CAPITULO 18

Isabela narrando

Acordei essa manhã, muito dolorida. E nada se parece em nada com a forma como eu curto isso. Normalmente gosto da forma agressiva com que faço sexo, mas desta vez pareceu mais uma tortura. Eu não gosto de sexo anal e definitivamente não curti ser amarrada e torturada durante toda a noite.

Estou muito irritada, E eu sei bem que a Ane ouviu tudo que aconteceu. Todos ouviram. Isso não vai ficar assim. Ela vai me pagar por testemunhar essa humilhação e não fazer nada para impedir. Ela podia ter me defendido, mas não me ajudou em nada. Ela nem mesmo fez seu papel como saco de pancadas. Então para que raios eu a trouxe para morar aqui? Reviro os olhos.

Saio do quarto e encontro com o meu marido tomando café da manhã a mesa com a minha irmã. Poderia desconfiar dessa harmonia entre eles, mas ela é feia demais para chamar a atenção de alguém. Um homem como ele não perderia seu precioso tempo.

Caminho ate a mesa e me sento na cadeira ao lado do Dominic, direcionando um olhar fulminante a minha irmãzinha, que não recua. Que droga esta acontecendo com ela? Porque resolveu ser corajosa agora? Arqueio uma sobrancelha.

-O que estão fazendo juntos?

Ele para os talheres e nesse momento sinto meu corpo gelar. -Tomando café da manhã. Deveria fazer o mesmo. Terá um dia cheio hoje.

-Dia cheio com o que?

-Seu ginecologista, minha cara... Precisa fazer alguns exames.

-Mas eu gostaria de fazer com o meu med...

-Já discutimos isso, querida. Você irá onde eu quiser e fará como eu disser para você. – Diz enquanto limpa a boca com um guardanapo de linho fino e o joga sobre o prato de porcelana branca. -A proposito, passe mais um pouco de maquiagem no canto do olho antes de sair. Esta dando para notar as marcas.

O descarado ainda tem o cinismo de piscar para mim. Olho de um jeito pacífico para não irrita-lo ainda mais. Espero que ele saia para que possa conversar com a minha irmã.

-Ane, eu preciso de um favor. – Me inclino sobre a mesa.

-O que quer, Isa? Pode contar comigo.

-Precisa fazer os exames no meu lugar.

-O que? Isso é loucura. Olha o que ele fez com você só por usar um biquini pequeno. Ele não gosta de mim, imagina o que fará se descobrir? Por Deus, ele é um mafioso.

-Sim, ele é, e irá me matar se descobrir que não posso dar os malditos herdeiros que ele quer. Por favor, Ane, darei meu jeito depois.

-Como fará isso, Isa. Você retirou os ovários a anos. Esta infértil. Sabe que não poderá ter filhos nunca.

-Há jeito para tudo nessa vida quando se tem dinheiro. Poderei comprar óvulos de alguém com as minhas características, contratar uma barriga de aluguel. Eu não sei. Verei isso depois, mas para isso eu preciso estar viva para isso.

Ela suspira -Não sei se é boa ideia, talvez devesse contar para ele.

-E tudo que fiz por você durante todos esses anos. Pelo amor de Deus, eu salvei sua vida. Sabe que seria muita ingratidão. Me deixara mesmo morrer?

- Isa, ele não vai matar você.

-Sim, ele vai. – Desço o meu vestido, deixando a mostra todas as marcas roxas pelo corpo devido as torturas do meu marido.

-Meu Deus. Ele é um monstro. Como pode aceitar isso, Isabela? – Ela coloca a mão na boca.

-Ora, não seja hipócrita, sabe que certas coisas são para o nosso bem. Cansei de fazer coisas assim com você. E se não me ajudar, ficará pior que isso, e te deixarei na rua, a míngua.

-Tudo bem, eu faço. – Diz enquanto uma lagrima escorre do seu rosto.

Mas isso me incomoda. Eu não quero que ela apenas me ajude. Ela também tem que fazer por achar que me deve algo. Por me venerar. Eu não deveria estar implorando por essa droga.

-Muito bem. Se arrume. Colocaremos roupas igualmente cafonas iguais as que você usa, para que não saibam diferenciar bem para o meu marido.

Ela me olha de forma alheia, e eu sei que tudo isso é porque ela sabe muito bem que não há como confundir nós duas. Mas a situação é realmente um desespero, no momento.

Somos levadas por soldados até o hospital, e eu fico feliz ao ver que não se trata do mesmo em que a Ane ficou internada. Ela certamente seria reconhecida pela feiura.

Entramos na sala do ginecologista, enquanto o soldado permanece de guarda do lado se fora. Peço que Ane se vista com o avental e deite na maca para o exame. Posiciono suas pernas e coloco uma cortina suspensa na frente do seu rosto para que o médico não a veja.

Após alguns minutos ele entra na sala. Não pensei na hipótese de que podem faze-la uma transvaginal. Seria engraçado vê-la perdendo a tão preciosa virgindade dessa forma.

-Senhora Salvatore, muito prazer. Eu sou o Dr Gonzalo. Sou cubano e trabalho a muito tempo para o seu marido. Então não tem com o que se preocupar, esta em boas mãos.

Ane permanece em silêncio, principalmente por estar visivelmente com medo. Olha para mim a todo momento procurando por apoio, mas eu apenas a ignoro. Estou fazendo isso apenas por mim. Jamais me importei com sua saúde. Ela jamais esteve em um ginecologista antes.

O médico examina a minha irmã por algum tempo enquanto anota as informações no prontuário. Ele não faz a transvaginal ou a papa Nicolau como gostaria que fosse, apenas exames simples e pélvicos.

-Tudo bem. Preciso que tome estes comprimidos e volte aqui para uma nova consulta daqui a quinze dias. A senhora precisa tratar alguns problemas. São bobos, mas pode afetar as relações sexuais com seu marido.

-Tudo bem.

O médico sai da sala e ela levanta da maca num sobressalto. Parece exaltada demais com a notícia.

-Por que esta nervosa? Acha que terá alguma vida sexual?

-Nã- não, Isa. É que não gosto de doenças.

-Sei... Acho bom mesmo. Ninguém jamais vai te desejar desta forma. Se conforme com isso.

-Sim. – baixando a cabeça novamente. Sua passividade é realmente algo muito apreciado. Seria perfeita para o imbecil do meu marido...

-Ok, vamos embora. Trarei você novamente em quinze dias.

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