Capítulo

Um dia depois, a recepcionista do local onde precisavam de motoboy me ligou dizendo que eu já podia iniciar o trabalho. Pois a vaga era minha. Fiquei contente com a notícia, e pretendia passar logo por lá. Só que daí me caiu a ficha de que não tinha motocicleta.

Fiquei super chateado, já que queria muito aquele trabalho.

Sem pensar, peguei o dinheiro que tinha e fui tentar descolar uma moto usada.

Visitei diferentes lugares, até encontrar uma motocicleta bastante surrada, entretanto com um precinho acessível. Já era tarde quando encontrei-a. Daí liguei pra moça que me telefonou mais cedo, avisando que tinha tido um contratempo com a moto, e que só podia iniciar o trampo no dia seguinte.

Ela disse que ia tentar segurar a vaga por mais um dia. Porém, se eu não aparecesse de manhã cedo, outra pessoa ficaria com o emprego.

Assim que amanheceu, lavei o rosto, escovei os dentes e parti pro corre. Comprei um sanduba e um cafezinho próximo ao local do trampo e comi enquanto esperava que a secretária da firma chegasse.

Perto das oito horas, a moça chegou. Esperei então que ela abrisse e entrasse na bagaça, pra depois também entrar.

Sem pressa, fui então perguntar qual era o serviço que tinha pra eu fazer.

– Muito bom dia, senhorita! Que missão temos pra hoje? – Ela me explicou que a demanda pelos serviços da empresa não eram assim tão constantes, porém que eu estivesse sempre a postos, do lado de fora, em caso de algum chamando.

Passei a manhã inteira do meu primeiro dia parado em meio ao sol e ao vento forte, sem fazer porcaria de nada.

No início da tarde, a secretária foi até mim e disse que eu estava livre pra uma hora de almoço.

Fui almoçar odiando ter aceito o raio daquele serviço.

"Não sei se vou aguentar uma semana na droga desse trabalho. Vou pedir demissão sem nem bem ter começado", pensei comigo mesmo.

Voltei do almoço e entrei pra ver se havia algum pedido. Não só tinha uma encomenda pra fazer entrega, como também outras duas.

Parti pro endereço de entrega, mal conhecendo os nomes dos bairros e das ruas. Felizmente a cidade era de médio porte, daí, portanto, facilitou bastante pro meu lado.

Encerrei aquele meu primeiro dia de trampo com a sensação de dever cumprido.

O restante da semana de trabalho e as semanas seguintes foi mais ou menos parecido. Pegava as encomendas e levava até o endereço dos clientes.

O legal do trampo era que me pegavam a cada quinze dias. Mas acontece que comecei a achar estranho o trampo que tava fazendo. Daí então sondei a "secretária" sobre o tipo de encomenda que a firma comercializava.

A mulher ficou nervosa e tentou desconversar na hora, porém, logo em seguida disse que em hipótese alguma eu poderia abrir os pacotes que transportava.

Um alerta de perigo piscou na minha cachola.

"Putz! É isso mesmo que tô pensando? Será que tô servindo de avião pra algum traficante?", fui pensando enquanto seguia pra mais uma entrega.

Pensei em descer da moto e bisbilhotar o que havia dentro do pacote. Nisso, olhei  pro meu bagageiro. Sendo que nessa fração de segundos de distração, desequilibrei a motocicleta e caí numa poça de água da chuva.

Quando me dei conta que tava estatelado na beira da rodovia, tentei levantar a moto e seguir pra concluir a entrega.

Entretanto, com o impacto da queda o bagageiro abriu. E o pacote, que foi parar na poça d'água, acabou ficando ensopado.

Tentei rapidamente salvar a encomenda. Sendo que foi aí que descobri o que o pacote continha: dois saquinhos de um pó branco, bem embalados.

Fiquei sem saber o que fazer. "Já pensou se a polícia rodoviária passasse por mim naquela hora?" Com certeza iria em cana.

Procurei então reorganizar minhas ideias. Daí subi outra vez na moto e segui caminho. Perto de um rio, peguei o "bagulho" e atirei na correnteza.

Não retornei ao local onde tentaram me fazer de otário. O que fiz foi passar na pensão, juntar minhas coisas e acelerar o pé na estrada, na direção de outra distante cidade.

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Comments

Nalu Correa

Nalu Correa

ESSE RAPAZ TINHA UMA COISA BOA NÃO NEGAVA SERVISO TAMBÉM NÃO SE VICIOU EM SERVIÇO SUJO SEMPRE DAVA O JEITO DE FUGIR O QUE FALTAVA PRA ELE ERA UM OPORTUNIDADE MAIS CADA VEZ QUE LEMBRAVA QUE NÃO TINHA TERMINANDO OS ESTUDO SE ARREPENDIA O TEMPO PASSA MAIS A VIDA COBRA

2024-04-17

1

Vanfaquini

Vanfaquini

resumo da história o cara virou andarilho , e pior não conclui os estudos e vive na merda kkkkkkkk

2023-12-03

1

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