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Capítulo 17 – O Duque em Alerta

A tempestade da noite anterior já havia passado, mas o peso de sua presença ainda pairava sobre a mansão Valmond. Aquele castelo de pedra imponente, que sempre parecera indestrutível, de repente, revelava rachaduras invisíveis, ecos de segredos que agora ameaçavam emergir.

Selene despertou com uma sensação incômoda no peito. A lembrança do ataque ainda estava fresca em sua mente: mãos rudes, um sussurro ameaçador ao pé do ouvido, o cheiro azedo de um inimigo que não ousara mostrar o rosto. O duque chegara a tempo de evitar o pior, mas o medo que sentira não a abandonara desde então.

Ela caminhou até a janela, observando os jardins abaixo. Tudo parecia normal, mas agora ela sabia a verdade: o perigo espreitava, escondido nas sombras do castelo.

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A Verdade Sobre Selene

A ironia da situação não passava despercebida por Selene. Durante anos, todos acreditaram que ela servia como dama de companhia de Amara Valmond, mas aquilo nunca passara de uma mentira construída por seu pai.

A verdade era que ela jamais havia sido uma dama de companhia.

Quando Selene foi enviada ao castelo Valmond, seu pai já sabia que a família estava à beira da ruína. Para evitar a queda definitiva, ele forjara sua posição, esperando que sua filha se aproximasse da duquesa e, eventualmente, do próprio duque.

Mas Amara nunca permitira isso.

Desde o primeiro dia, a mulher deixara claro que Selene não era bem-vinda. A jovem fora mantida à distância, ignorada, tratada como um fantasma dentro da própria casa onde deveria servir. A própria Amara propagou a ideia de que Selene era uma criada apagada, sem importância, e os outros a trataram da mesma forma.

Agora, como duquesa, essa visão não mudara muito. Para a sociedade, Selene continuava sendo uma substituta insignificante, alguém que ocupara um lugar que não lhe pertencia.

Mas depois da noite passada, tudo havia mudado.

Alguém dentro daquele castelo queria vê-la morta.

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Cédric em Alerta

Do outro lado do castelo, Cédric Valmond observava a movimentação de seus guardas enquanto tomava um gole de vinho amargo. Seu olhar cinzento, frio e calculista, estava mais severo do que o normal.

O ataque a Selene fora uma afronta direta a ele.

E isso era inaceitável.

Ele não era um homem que facilmente admitia fraqueza, mas algo dentro dele o incomodava profundamente. Seu castelo fora violado. Sua esposa fora atacada.

E ele não fazia ideia de quem estava por trás disso.

Cédric não acreditava em coincidências. O ataque acontecera logo após o baile, quando Selene aparecera sem seus disfarces, exibindo uma beleza que deixara a sociedade atônita.

Aquilo poderia ter despertado ódio em alguém?

Talvez houvesse mais inimigos do que imaginava.

Por isso, não hesitou. Dobrou a segurança do castelo. Guardas foram posicionados nos corredores, e ninguém poderia circular sem sua autorização.

Mas, no fundo, ele sabia que aquilo não era suficiente.

Havia uma ameaça escondida naquelas paredes, algo que escapava de sua compreensão.

E, acima de tudo…

Por que sentia tanta raiva ao pensar que alguém quisera machucar Selene?

Ele deveria se importar?

Não… não deveria.

Mas a imagem dela, frágil e silenciosa, naquela manhã, mexera com ele de um jeito que não conseguia explicar.

Pela primeira vez, o duque sentiu medo.

Não por si mesmo.