A jornada de Auron e a loba lunar começou sob um céu banhado pelo brilho das estrelas, tão vasto quanto o destino que os aguardava. Cada passo que davam juntos parecia entrelaçar os mundos, como se a terra e os céus finalmente dançassem em harmonia. A floresta, antes carregada de sombras e mistérios, agora parecia viva de uma forma nova. Os ventos sopravam suavemente, e o eco de seus passos parecia reverberar nas montanhas distantes.
— O que acontece agora? — Auron perguntou, enquanto caminhavam lado a lado, o brilho suave da loba refletindo nas árvores ao redor.
A loba lunar, com seu olhar sereno e profundo, sorriu levemente.
— Agora, o ciclo se expande. — Ela olhou para o céu estrelado.
— A terra e a lua sempre estiveram conectadas, mas há mais além dos limites que você conhece.
— Há estrelas que guardam segredos antigos, constelações que nos chamam, e um destino que se desenrola além deste mundo.
Auron olhou para o céu, sentindo o peso de suas palavras. Ele sempre soubera que havia algo maior, mas a imensidão do universo ainda o impressionava. Os lobos, em suas noites de uivo, sempre haviam contemplado as estrelas, como se elas tivessem respostas para os anseios mais profundos de suas almas.
— O ciclo não se restringe à terra e à lua? — ele perguntou, sua voz carregada de curiosidade e um toque de reverência.
— Não, Auron, — a loba respondeu.
— O ciclo é infinito. O que vivemos aqui é apenas uma parte de algo muito maior. As estrelas também são parte desse ciclo. Elas são as irmãs da lua, observando e esperando o momento certo para revelar seus mistérios.
— E elas nos chamam.
Aquelas palavras despertaram algo profundo dentro de Auron. Era como se sua alma sentisse a presença das estrelas pela primeira vez, não apenas como pontos de luz distantes, mas como seres vivos, pulsando com histórias e destinos entrelaçados. Ele sabia que a próxima fase de sua jornada não seria apenas no chão firme da terra ou sob a luz da lua. Ele teria que olhar além, para os vastos campos de estrelas que brilhavam sobre sua cabeça.
— E para onde vamos? — Auron perguntou, já sentindo o impulso de seguir em frente.
A loba lunar, sempre calma, continuou caminhando com a leveza de alguém que já sabia as respostas.
— Vamos ao encontro das estrelas, — ela disse suavemente.
— Há um antigo conselho, um tribunal celestial que guia o destino dos mundos. Eles aguardam nossa chegada. Há segredos que você precisa conhecer, Auron, sobre a origem dos ciclos e o seu verdadeiro papel nesse equilíbrio.
Auron sentiu uma inquietação em seu peito, uma mistura de expectativa e dúvida. Ele havia descoberto tanto sobre si mesmo, sobre a união entre a luz e a sombra, mas agora percebia que ainda havia muito mais a ser revelado. O destino que o aguardava não era apenas o de um lobo na terra, mas algo que transcendia tudo o que ele já havia conhecido.
Eles continuaram caminhando até que, no horizonte, uma colina alta e rochosa surgiu. Era o ponto mais alto da floresta, de onde se podia ver todo o vasto céu acima. Quando chegaram ao topo, Auron percebeu que a lua já estava alta, iluminando a terra abaixo com seu brilho prateado. Mas algo mais capturou sua atenção. As estrelas, mais brilhantes e mais próximas do que nunca, pareciam pulsar com uma energia própria, como se estivessem se preparando para revelar algo importante.
— Estamos prontos? — Auron perguntou, sentindo que algo monumental estava prestes a acontecer.
— Ainda não, — a loba respondeu, sua voz baixa, quase um sussurro.
— Mas você estará. Antes de irmos, há um último elo que precisa ser forjado, um elo entre você e as estrelas.
Ela olhou para o céu, e então para Auron, seus olhos agora refletindo não apenas a lua, mas as estrelas distantes.
— Feche os olhos, Auron, — ela disse calmamente.
— Escute a canção das estrelas. Elas sempre estiveram conosco, guiando nossos passos, mas agora você ouvirá o chamado delas. Você ouvirá o destino.
Auron fez como ela disse. Ele fechou os olhos e deixou sua mente mergulhar no silêncio da noite. No começo, tudo o que ele podia ouvir era o sussurro do vento, o farfalhar das folhas nas árvores distantes. Mas então, aos poucos, um novo som emergiu, um canto suave, quase imperceptível, mas cheio de uma energia que o fazia vibrar por dentro.
Era o chamado das estrelas.
Cada uma delas parecia emitir uma nota única, mas todas juntas formavam uma harmonia celestial, uma melodia antiga e cheia de poder. Auron sentiu o som percorrer seu corpo, penetrando sua essência, conectando-o não apenas à terra ou à lua, mas a algo muito além. Ele estava sendo atraído para os céus, não fisicamente, mas espiritualmente, como se sua alma estivesse dançando entre as constelações.
O tempo parecia parar. Auron viu, em sua mente, imagens de galáxias girando, estrelas nascendo e morrendo, mundos distantes sendo criados e destruídos. Ele viu o ciclo universal, um ciclo que governava tudo, desde a menor folha de uma árvore até o mais brilhante dos astros. E ele estava no centro disso.
Quando abriu os olhos novamente, o céu parecia diferente. As estrelas estavam mais próximas, mais brilhantes, e a sensação de conexão com elas era mais forte do que nunca.
— Agora você está pronto, — a loba lunar disse, observando-o com um sorriso.
— O tribunal das estrelas nos espera, e você, Auron, não será apenas um lobo da terra. Você será um emissário da lua e das estrelas.
Auron olhou para o céu, sentindo o peso de sua nova missão, e ao mesmo tempo, o conforto de saber que ele estava onde sempre deveria estar. O destino o chamava, e ele estava pronto para responder.
A jornada continuava. As estrelas aguardavam sua chegada.
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Atualizado até capítulo 22
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