Capítulo 16 – O Duque em Ruínas
Alexander caminhava pelos corredores do castelo como um homem assombrado. O eco de seus próprios passos parecia zombar de sua inquietação. A cada batida de seu coração, ele ainda sentia o gosto de Evelyn nos lábios, a maciez de sua pele sob suas mãos, o calor de seu corpo pressionado contra o dele.
Ele deveria ter parado aquilo no instante em que começou.
Mas não parou.
E agora, sentia-se um tolo.
Quando chegou à biblioteca, abriu as portas com força e entrou, passando uma das mãos pelos cabelos em frustração. Ele precisava de algo para distraí-lo, precisava de qualquer coisa que o ajudasse a esquecer o que estava acontecendo dentro dele.
Mas como esquecer o desejo que ardia em sua pele?
Como esquecer o olhar determinado de Evelyn, a ousadia com que ela o desafiava?
Ele pegou um livro qualquer e jogou-se em uma poltrona de couro próximo à lareira. Tentou se concentrar, mas as palavras dançavam diante de seus olhos sem significado algum.
Ele a beijara.
Não. Ela o beijara primeiro.
Mas ele a beijara de volta.
E aquilo não fora um simples beijo. Fora um incêndio.
Ele fechou o livro com força e jogou-o sobre a mesa ao lado. Seu corpo ainda estava em alerta, os músculos tensos, como se uma guerra estivesse acontecendo dentro dele.
Uma guerra entre a razão e o desejo.
E o desejo estava vencendo.
A Insistência de Evelyn
Enquanto isso, Evelyn andava de um lado para o outro no quarto. Seus pensamentos estavam agitados, mas seu coração estava firme.
Alexander fugira.
Mas ele não poderia fugir para sempre.
Ela sabia que despertara algo nele. Sentira a forma como ele a segurara, como retribuíra seu beijo com uma paixão crua e incontrolável. Ele queria resistir, mas o desejo que havia entre eles era mais forte do que qualquer muro que ele tentasse erguer.
E ela estava decidida a derrubar cada um deles.
Evelyn chamou uma criada.
— Onde está o duque?
A mulher hesitou.
— Acho que ele foi para a biblioteca, milady.
Evelyn respirou fundo e ajeitou os cabelos. Então, sem mais demora, seguiu na direção do local.
Quando chegou, encontrou a porta entreaberta. Ela bateu levemente antes de entrar, mas Alexander nem sequer olhou para ela.
Ele estava sentado na poltrona, as mãos apoiadas nos braços do móvel, os olhos fixos nas chamas da lareira.
— O que deseja, Evelyn? — Sua voz era fria, mas Evelyn percebeu a tensão oculta ali.
Ela se aproximou lentamente.
— Quero falar com meu marido.
Alexander bufou, finalmente levantando os olhos para ela.
— E o que minha esposa deseja me dizer?
Evelyn cruzou os braços, seu olhar penetrante.
— Quero entender por que está fugindo.
Alexander riu, um riso amargo.
— Não estou fugindo.
— Não? Então me diga… por que saiu do escritório sem dizer uma palavra depois de me beijar? Por que está se escondendo aqui, fingindo que nada aconteceu?
Ele apertou os braços da poltrona, como se tentasse conter algo dentro de si.
— Porque nada pode acontecer entre nós, Evelyn.
— Já aconteceu. — Ela rebateu sem hesitação.
Os olhos dele brilharam com algo perigoso.
— Você não entende. Não posso me entregar a você. Não posso dar-lhe meu coração.
Evelyn deu um passo à frente, sua voz agora mais suave.
— Porque tem medo?
Alexander cerrou os dentes.
— Porque não quero amar de novo.
A confissão pairou no ar, crua e dolorosa.
Evelyn sentiu seu peito apertar.
— Não é que não possa, Alexander. Você só não quer.
Ele não respondeu.
Evelyn suspirou e se ajoelhou diante dele, segurando suas mãos entre as suas.
— Eu não sou Margaret. Sei que você a amou. E sei que perdeu uma parte de si quando ela morreu. Mas isso não significa que precisa viver preso ao passado. Eu estou aqui. Eu sou real. E eu te quero.
Alexander fechou os olhos, como se estivesse lutando contra algo dentro de si.
Evelyn apertou suas mãos.
— Sei que me deseja, Alexander. Sei que sente algo. Mas se não consegue admitir isso para mim, então diga para si mesmo.
Ele abriu os olhos, e pela primeira vez, Evelyn viu algo ali além da frieza.
Ele estava quebrado.
Mas ela o reconstruiria.
Nem que precisasse lutar contra ele para isso.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Dione Lopes
Vá mostrando a ele que você está viva e que construir uma vida a dois o processo vai ser lento, ele está quebrando sem rumo tem que ir aos poucos construindo .
2025-02-27
10
Fátima Vieira
isso mesmo Evelyn mostre para ele que vc é real e que Margareth já não existe mais e vc está ai para ajudar a superar dotos os obstáculos
2025-03-15
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Gina
O luto é muito doloroso , e se nao tiver uma pessoa para nos puxar do fundo do posso , ficamos la para sempre
2025-03-19
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