Capítulo

Tentei voltar de verdade a ser um garoto do bem. Mudei pra uma pensãozinha simples e fui, aos poucos, deixando de frequentar baladas. Também parei de gastar com roupas e relógios caros.

Não sei porque, mas sentia que o cerco tava se fechando pro nosso bando. O chefe também pressentiu isso.

Nossos passos e estilo de abordagem já estavam há algum tempo sendo monitorados pelos "caras". E a qualquer instante a casa ia cair pro nosso lado.

Por ordem do chefe, demos um tempo no roubo de carros, porém logo retornaríamos em outra metrópole.

Mas enquanto o esquema não começava noutra cidade, o boss exigiu que fizéssemos outra atividade. Queria que cada um de nós do bando vendesse drogas de "boa qualidade" - em pequenas quantidades - para os mauricinhos e patricinhas endinheirados.

Na mesma hora, falei que tava fora, porém ele disse logo que eu não tinha escolha.

Eu, que nem seqer tinha experiementado uma única vez aquela porcaria, agora, tava sendo obrigado por aquele idiota a levar os filhinhos de papai a um caminho sem volta.

Tentei evitar ao máximo entrar naquela roubada.

Inventei que tava de cama. Minha atuação como doente até que convenceu meus camaradas de batalha. Alguns deles foram tão parças comigo, que quando foram me ver, levaram até remédio. E juraram que convenceriam o chefe a me dar duas semaninhas de folga.

Mas o calhorda, bandido era muito ganancioso. Falou que não tinha tempo ruim pra quem entrasse pro seu bando. Sendo que disse que em menos de três dias, era pra eu tá outra vez na ativa.

Eu já não via mais saída, pois mesmo que não comparecesse ao covil do lobo, ele mandaria parte da sua alcateia me buscar em casa.

Pensando nisso, me mudei do local onde morava pra uma pensão da periferia - já quase em outro município. Pretendia ficar por lá de um a dois dias. Depois daria no pé pra algum lugar bem distante.

Por sorte, ou não sei o que se pode chamar, durante esses dois dias não me encontraram.

Nesse curto espaço de tempo, conheci uma mina que mexeu comigo. Fiquei gamado nela desde o primeiro instante. O nome dela era Cátia. Era uma menina tímida, mas muito simpática.

Cátia era uma órfã recém saída do orfanato, tentando sobreviver na vida. Vizinhos de quarto, já desde o primeiro contato, ela sentiu que podia confiar em mim. Engatamos uma amizade e logo acabou que ficamos.

Passamos uma semana no maior love no tal do pensionato.

Mas acontece que vi rondando pelas ruas do bairro um sujeito bastante parecido com um dos capangas do meu ex chefe. Me desesperei com o que poderia acontecer, a Cátia percebeu meu desespero e quis saber o que tinha acontecido. – Quê que tá acontecendo? Conta pra mim, por favor, Domic! Confessei tudo pra ela. Disse que estava envolvido até o pescoço com gente  muito barra pesada, e que fugiria.

Arrumei minhas coisas e tentei dar o pé de lá sem nem me despedir da garota. Saí e fechei a porta, no corredor, no entanto, encontrei a Cátia segurando duas sacolinhas. Ela disse que também fugiria comigo.

– Não importa o que fez e pra onde vai, Dominic. Irei contigo! Tentei convencê-la a não fazer aquilo, pois correria um grande risco. Cátia falou que estava disposta a correr a qualquer risco ao meu lado. Como vi que ela não desistiria, deixei a garota seguir comigo.

Fugimos sem destino. Embarcamos em ônibus e mais ônibus, até chegarmos em outro território.

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