Dominic Salvatore.
Estou trancado em um galpão, aqui é muito frio. Vejo um garotinho de dez anos sendo torturado, e eu sei que essa merda não deveria acontecer. Vejo seus pais gritando enquanto as unhas do pequeno garoto são arrancadas. Observo aquela cena com ceticismo, e na epoca, tudo parece mais difícil. Tudo me atinge mais.
-Eu falo! Deixe meu filho em paz, eu imploro. Faça o que quiser comigo a deixe ele ir. Deixe ir, por favor. - Ele chora, soluçando de uma maneira que eu só vi na televisão que raramente posso assistir.
-Sou todo ouvidos... -Meu pai diz, enquanto ele se senta em uma cadeira calmamente, cruzando as pernas e acendendo um cigarro. Ele solta a fumaça no rosto do homem, que parece incomodado.
-Foi o senhor Ivan Bacci. Foi ele que nos instruiu a desviar algumas cargas de drogas. Nós não tivemos culpa. Ele ameaçou nossas famílias, e eu não pude fazer nada. Eu juro.
-Nossas? Quem mais está envolvido nisso?- Diz meu pai soltando a fumaça do cigarro no rosto do homem novamente. E ele está tão assustado que conta todos os detalhes e nomes das pessoas que participaram dos roubos a famíglia.
Quando acaba, ele sabe que seu pesadelo não terminou. Talvez o do seu filho sim. Mas outras familias vão morrer por causa dele.
Meu pai se levanta com frieza apagando o cigarro na bochecha do garoto que geme de dor. O pai dele reage agressivamente tentando se soltar da cadeira. Mas mesmo que ele conseguisse sair das amarras, não daria dois passos a frente sem ser assassinado.
-Desgraçado! Ele escarra, cuspindo aquela coisa nojenta no rosto do meu pai, que apenas sorri de uma maneira sádica que eu conheço muito bem.
Ele aponta a arma para a esposa e atira em sua cabeça. O homem parece ainda mais desesperado, chorando e tentando soltar-se das correntes que o prendem a uma cadeira de ferro.
-É a vez do seu filho, D’angelo, algo a dizer para se despedir dele?
Eu reajo a toda a cena. Sou apenas uma criança. O garoto poderia ser um amigo. Tento evitar o massacre puxando sua arma. Ele parece alarmado. Seu rosto se torna transtornado ainda mais desequilibrado. Suas feições são de puro ódio. Sei que o irritei, mas não poderia deixa-lo morrer, tem a mesma idade que eu.
-Insolente. Deve aprender que deve fazer o que for preciso para o bem da máfia, garoto! Esse verme não é nada, mas ele cresce e pode se vingar de você. Terá que mata-los agora. Você mesmo fará isso!
Ele me entrega a arma, e eu estou tremendo de medo. A pressão é muito grande. Sequer consigo segura-la direito. Seu peso é muito para mim.
-Atire nele agora mesmo ou matarei sua mãe! Ou melhor, você terá que matar ela também.
Disparo o primeiro tiro e acerto seu ombro. Não contava com o coice da arma pesada demais para mim. O garoto se desespera de dor, tocando o braço, e eu começo a chorar. Estou muito assustado.
Meu pai ri diabolicamente. -Vamos lá, atire novamente. Dessa vez mire mais para cima.
Atiro mais uma vez acertando ele novamente, mas não consigo mata-lo. Esta agonizando no chão. Estou em um estado de desespero muito forte. Eu só quero acabar com sua agonia a essa altura.
-Muito bem, meu filho. Será um ótimo homem feito quando chegar a hora. - Ele toca meu ombro, e eu posso sentir o peso de suas mãos grandes.
Acordo em desespero puxando o ar para os meus pulmões. Estou deitado na cama, e noto os curativos pelo meu corpo. Coloco uma das mãos na testa suada, apesar do quarto estar frio. Ne lembro do toque suave em meu cabelo. Escolhi a mulher certa para casar, forte como deve ser a esposa de um Dom. E ela sabe agir quando precisa, mas não esperava que fosse tão carinhosa. Sorrio. Talvez ela já esteja apaixonada por mim. Isso me agrada, embora eu não esperasse por isso.
Me visto e desço as escadas. Estou com dor mas não permito que seja notado. Encontro com a Ane sentada sozinha na mesa. Ela se retrai assim que me vê.
-Onde esta a sua irmã?
-No spa. Um dos soldados me avisou que ela viajou ontem. Pensou que o senhor não estaria em casa esta semana. Mas ela disse que pediu para ir a alguns dias.
Aceno com a cabeça. Parece tudo muito confuso, e eu odeio me sentir assim. -Viajou ontem? Disse para que você não chamasse um médico.
-Não chamei. - Ela desvia o olhar, levando um pedaço de bolo a boca.
-Se sua irmã não esta e não chamou um médico...
-Eu cuidei do senhor. Me perdoe o atrevimento, mas o senhor estava perdendo muito sangue.
- Obrigada por isso! - Agradeço a Ane de forma áspera e ela agradece apenas com um aceno de cabeça.
-Sobre ontem, e...
-Diga de uma vez. Não faça rodeios... Eu odeio essa droga. - Me sento na mesa.
-O senhor não estava bem ontem a noite. Notei que havia perdido muito sangue. Falou sobre uma máfia, creio que pelo delírio da febre. Mas precisa se cuidar. Esse tipo de coisa pode virar um boato e...
-Não estava com febre, querida. Acha que faço algo sem propósito? Precisa saber que nesta casa nada sai dessas paredes. Se contar para alguém, matarei você num piscar de olhos, e nem sua irmã saberá o que lhe aconteceu.
Ela me olha alarmada. Parece ter medo de mim. Isso de certa forma me deixa desconfortável. É a primeira vez que sinto o desejo de retirar tudo que disse e dizer que é mentira para alguém.
Ane apesar de muito feia, tem um olhar inocente, de um azul cristalino que não combina em nada com o resto de sua aparência desgrenhada e cabelos ruivos descuidados. Talvez depois que se arrumar um pouco, poderá ficar razoável o suficiente para que eu a negocie em casamento em alguma aliança para outras máfias.
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Rosimeire Cantanhede
Enquanto ele fica só sendo o senhor de todas as horas a mulher dele já deve ter metido uns e outros parece chifres. Ane vai ficar bonita
2023-09-21
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Eli Alves
Coitado do corno kkkkkkk
2023-09-12
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Margarida Barbos
os chifres já estão crescendo kkkkkk
2023-07-08
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