Capítulo

No dia seguinte, acabou que perdi a hora. Desci correndo pra ver se conseguia pegar o café da manhã que o hotel oferecia aos hóspedes. Os funcionários já estavam começando a retirar a mesa, ainda assim, deu pra pegar uma fatia de bolo, frutas e uma garrafa de suco. Comi tudo em pé mesmo, já que tava com pressa de ir pra rua.

Tava terminando de botar pra dentro o restinho do suco. Daí, de repente, escuto alguém chamar meu nome. Curioso, me virei um pouco de lado.

Adivinhem quem era a pessoa que me chamou pelo nome? Isso mesmo, a mesma dona que tava me "paquerando".

Apresentou-se pra mim e disse que ficou sabendo que eu tava precisando de trabalho. Sendo que, por coincidência, ela apareceu ontem perguntando ao recepcionista se ele conhecia alguém que cozinhasse. Daí o rapaz acabou falando de mim pra ela.

Confesso que fiquei surpreso com a urgência da senhora, porém tive toda consideração por ela, escutando até o fim o seu lenga-lenga.

Assim que terminou de dizer o que queria, a mulher passou um cartão com o endereço e os contatos dela. Em seguida foi embora.

A madame, por acaso, era a mulher do dono do hotel onde eu tava hospedado. Isso eu fiquei sabendo pelo recepcionista camarada. Que além de me passar a real, também me alertou pra tomar cuidado:  – Fica esperto, camarada! Essa mulher é uma tremenda chave de cadeia.

Pra ser sincero, desde o início eu já tinha sacado qual era a dela, porém como eu tava avulso e precisando muito de trabalho, decidi embarcar naquela aventura desconhecida.

Já na manhã do dia seguinte, bati lá na casa da granfina. Fui recebido pela governanta. Segundo a empregada, a patroa ainda se encontrava deitada. E que eu ficasse esperando, pois ia ver se ela já havia levantado.

Entretanto, não precisou a empregada subir pra chamá-la. Isso porque a madame surgiu, ainda em trajes de dormir, bem lá no alto da escada.

Desceu lentamente os degraus da escadaria e pediu gentilmente pra que a governanta deixasse a sala.

Cara a cara, deu pra ver claramente o que a madame vestia. Usava uma camisola transparente, vermelha, com um robe de cetim aberto por cima e calçava um tamanco de plumas. O cabelo tava super arrumado. Além disso, parecia que tinha se perfumado momentos antes.

A mulher me estendeu a mão e se apresentou novamente:

– Muito prazer! Eu me chamo Verena. – disse mordendo os lábios.

- Prazer! Será uma honra trabalhar pra senhora – falei já com o braço erguido, pra apertar a mão que ela havia estendido.

Ela pediu pra que eu sentasse e sentou-se logo em seguida.

Quis saber sobre minhas experiências de trabalho anteriores.

Não lhe contei tudo, lógico, só aquilo que achei mais conveniente.

Ela então me falou do período de teste que eu teria por alguns dias, assim como também da questão do salário.

Topei as condições propostas.

Ambos em comum acordo, apertamos as mãos novamente.

Ficou combinado que eu começaria no outro dia.

Saí da mansão da madame e tomei o caminho da muvuca da cidade.

Enquanto voltava pro centrão, não saía da minha cabeça que a granfina tava de má intenção comigo. Com certeza alguma coisa a mais ela queria.

Aquelas roupas, aquele perfume e até mesmo os insistentes olhares nos primeiros dias que nos vimos, confirmavam meu sexto sentido. Ou será que eu tava vendo coisa onde não existia? Sem contar que até o próprio funcionário do hotel "dela" havia me alertado.

Será mesmo que eu tinha me enganado? Veremos mais tarde, o que realmente a primeira dama do hotel queria comigo.

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