Capítulo

Fiquei decepcionado de ver que todos meus amigos e a minha garota iam pra faculdade, enquanto que eu continuaria na escola, como se fosse ainda um pré adolescente.

Como eu disse, meus pais confiavam na minha índole e me davam liberdade pra fazer o que eu quisesse. Apesar disso, até então nunca pensei em me meter em coisas erradas.

Ao final daquele ano, e no decorrer dos meses de férias, coloquei na cabeça que estava de saco cheio da vida de menino mimadinho. Só que antes de qualquer ação mais radical, me diverti horrores com meus amigos. Zuamos e "aprontamos" muito. E até a coisa que mais me chateava no momento, foi resolvida. Clara terminou com o carinha lá e voltou a falar comigo.

– Oi! Como que você tá, Dominic? – perguntou-me como se nada tivesse acontecido.

– Eu… ? Eu vou muito bem, Clara!

Voltei a ficar com ela, mas não pedi para namorarmos novamente. Acho que ela esperava isso de mim, mas deixei que as coisas rolassem naturalmente.

Nas rodas de encontros que tivemos durante nossos dias de férias, meus amigos e ela me deram a maior força para que eu não desistisse dos estudos. Que me ajudariam nas tarefas.

– Pode contar com a gente, Dominic – me disse um dos meus amigos.

– É isso aí! Não vamos deixar nosso irmãozinho na mão não, hein galera?! – declarou o Tato logo em seguida.

Vi que era de coração a ajuda que me ofereciam.

Senti-me agradecido, porém sem jeito. Fora isso, presentia que depois das férias, a vida de cada um de nós já não seria do mesmo jeito. Uns iam pra faculdade, já outros iam procurar emprego. De uma maneira ou de outra teríamos que assumir um mínimo de responsabilidade.

Quando parava pra pensar nisso, sentia-me um pouco envergonhado. Eu, com mais de dezoito anos, sem concluir o ensino médio e ainda bancado pelos meus pais.

Um status nada promissor, diante dos conhecidos e também dos familiares, não é verdade?

E, num belo dia, então, arrumei minhas coisas e me mandei da minha cidade.

Não me despedi de ninguém, nem dos meus pais, nem da Clara e nem do meu melhor amigo Tato. Confesso que nessa parte cometi uma enorme mancada.

Pra não deixar meus pais tão preocupados, deixei uma carta explicando meus motivos de sair debaixo de suas asas. Também deixei um beijo pra minha garota e um abraço pro Tato.

No fundo, no fundo meus pais já tinham sacado que mais hora menos hora eu sairia de casa.

Agora, lembrando bem, acho que comentei algumas vezes que, quando me desse na telha, daria no pé pra conhecer o mundo.

Saí sem nenhuma expectativa da minha "pacata" cidade, e segui pra metrópole mais próxima. Cheguei ao aeroporto local; e com o dinheiro que tinha comprei uma passagem de avião para uma cidade grande e desconhecida.

Já no aeroporto, me deparo com o primeiro sinal de alerta.

Um homem que nunca tinha visto na vida, sentou-se ao meu lado no saguão de espera, e depois depois de cordialmente cumprimentar-me e tentar puxar uma conversa amigável, perguntou-me, do nada, se eu estaria interessado em realizar um serviço de contrambo para ele.

Não lhe respondi nada, mas prestei atenção na proposta. A grana oferecida por ele, até que era uma bufunfa considerável.

Ao final da abordagem, ele me passou um cartão e me disse que eu lhe telefonasse de onde estivesse, já que pessoas de diferentes lugares eram recrutadas.

Dado o recado, o sujeito apertou minha mão, levantou-se e foi embora com uma cara ainda mais lavada.

Guardei na carteira o cartão, caso precisasse. Logo em seguida o meu voo foi anunciado e corri pro portão de embarque.

Mais populares

Comments

adriana Pedro

adriana Pedro

vai fazer merda

2024-04-18

0

Dyeda

Dyeda

esse livro tá me cheirando faroeste caboclo 👏👏👏👏👏👏👌😉

2022-10-21

1

Dyeda

Dyeda

vai dá merda isso 😱😱

2022-10-21

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!