CASADA COM A MÁFIA

CASADA COM A MÁFIA

Capitulo 1

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Vamos começar mais este livro.

O relógio de parede marcava quase meia-noite, mas o sono parecia ter esquecido de mim. Sentada na poltrona de couro creme, de frente para a enorme janela de vidro da sala, eu observava as luzes de São Paulo piscando como estrelas urbanas. O brilho da cidade refletia nos meus olhos, mas por dentro tudo era silêncio — um silêncio carregado de memórias que o tempo jamais conseguiu apagar.

O apartamento ao meu redor era sofisticado, com móveis de design moderno, linhas retas e tons neutros. Um espaço que refletia exatamente quem eu me tornei: uma mulher que conquistou tudo com esforço, sem atalhos, sem ajuda. Apenas determinação, sangue-frio e uma promessa inquebrável.

Fui adotada aos cinco anos. Não me lembro do rosto da minha mãe biológica. Na verdade, nunca vi sequer uma foto dos meus pais. Tudo o que sei é o que Matilde Moreira me contou quando me tirou do abrigo: eles foram assassinados pela máfia.

Matilde... ela foi mais do que uma mãe adotiva. Foi a primeira pessoa que me fez acreditar que o mundo podia ser menos cruel. Lembro do seu sorriso acolhedor, da firmeza nos olhos quando disse que eu não precisava mais ter medo. Ela me deu tudo — amor, proteção, educação, esperança. Durante dez anos, ela foi o meu lar.

Mas o destino, esse canalha impiedoso, levou Matilde de mim quando eu tinha quinze anos. A doença surgiu de repente e não deu trégua. Eu assisti, impotente, enquanto ela definhava. E então, num piscar de olhos, me vi sozinha outra vez.

Apesar de ter me deixado uma herança generosa, a justiça não foi tão generosa quanto ela. Por ser menor de idade, fui devolvida ao abrigo. Três anos. Três anos de paredes frias, olhares duros e promessas quebradas. Foi ali que aprendi a calar minha dor, a esconder minha raiva, a não confiar em ninguém.

Mas eu não sou do tipo que se entrega.

Assim que completei dezoito anos, coloquei meu plano em prática. Tomei posse da herança, voltei para o apartamento que um dia foi meu lar com Matilde, e me matriculei na faculdade de Direito. Estudar virou meu refúgio, minha armadura. Cada madrugada solitária, cada lágrima que eu engoli, cada noite sem dormir... tudo virou combustível para a mulher que eu me tornei.

E funcionou.

Hoje sou uma advogada respeitada, com uma carreira sólida e uma reputação construída à base de esforço, inteligência e frieza. Não tenho família, não tenho raízes — mas tenho um nome. E uma promessa.

Prometi a mim mesma que descobriria quem matou meus pais. Que encontraria cada um dos responsáveis... e que não descansaria até fazer justiça. Ou vingança. Às vezes, as duas coisas se confundem.

E enquanto as luzes da cidade continuam a piscar lá fora, eu sei que essa história ainda está longe do fim.

Meu coração sempre foi como pedra.

Duro, frio, inquebrável. Depois de tudo o que vivi, aprendi que sentimentos enfraquecem, que amar pode ser uma armadilha, e que sonhar só leva à decepção. Eu me tornei forte por necessidade, não por escolha. Construi muralhas ao redor de mim e aprendi a viver sozinha, sem esperar nada de ninguém.

Mas então... ele apareceu.

Hugo Albuquerque.

Eu nunca planejei me apaixonar. Aliás, amar era um verbo que eu havia riscado do meu vocabulário. Só que os momentos ao lado de Hugo eram diferentes. Menos sombrios. Ele não tentava invadir meu espaço — apenas sentava ao meu lado como se dissesse, sem palavras, que podia esperar o tempo que fosse.

Nos conhecemos num congresso jurídico em Brasília. Eu estava palestrando sobre Direito Penal Internacional e, como de costume, fui direta, firme e objetiva. Quando desci do palco, muitos vieram me cumprimentar com aquele ar formal e forçado. Mas Hugo… ele foi diferente.

Ele me alcançou no corredor, com um sorriso no rosto e os olhos castanhos brilhando com um certo desafio.

— Dra. Vasconcellos? — ele me chamou.

Olhei para ele, erguendo uma sobrancelha. — Sim?

— Parabéns pela palestra. Foi… afiada como uma lâmina.

— Essa era a intenção — respondi, seca, como sempre.

Ele riu. Um riso leve, espontâneo. — Imagino que você não goste muito de bajulação, então vou evitar os elogios óbvios.

— Agradeço. — Eu já me preparava para ir embora.

— Mas posso fazer uma pergunta?

Suspirei. — Depende da pergunta.

— Você sempre fala com esse tom ou só está tentando manter as pessoas longe?

Fiquei em silêncio por um segundo. Ninguém falava comigo daquele jeito. Ninguém ousava.

— E se eu disser que é uma tática? — retruquei.

— Então vou dizer que não funcionou comigo.

Algo naquele homem me incomodava... talvez porque ele não se intimidava. Talvez porque ele me enxergava além da armadura.

Nos dias seguintes, nos encontramos em mais de um evento, quase como se o acaso estivesse insistindo. E, contra todas as minhas regras, eu comecei a permitir. Permitir sorrisos, conversas mais longas, uma xícara de café dividida entre um assunto e outro. Ele era advogado também, mas com um senso de humor surpreendente e uma leveza que contrastava com o meu mundo escuro.

Não sei exatamente quando deixei de vê-lo como um incômodo e passei a esperá-lo. Mas aconteceu.

Hugo me fazia rir, algo que eu nem lembrava como era. Com ele, meu mundo era menos pesado. E por mais que eu resistisse, havia algo naquele homem que me fazia querer... mais.

Então, um dia, enquanto caminhávamos por um jardim ao lado do hotel do congresso, ele parou e me olhou de um jeito que fez meu estômago se contrair.

— Posso te fazer uma pergunta? — ele disse, como se estivesse pisando em terreno perigoso.

— Mais uma? — brinquei, surpreendendo até a mim mesma.

— Por que você sempre parece pronta pra fugir?

A pergunta me atingiu como uma flecha. Eu respirei fundo.

— Porque fugir sempre foi mais seguro do que ficar.

— E se eu prometer que não vou te ferir?

Olhei pra ele. O vento mexia levemente seu cabelo, e o céu refletia nos olhos dele como se o universo todo estivesse tentando me convencer.

— Promessas me assustam mais do que ameaças, Hugo — respondi.

Ele sorriu, calmo. — Então não vou prometer. Só vou te pedir… me deixa ficar.

Naquele momento, algo dentro de mim cedeu.

Pela primeira vez em anos, resolvi dar uma chance ao meu coração. E me permiti conhecer Hugo Albuquerque.

O que eu ainda não sabia… é que essa decisão mudaria tudo.

Eu sou Helena Vasconcellos, tenho 26 anos

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Comments

Eliandra Leal

Eliandra Leal

começando mais uma leitura 02/04/25, tomara que ela continue firme, forte e decidida.

2025-04-02

1

Valeria Porto Val

Valeria Porto Val

começando a ler 10/04/2025

2025-04-10

1

VÓ CICI

VÓ CICI

linda 🥰

2025-04-02

3

Ver todos

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