Capítulo

Voltei pra casa, arrumei minha mochila, coloquei nas costas e parti pra outra.

Não me despedi de ninguém, pois como já devem ter percebido, detesto despedidas. Deixei apenas um bilhete de adeus pra Cátia.

Segui pra rodoviária. Lá, pedi uma passagem pro lugar mais distante que as empresas de ônibus realizavam. Nesse momento, a atendente apontou pro coletivo que realizava a viagem mais demorada. Sendo que naquele exato instante, o ônibus estava de saída.

Paguei rapidamente pela passagem e em seguida corri acenando pra que o chofer parasse.

Subi e me acomodei numa das poltronas. Peguei no sono e só fui acordar em plena estrada.

Na viagem havia pouquíssimos passageiros, dez pessoas ou menos.

Eu me encontrava distante dos demais viajantes. Melhor assim, isso porque não tava afim de ficar de papo com nenhum desconhecido.

Como gostava de dormir quando não fazia nada, dormi praticamente a viagem inteira.

Durante o percurso, o coletivo realizou algumas paradas. Eu, no entanto, continuei na minha poltrona. Não senti sede nem fome. Porém, pra me manter saudável, levantei duas vezes, no máximo, pra usar o banheiro do próprio transporte, assim como também consumi algumas barras de cereais e um garrafa d'água.

No mais, acho que levamos quase dois dias para chegarmos ao destino.

Perto do desembarque, comecei a perceber que o local era um tanto familiar. Nisso, fiquei prestando mais atenção nas placas de sinalização. Sendo que não demorou muito, pra eu perceber que tava de volta ao meu país de origem.

"Putz!" , exclamei comigo mesmo. Rodei tanto pra cair novamente nesse meio.

Desembarquei e fiquei pensando pra onde ia.

Segui a direção que a multidão tomava. Fui parar na estação ferroviária. Lá, entrei num vagão de trem e cheguei noutra cidade.

Ainda bem que não era a mesma cidade de onde eu tinha fugido. Estava há alguns milhares de quilômetros do meu antigo bando. De certa forma tava "salvo". Mas mesmo se algum deles topasse comigo, acho que não me reconheceria. Já não tinha mais a cara de moleque. Além disso, ganhei alguns quilinhos.

Como sempre, procurei uma pensão de valor baixo. Acomodei minhas coisas e já fui arranjar algum trampo - me sentia mais seguro em relação a conquistar algum serviço logo. Sendo que dessa vez, procurei uma agência do trabalho.

Assim que fui atendido por uma das atendentes da agência, tomei um choque de realidade. Isso porque como eu não tinha terminado os estudos, seria difícil conquistar um bom emprego. Fui embora da agência decepcionado. A atendente ficou de me ligar se pintasse uma vaga "que se adequasse às minhas capacidades". Porém não me dei por vencido. Saí de porta em porta procurando trampo. Em certo local, tinha um anúncio, meio escondido, informando que precisavam de um motoboy. Entrei pra falar com a recepcionista e disse que estava interessado na vaga. Ela me olhou de cima a baixo, fez um sinal pra que eu esperasse um instante, e em seguida começou a falar em segredo ao telefone. Assim que encerrou a ligação, trocou algumas palavras comigo, pegou meus dados e explicou que logo, logo entraria em contato.

– Ficamos então combinamos. Se seu perfil for aprovado, ligarei o mais rápido possível para o seu número. 

Deixei o local bastante animado. Daí então dei algumas voltas, parei pra tomar uma breja e depois voltei pra onde tava hospedado.

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