se encontrava no balcão, do meu lado, respondeu-me: – Tem toda razão, meu jovem! – Em seguida, veio com um papinho que poderia me ajudar. Que tinha um servicinho legal pra mim. Não dei muito crédito pra ele, só que mesmo assim, ele me passou um papel com seu telefone. – Pegue aqui meu contrato, filho… Quando precisar me chame!

Em todo caso, acabei guardando o papel no bolso.

A boate começou a esvaziar-se. Quase todo mundo já tinha ido embora, daí "corri" pra falar com o cabeça dos seguranças da casa. Quem sabe se não precisavam de mais alguém na equipe? Só que o "animal" foi tão bruto comigo, que senti vontade de dar uma voadora na fuça dele. Ainda bem que não fiz essa besteira, pois com certeza ia sair perdendo.

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