Capítulo 18 – O Retorno ao Crepúsculo

Após sua revelação no Tribunal das Estrelas, Auron sentia-se transformado. O peso do destino, antes uma carga, agora era um fardo leve, uma missão aceita de coração aberto. As estrelas continuavam a guiá-lo enquanto ele retornava à terra, e com cada passo, sentia o poder do ciclo pulsando dentro dele.

De volta à floresta, as sombras e a luz dançavam em perfeita harmonia, e a natureza parecia diferente aos seus olhos. Ele podia sentir os ciclos da vida pulsando em cada folha, cada criatura que respirava. O ar estava repleto de uma energia que ele nunca havia percebido antes — um fluxo invisível que conectava todas as coisas. Auron sabia que agora ele fazia parte desse fluxo eterno.

Ao caminhar pelas árvores, ele percebeu que algo havia mudado profundamente no ambiente. O vento soprava com uma força diferente, trazendo sussurros antigos, segredos de um tempo que se desdobrava diante dele. A floresta não era mais apenas um lar para criaturas selvagens; ela era um reflexo do próprio universo, um espelho da harmonia que ele agora protegia.

Em um ponto da caminhada, Auron encontrou a loba lunar o esperando. Sua presença era familiar, mas agora carregava uma nova profundidade. Ela olhava para ele como se o visse verdadeiramente pela primeira vez, não apenas como um lobo, mas como um emissário celestial, um guardião do equilíbrio.

— Você retornou, — ela disse suavemente, seus olhos brilhando como a luz refletida na água à noite.

— E com você, trouxe a sabedoria das estrelas. Agora, a floresta o verá como o que sempre foi destinado a ser.

Auron acenou, sem precisar de palavras. O vento ao redor dele pareceu acolhê-lo, e as árvores se curvaram levemente, como se também reconhecessem sua nova natureza. Ele era o guardião, o vínculo entre a luz e a escuridão, o terrestre e o celestial.

No coração da floresta, o lugar onde ele antes havia contemplado a queda da árvore colossal, agora havia um novo vigor. O espaço onde a lua havia aparecido pela primeira vez se tornara um santuário, uma clareira banhada pela luz suave das estrelas que filtravam pelas copas das árvores. Auron caminhou até o centro desse espaço sagrado, sentindo a energia do lugar vibrar ao seu redor.

Ele olhou para o céu. A lua estava novamente cheia, radiante como no primeiro encontro. Mas agora, ele a via de forma diferente. Ela não era mais apenas um objeto distante que ele desejava, mas uma parte do ciclo do qual ele fazia parte. A lua olhava para ele, não mais como uma amante inatingível, mas como uma aliada, uma guia em sua jornada.

A loba lunar se aproximou e sentou-se ao lado dele, observando a mesma cena.

— O ciclo continua, Auron, — ela disse, sua voz tão suave quanto a brisa noturna.

— Você entenderá que, assim como as estrelas, tudo tem seu momento de brilhar e seu momento de descansar. Mas o ciclo nunca para. E você é o seu guardião agora.

Auron inclinou a cabeça, reconhecendo a verdade dessas palavras. Ele havia se tornado mais do que um lobo solitário, mais do que um ser em busca de respostas. Ele era agora parte do ciclo cósmico, entrelaçado com o destino de todas as coisas.

Enquanto ele refletia, um som familiar ecoou pela floresta — o uivo de outro lobo. Não era apenas um chamado solitário, mas uma melodia que se misturava com o vento e as estrelas. Auron se ergueu, reconhecendo que não estava mais sozinho.

Outros lobos começaram a surgir das sombras, olhos brilhando à luz da lua, caminhando em direção à clareira. Eram muitos, de todas as cores e tamanhos, mas havia uma coisa em comum entre todos eles: o brilho das estrelas nos olhos. Eles uivaram em uníssono, como se reconhecessem que Auron agora era mais que um líder — ele era o elo entre os céus e a terra, e eles eram parte dessa jornada.

— O chamado das estrelas ecoa em todos nós, — disse a loba lunar, sua voz sussurrando em meio ao uivo do vento.

— E agora, estamos prontos para segui-lo.

Auron não disse nada. Ele simplesmente ergueu a cabeça para o céu, sentindo a conexão com a lua, com as estrelas, com o ciclo que ele agora protegia. O uivo dele foi o mais alto, o mais profundo. Era o som de um lobo que havia encontrado seu propósito.

Os outros lobos o seguiram, e naquele momento, a floresta ecoou com o uivo da eternidade.

O ciclo continuava, e Auron, agora um com as estrelas, estava pronto para guiar o mundo ao equilíbrio, até o fim dos tempos e não importava quantas lutas e desafios acabassem por vir em seu caminho a única coisa certa era que desistir não fazia parte de seu vocabulário e muito menos perder.

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