Capítulo

Dias depois, não é que a atrevida resolveu aparecer na lanchonete. Não tava tão expansiva como das outras vezes, parecia contida. Voltou acompanhada de outro cara um pouco mais velho que ela, e pra minha surpresa não me deu a mínima. Eu que tava começando a me sentir a última bolacha do pacote, fiquei decepcionado. Sendo que dessa vez senti um ciúme danado do cara que ela tava acompanhada. A sua nova ida à lanchonete só não foi uma decepção total pra mim, porque antes dela sair me deu um tchauzinho.

Mais tarde, fiquei sabendo que o rapaz poderia ser irmão dela, pois um dos meus colegas o escutou chamando-a de maninha. Uma chaminha acendeu por dentro.

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que pensei em fazer foi ligar pra ela. Porém, me senti indeciso, sendo que depois de longos minutos diante do telefone, liguei com um friozinho na barriga.

Ela me atendeu ao primeiro toque do telefone.

– Alô! Quem é?

Reconheci logo sua voz forte e meio rouca. Tremi na base e quase desliguei na cara dela. Mas daí veio a coragem que me faltava e lhe respondi quem era.

– Oi! Aqui é o carinha da lanchonete.

A garota também tinha gravado o tom da minha voz, e assim que a reconheceu, jogou logo na minha cara a mentira que lhe preguei outro dia.

– Ah, sim! É o carinha que me deu o nome falso.

Fiquei com a cara vermelha na hora. Ainda bem que a ligação não permitia ver a minha reação.

– Peço desculpas… Não sei o que me deu, pra eu mentir meu nome. Mas como é que é, né? Eu tava no meu ambiente de trabalho.

Após eu me desculpar, e a garota aceitar sem problema minhas desculpas, ela me falou seu nome. Já eu lhe falei como me chamava verdadeiramente. Batemos um ótimo papo. A conversa entre nós só não varou a noite porque os créditos do meu telefone acabaram. Mesmo me sentindo envergonhado por conta do inesperado encerramento da ligação, ainda fiquei esperando que ela retornasse. Ela, no entanto, não retornou a chamada.

O papo que tivemos foi um papo tão gostoso, que levaria a madrugada toda conversando com ela. Fui dormir confiante que voltaríamos a nos falar, só que dessa vez pessoalmente.

No dia seguinte, Brenda - esse era o nome da doidinha que bagunçou a minha vida - voltou no meu trampo já quase no horário de encerrar o expediente.

Após ocupar uma das mesas, deu um sorrisinho e acenou pra mim. Infelizmente ela foi atendida por uma das minas que também trampava na lanchonete.

Assim que o trabalho encerrou, fui me trocar e pegar minha mochila. Saí do local apressado, imaginando que Brenda poderia estar me esperando. Olhei na direção do estacionando pra ver se ela se encontrava lá, porém a mina não tava. Segui em direção a estação do metrô que ficava mais ou menos vinte minutos de distância. Enquanto caminhava até a estação, senti um veículo duas rodas freando bem do meu lado, e em seguida escutei um assobio. Parei para ter certeza do que se tratava e vi uma mulher montada sobre uma motocicleta retirando o capacete e desbagunçando o cabelo.

Era a Brenda, ela sorriu e pediu que eu subisse na motocicleta. Seu pedido foi uma ordem. Em menos de cinco segundos já tava montado na garupa.

Seguimos para um barzinho. Tomamos alguns drinks, quer dizer, ela tomou vários drinks, me contentei apenas com uma caipirinha. Não tava, ainda, acostumado com bebida alcoólica. A noite não acabou por aí, fomos a uma boate onde a Brenda bebeu e dançou feito uma louca.

Enquanto estávamos na boate, Brenda deixou qualquer tipo de inibição de lado; me agarrou e começou a me beijar com vontade.

Como eu disse, não tava acostumado com bebidas, nem muito com boates e música alta. Sendo assim, me senti super travado no meio daquela gente. Ao contrário da minha parceira de noitada, que diante do meu travamento, saiu agarrando e beijando quem aparecesse pela frente.

Enquanto Brenda se esbaldava - sem hora pra acabar - na farra, dei uma olhada no relógio para ver a hora. "Xi! Já era super tarde!"

Sem sequer parar pra pensar, larguei a mina lá sozinha e dei no pé no mesmo instante. Precisava ir pra casa, pra pelo menos dormir algumas horas.

Pelo o que tinha percebido da Brenda, ela sabia se virar sozinha. Parecia estar acostumada com aquele estilo de vida, sendo assim, não se zangaria por eu ter ido embora. Também concluiu que ficaria por isso mesmo, caso ela se zangasse.

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