Capítulo 13 – Entre o Passado e o Presente
O amanhecer se derramava suavemente pelos vitrais do quarto nupcial, tingindo o espaço com tons dourados e alaranjados. O ar ainda carregava os vestígios da noite anterior—o calor dos corpos entrelaçados, os sussurros abafados e os gemidos roucos que haviam preenchido as sombras. Evelyn ainda dormia, seus cabelos espalhados sobre o travesseiro, os lábios ligeiramente entreabertos, como se sonhasse com o que haviam compartilhado.
Mas Alexander não dormira.
Ele ficou acordado por horas, sentado à beira da cama, observando a mulher ao seu lado e sentindo o peso de algo que não soubera nomear. Seu peito estava apertado, como se uma mão invisível o segurasse, impedindo-o de respirar livremente.
Na escuridão, ele tocou o rosto de Evelyn com delicadeza, traçando o contorno de sua mandíbula, o arco de sua sobrancelha. Ela era real. Quente. Palpável.
E, por Deus, ele a desejava.
Mais do que deveria.
Quando o sol enfim surgiu no horizonte, ele se levantou. Precisava sair dali antes que aquela sensação crescesse ainda mais dentro dele, antes que começasse a acreditar que poderia haver algo além do desejo entre eles.
Vestiu-se rapidamente, seus movimentos precisos e frios, como se cada peça de roupa fosse uma armadura que o protegia da verdade.
Mas antes que pudesse sair, uma voz suave o fez parar.
— Você está indo para onde?
Alexander não se virou.
Ele sabia que, se olhasse para ela naquele instante, tudo o que havia construído dentro de si ruiria.
— Tenho assuntos a resolver.
Sua resposta foi breve, quase cruel.
E então ele saiu, deixando Evelyn para trás, sozinha na cama onde haviam se tornado marido e mulher.
O Conflito do Duque
Alexander caminhou rapidamente pelos corredores do castelo, ignorando os criados que abaixavam a cabeça em saudação. Ele precisava de ar. De distância.
Quando finalmente chegou ao seu escritório, serviu-se de uma dose generosa de uísque. O líquido âmbar deslizou por sua garganta, queimando-o por dentro, mas não o suficiente para afastar a confusão que o consumia.
Ele não deveria sentir isso.
Não deveria desejar Evelyn dessa forma.
Ela não era Margaret.
Margaret.
O nome ecoou em sua mente como uma maldição.
Durante anos, ele vivera com a lembrança da esposa falecida, convencido de que nunca mais poderia sentir algo verdadeiro por outra mulher. Seu coração se tornara um túmulo, e ele aprendera a viver com esse vazio.
Mas Evelyn…
Evelyn não lhe dava paz.
Ela era diferente. Forte. Teimosa. Cheia de vida.
Ele fechou os olhos e, em vez do rosto suave e delicado de Margaret, viu o olhar ardente de Evelyn. Viu seu corpo arqueando sob o dele, sentiu a maciez de sua pele contra a sua, ouviu seu nome sendo sussurrado por aqueles lábios entreabertos.
Ele prendeu a respiração.
Isso não deveria estar acontecendo.
A Decisão de Evelyn
Enquanto Alexander se afundava em seus pensamentos, Evelyn permanecia sentada na cama, os lençóis enrolados ao redor de seu corpo nu.
Ela olhava para a porta fechada, o silêncio ao seu redor ecoando como uma resposta que ela não queria aceitar.
Ele se fora.
Depois de tudo o que viveram, depois da forma como a tocara, a beijara, depois de terem se tornado um do outro… ele simplesmente a deixara ali, como se nada tivesse mudado.
Um nó apertou sua garganta.
Por anos, ela sonhara com Alexander, idealizando momentos como aquele, imaginando que, um dia, ele olharia para ela com os mesmos olhos apaixonados que dedicara à falecida esposa.
Mas agora, Evelyn percebia a realidade.
Ele não se entregaria tão facilmente.
Ele ainda estava preso ao passado, a um fantasma que se recusava a desaparecer.
Mas se Alexander pensava que poderia se afastar dela, estava enganado.
Ela não era uma mulher que aceitava ser deixada de lado.
Não era uma substituta.
E se ele achava que poderia ignorá-la depois daquela noite, então ela o faria entender que esse casamento não seria um fardo para nenhum dos dois.
Levantando-se, Evelyn se vestiu lentamente, cada movimento carregado de determinação.
Se Alexander precisava de tempo para entender seus sentimentos, ela lhe daria.
Mas isso não significava que ficaria esperando passivamente.
Ela era sua esposa.
E, mais do que isso, era uma mulher que sabia o que queria.
Se precisasse, ela derrubaria cada uma das barreiras que ele construíra.
E faria isso da única forma que sabia: mostrando a ele que, entre o passado e o presente, o agora era muito mais intenso do que qualquer lembrança.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Dione Lopes
Isso mostra a ele a mulher determinada com quem se casou e derrube barreiras, muralhas, seja o que for lute, não seja uma mulher que viverá à sombra de um fantasma .
2025-02-27
12
Meire
Gente o que aconteceu aqui?
No capítulo 12 eles pareciam conectados, com um sentimento lindo.
Aí no capítulo 13 ela a trata como estranha e a deixa sozinha no quarto!
Não entendi foi nada!
2025-03-15
2
Carmem Lùcia Pimenta
A Margaret foi seu primeiro amor 💘, só que partiu e Deus te deu outra mulher para amar,mas uma não substitui a outra, são amores em épocas diferentes...
2025-03-21
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