Capítulo 17 – A Rendição do Duque

O silêncio entre eles era tão intenso que Evelyn podia ouvir as batidas do próprio coração.

Ela continuava ajoelhada diante dele, suas mãos envolvendo as dele, seus olhos suplicantes buscando os de Alexander.

— Sei que me deseja, Alexander. Sei que sente algo. Mas se não consegue admitir isso para mim, então diga para si mesmo.

O duque a observava, seu olhar um misto de frustração, desejo e um medo que ele não ousava nomear.

Por um longo momento, ele não disse nada. Apenas respirava pesadamente, seus dedos tremendo levemente sob os de Evelyn.

Então, de repente, ele afastou as mãos das dela e se levantou bruscamente.

— Não. Eu não posso fazer isso.

Evelyn também se ergueu, sua determinação inabalável.

— O que exatamente você não pode fazer? Me amar? Ou admitir que já começou a se render?

Alexander virou-se para encará-la, os olhos ardendo com uma mistura de fúria e desespero.

— Não fale como se soubesse o que se passa dentro de mim!

— Então me diga! — Evelyn deu um passo à frente, sua voz repleta de emoção. — Me diga o que sente, Alexander! Diga-me que não pensa em mim quando está sozinho, que não sentiu o chão desaparecer quando me beijou! Me diga que meu toque não te aquece, que meu cheiro não te consome!

Alexander fechou os olhos com força, como se tentasse se proteger das palavras dela.

Mas Evelyn não recuaria.

Ela não permitiria que ele se escondesse.

— Você não pode dizer isso, porque sabe que seria mentira.

Alexander abriu os olhos lentamente.

Evelyn viu a luta dentro dele.

— Eu não posso te dar o que quer, Evelyn. — Sua voz agora era baixa, quase um sussurro. — Porque se eu der… eu não sei se vou sobreviver se perder de novo.

O coração de Evelyn se apertou.

Era isso.

O que ele temia não era amar.

Era perder novamente.

— Você não vai me perder. — Ela disse suavemente, dando mais um passo até estar a poucos centímetros dele.

Alexander a olhou como se quisesse acreditar.

Mas ainda não podia.

— Vá embora, Evelyn.

Aquelas palavras doeram. Mas Evelyn sabia que ele não estava rejeitando-a.

Ele estava se rejeitando a ser feliz novamente.

Ela ergueu a mão e, lentamente, tocou o rosto dele.

Alexander fechou os olhos ao sentir o toque delicado dela, seu corpo inteiro enrijecendo.

— Eu não vou desistir de você.

Então, sem esperar permissão, ela se ergueu na ponta dos pés e o beijou.

O Duque em Chamas

Dessa vez, Alexander não resistiu.

No momento em que os lábios de Evelyn tocaram os seus, algo dentro dele se rompeu.

Ele segurou seu rosto com as duas mãos e aprofundou o beijo, puxando-a para mais perto de si. Evelyn soltou um pequeno suspiro ao sentir o calor do corpo dele, e aquilo apenas o fez intensificar o toque.

As mãos dele deslizaram para sua cintura, puxando-a possessivamente contra si. Evelyn sentiu o fogo do desejo se espalhar pelo seu corpo, e em resposta, suas mãos deslizaram pelos cabelos de Alexander, puxando-o ainda mais para perto.

Ele gemeu contra a boca dela, seus dedos apertando a curva de sua cintura como se quisesse gravar a sensação dela em sua pele.

Evelyn sentiu-se tonta com a intensidade do beijo, com o modo como Alexander a tomava como se estivesse faminto, desesperado.

Então, de repente, ele se afastou, sua respiração descompassada.

Evelyn abriu os olhos, encontrando os dele – escuros, dilatados, consumidos pelo desejo.

Mas também havia algo mais ali.

Rendição.

Alexander passou uma mão pelos cabelos, respirando pesadamente.

— Evelyn… o que está fazendo comigo?

Ela sorriu suavemente, ainda ofegante.

— Apenas te lembrando de que está vivo.

Ele a encarou por um longo momento.

Então, sem dizer mais nada, puxou-a para um abraço apertado.