Capítulo 15 – O Beijo da Resistência

Capítulo 15 – O Beijo da Resistência

O silêncio no escritório era quase ensurdecedor. Evelyn sentia a tensão pairando no ar como uma tempestade prestes a desabar. Alexander estava parado à sua frente, os olhos fixos nos dela, sombrios, frios, mas também… hesitantes.

Ela conhecia aquele olhar.

Era o olhar de um homem que queria fugir.

Que queria negar algo que já estava escrito no destino.

Mas Evelyn não o deixaria escapar. Não mais.

— Você não entende, Evelyn. — A voz dele saiu baixa, quase um sussurro, como se estivesse prestes a confessar um pecado proibido.

— Então me faça entender. — Ela o desafiou, cruzando os braços diante do peito.

Ele soltou um suspiro pesado e passou uma das mãos pelo rosto, como se carregasse o peso de um fardo invisível.

— Eu não posso lhe dar o que quer.

Evelyn sentiu um aperto no peito.

— E o que eu quero, Alexander?

Ele hesitou.

Por um breve momento, o duque pareceu vulnerável, como se estivesse prestes a abrir uma brecha em suas defesas. Mas então, seu olhar endureceu novamente.

— Você quer meu coração. Mas ele não é meu para dar.

As palavras caíram sobre ela como uma faca afiada, cortando fundo.

Mas Evelyn não era uma mulher que se deixava intimidar.

Ela respirou fundo e deu um passo à frente, reduzindo a distância entre eles.

— Não é isso que seu corpo me diz.

Alexander fechou os olhos por um breve instante, como se precisasse de forças para resistir. Quando os abriu novamente, havia um brilho perigoso ali.

— E se eu disser que desejo você, mas que isso não significa nada?

Evelyn sentiu um sorriso escapar de seus lábios.

— Então terei que convencê-lo do contrário.

Antes que ele pudesse reagir, Evelyn ergueu-se na ponta dos pés e capturou seus lábios em um beijo ousado e determinado.

O Duque e a Tempestade

O primeiro toque foi um choque.

Alexander ficou imóvel por um breve segundo, como se não acreditasse no que estava acontecendo.

Mas então, tudo nele se rompeu.

Ele deveria tê-la afastado. Deveria ter rompido aquele beijo no instante em que os lábios dela tocaram os seus. Mas, em vez disso, foi como se todas as barreiras que ele construíra nos últimos anos começassem a desmoronar.

Um grunhido rouco escapou de sua garganta, e então ele a puxou para si, as mãos fortes segurando sua cintura com possessividade. Evelyn arfou contra sua boca, mas não recuou.

Ela o desafiava.

E ele, finalmente, cedeu.

O beijo se aprofundou, faminto, ardente, como se Alexander estivesse lutando contra algo que não podia mais conter.

Evelyn sentiu o calor do corpo dele, a força de suas mãos deslizando por suas costas, puxando-a ainda mais para perto.

Ela se perdeu ali.

Perdeu-se na sensação dos lábios dele explorando os seus, no gosto de desejo e uísque que preenchia sua boca, na intensidade que fazia seu coração martelar dentro do peito.

E então, tão abruptamente quanto a puxou, Alexander se afastou.

Ele respirava com dificuldade, os olhos selvagens e dilatados, o peito subindo e descendo rapidamente.

— Isso não pode acontecer. — Sua voz estava rouca, grave, carregada de algo que Evelyn não sabia se era desespero ou desejo reprimido.

Ela ainda estava ofegante, os lábios inchados e corados pelo beijo.

Mas seu olhar era firme.

— Já aconteceu. — Sua voz saiu suave, mas carregada de convicção. — E acontecerá novamente, Alexander. Você pode lutar contra isso o quanto quiser, mas não pode lutar contra o que sente.

Ele fechou as mãos em punho, como se estivesse tentando conter algo dentro de si.

Então, sem mais uma palavra, virou-se e saiu do escritório, batendo a porta atrás de si.

Evelyn ficou ali, sozinha, sentindo ainda o gosto dele em seus lábios.

Ela tocou a boca com a ponta dos dedos e sorriu.

Alexander podia fugir.

Mas não por muito tempo.

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