Gabriel não aprende, não sei porque escuto ele.

A primeira semana de faculdade foi um terror, os professores passaram vários trabalhos, acabei me atrasando e não vou chegar no horário combinado para pegar a chave da safira.

Mandei uma mensagem para Maurício.

Sereia.  

 Estou atrasada, deixo a chave da safira com o frentista e pode ir embora. Na hora que eu chegar, pego com ele.

Tubarão. 

***Ok

Quando cheguei no posto, já era tarde, fui direto ao frentista pegar a chave do meu caminhão, agradeci e fui em direção à safira.

Gabriel vem me abraçar e começa a falar.

— Meg, onde você estava? Achei que tinha acontecido alguma coisa ruim com você.

Vai descendo a mão na minha bunda e me puxando para um beijo, o empurrei e virei o rosto.

— Estou bem, Gabriel, pode me soltar agora.

— Por que você me despreza tanto? Nem para ser seu amigo eu não sirvo?

— Boa noite, Gabriel, não tenho nada para te dizer.

Virei as costas e subi na safira, ele continua achando que pode chegar, me dar uns beijos e ir embora, assim não quero, se um dia você aprender a me respeitar, quem sabe a gente dê certo.

Domingo amanhece, desci da safira e fui ao restaurante tomar o café da manhã. Quando cheguei à porta, ele estava encostado me esperando.

— Bom dia, Meg

— Bom dia, Gabriel.

— Vou tomar café com você.

— Prefiro ficar sozinha.

— Mas eu não, e quero sua companhia.

— Tá bom, vamos logo.

Fazemos os pedidos e sentamo-nos para esperar. Nesse momento, eu vejo meus amigos, mas em vez de vir sentar conosco, sentam em outra mesa.

— Gabriel, o que você disse para os meninos?

— Eu não disse nada, por quê?

— Por que não vieram sentar aqui e não fizeram nenhuma piada?

— Não sei, talvez viram que estamos apaixonados e precisamos de privacidade.

— Para a palhaçada, Gabriel, você não gosta de ninguém, acho que nem de você mesmo.

— Deixa-me te mostrar quem sou e você pode se surpreender.

— Sei quem você é, é um machão que acha que todas as mulheres são putas e estão aí para te servir, que você pode usar e jogar fora igual roupa velha, que se a mulher está em um meio onde só tem homem é porque já deu para todos eles.

Antes dele responder, me levantei e fui à mesa de meus amigos cumprimentar e, de lá, fui embora sem meu café da manhã. O dia já começou bem.

 Faço a entrega das verduras e estou chegando de volta no posto para esperar o tubarão chegar. Está muito calor, peguei minha roupa e fui em direção ao banheiro tomar banho. Vejo a Scania azul parada no pátio, pensei:

“Mas ele nunca está aqui de domingo”

Melhor não tentar entender, continuo meu caminho. Tomei um banho relaxante, me troquei e vou de volta na safira, senti segurar meu braço, me virei e lá está Gabriel.

Me olhando com um sorriso sarcástico.

Me fala:

— Foi tomar banho e passar este perfume que enlouquece os homens só para receber um amigo?

— Me larga, Gabriel, não estou com vontade de ouvir suas ofensas sem fundamento hoje.

— Sem fundamento? Vai me dizer que você se pôs linda assim à toa?

— Não que seja da sua conta, mas só tomei banho, você não toma?

Ele me abraça e me beija, luto para me soltar, mas Gabriel é muito forte, de repente me sinto sendo puxada, me viro, é tubarão, e diz:

— Solta a moça, predador, acho que ela não está a fim de ser estuprada por você, aqui no meio do pátio.

— Não se mete nos meus assuntos, senão vou te mostrar qual é o seu lugar.

Maurício, nem escuta o que Gabriel está dizendo, se vira para mim e pergunta:

— Você está bem? Ele te machucou?

Não tenho tempo para responder porque Gabriel puxa Maurício e dá um soco. Maurício se levanta e pula em cima de Gabriel e eles rolam no chão brigando.

Começo a gritar para eles pararem, mas estão tão loucos que não me escutam. Meus amigos estradeiros são atraídos pelos meus gritos e vêm correndo, separam ambos. Vejo a boca do Gabriel sangrando, mas o supercílio do Maurício está com um corte feio e eu corro até ele com minha toalha e comecei a limpar, chamei Maurício.

— Vamos sair daqui, antes que eu mate alguém. Muito obrigado, meninos, pela ajuda, ajudei Maurício a chegar até a safira, sentei-o em um banco que tenho no caminhão e estou vendo se o corte vai precisar de pontos.

Ele afasta minha mão e diz:

— É só um corte, logo cicatriza.

— Me desculpa, e muito obrigado. Gabriel está meio fora de controle, e não consigo entender por quê.

— Sério que você não entende? Acho que você não quer entender, ele tem ciúmes de você comigo.

— Nós não temos nada, ele me conhece desde os meus 15 anos, quando comecei a viajar com meu pai.

— E daí? Acho que ele gosta de você e fica louco de te imaginar com outro.

— É aí que está o problema, ele me vê como a mulher que dá para todos os caminhoneiros, menos para ele.

— Entendi, mas uma hora ele vai perceber que você só tem olhos para ele.

Dou um suspiro e vejo que realmente o ferimento não é grave, me despeço e vou para casa.

Cheguei em casa, cumprimentei minha tia e meu pai e fui dormir, porque a semana vai ser puxada.

Começo a segunda-feira com tanto trabalho para fazer que nem tenho tempo para te pensar, eu tentando digerir a briga do domingo e minha conversa com o tubarão. Na sexta-feira, continuo

enrolada com o trabalho, mandei uma mensagem para o tubarão de novo.

“Vou conseguir chegar no posto só de manhã, deixa a chave da safira com o frentista que eu pego com ele”

Me manda um “joia” e eu mergulho no meu trabalho. Consegui acabar, já são 03:00, nem me deitei, tomei banho, peguei minha mochila, chamei o Uber e fui para o posto.

Cheguei lá e o frentista já veio de encontro me entregar a chave, agradeço e vou em direção à safira.

Estou tão focada no meu caminhão que não vejo Gabriel encostado no caminhão dele, me observando. Cheguei como sempre, abraço a safira e vou abrir a porta. Sinto me puxarem, olhei assustada e é Gabriel me abraçando.

— Eu estava a ponto de ligar para seu pai, quando você não apareceu, pensei em todo tipo de besteira, graças a Deus você está bem.

— Me larga, Gabriel, claro que estou bem.

Ele me solta e consigo ver que realmente estava preocupado comigo.

— Onde você estava? Não sabia que tinha que estar descansada para trabalhar hoje? Saiu com algum moleque idiota? Porque você deve ter vários deles à sua volta.

— O único idiota que conheço é você, dá licença que preciso tomar meu café da manhã e ir trabalhar.

Joguei minha mochila na safira e fui para o restaurante comer.

Eu estava até emocionada com Gabriel preocupado comigo, aí já perdi a graça porque ele começou a falar como se minha vida fosse ficar correndo atrás de homem.

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Comments

Maria Oliveira Poranga

Maria Oliveira Poranga

Gabriel escroto machista , continue assim sereia não dá moral pra ele

2025-03-28

1

Rosângela Dias Lopes

Rosângela Dias Lopes

Não acredito que me enganei com o Gabriel

2025-03-29

1

Raimunda Morais

Raimunda Morais

esse Gabriel só muita taka

2025-03-27

1

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