Capítulo

A partir daquele dia Brenda e eu nos tornamos uma dupla inseparável, eu adorava a companhia dela. A gata me apresentou um mundo que até então não fazia parte da minha "vidinha". Frequentamos os rolês mais aleatórios. Raves, festivais de rock, casas de "massagens", boates. Não existia point de diversão e prazer que eu não conhecesse. E era a Brenda que bancava a minha entrada nesses lugares.

Começamos a ter um relacionamento aberto, ficávamos quando tínhamos vontade. Ela sempre foi adepta dessas relações abertas e costumava ficar com mais de um carinha ou mina na balada.

Não demorou muito pra eu sentir ciúmes da nossa relação. E sem que eu percebesse, comecei a pegar no pé dela. No começo Brenda levou minha ciumeira na brincadeira. Ela sempre via graça em tudo que eu falava.

Logo as noites de balada começaram a afetar meu trabalho e as minhas amizades. Dormia e descansava pouco. Estava sempre cansado. Além disso, chegava quase todos os dias atrasado. Pros meus colegas de trampo, que faziam parte dos poucos amigos que eu tinha, vivia pedindo dinheiro emprestado. Todos eram bons colegas, pois quando podiam me emprestavam. Os mais experientes, vendo o vida loka que eu tava me tornando, me aconselharam a dar um tempo nas baladas.

– Poxa, Dominic! Tenta pegar mais leve com essas baladas, cara… Vai acabar perdendo o emprego por conta disso.

Zanguei-me com eles. Eu não queria escutar a verdade. Disse que eles não tinham nada a ver com a minha vida. Mas agora confesso que eles tinham razão no que me diziam, e por isso mesmo paguei por não parar para escutá-los. Fui demitido por justa causa, sem ter direito a nada. Fiquei super mal com a demissão. Pra levantar minha moral, Brenda me convidou pra passar uma temporada morando com ela.

– Nossa, que chato! Mas não esquenta a cabeça não, bonitinho. Quando quiser, vem passar um tempo aqui comigo.

Não aceitei, pois achei que já estava abusando demais dela. 

A data do vencimento da mensalidade da pensão se  aproximava, sem eu ter nenhum vintém no bolso.

Mesmo sem dinheiro, continuei  frequentando a vida noturna, já que elas se tornaram minha válvula de escape. Minha companheira de farra, Brenda, percebeu que eu já não me encontrava com a mesma empolgação de antes, e perguntou o que eu tinha.

– Já não é o mesmo, Dominic. Quê que tá acontecendo, hein? Conte tudo logo pra mim!

Sem pensar muito, confessei o motivo do meu desânimo.

– Poxa, Brenda! Não queria te chatear com a minha choradeira. Mas já que faz questão de saber, vou te contar.

– Quê é isso, Dominic? A gente é parça ou não é? – Olhei pra ela com certa ternura e falei:

– Sabe o que é, Brenda?... É que como tô sem trampo, ainda não consegui pagar meu aluguel.

Ela então disse que ia dar um jeito de me ajudar.

– Já te disse que pode ir quando quiser pro meu apê. E quanto ao emprego… Bem, vou dar um jeito de arranjar logo algo pra você.

Estávamos no balcão do bar da boate tomando todas. Quando terminamos o nosso último drink, fomos pra pista de dança extravasar um pouco - Brenda dançava como uma louca.

Momentos depois, ela quis me dizer algo, porém, a música tava muito alta. Daí então ela me puxou pela camisa e deixamos a balada.

Já do lado de fora, Brenda me disse que tinha um trabalho pra mim à vista. Fiquei animado e pedi pra ela me contar logo. A garota pediu pra eu ter calma, pois me levaria naquele instante até o local do possível trabalho.

Fiquei curioso e ao mesmo tempo me perguntando: Que raio de trampo é esse que Brenda tinha pra mim? Por acaso, seria alguma vaga de porteiro? Com certeza esse era o último dos trabalhos que procuraria pra trampar, isso porque tão cedo queria largar minha vida de baladeiro.

Chegamos ao lugar que minha parceira de farra disse onde eu encontraria trampo. Acredite ou não, era outra boate. E por incrível que pareça, era uma boate que eu ainda não onhecia. Não sei porque a Brenda nunca tinha me levado até lá.

Entramos no local.

Era uma balada voltada ao público mais "alternativo", onde vários homens dançavam sem camisa em cima de balcões e pilastras. Brenda deu risada ao ver aqueles caras dançando e todo aquele tipo de gente passando a mão neles.

Perguntei pra Brenda o que eles faziam. Brenda se virou então pra mim e disse que eram go-go dancers, e que aquele também seria o meu trampo.

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