CAPÍTULO 16

Harper me olhou com um ar de urgência, segurando uma escova de cabelo em uma mão e uma fita de seda na outra. — Selene, você precisa ir até o quarto de Celeste. Ela deve estar esperando para se arrumar para tomar café junto com as outras damas. Não podemos deixá-la esperando.

Eu acenei com a cabeça, sentindo um peso no peito. Celeste não era exatamente paciente, e eu sabia que qualquer demora poderia resultar em uma reprimenda. Peguei uma bandeja com os itens de higiene pessoal e me dirigi ao quarto dela, tentando manter minha mente focada na tarefa à frente.

Quando entrei no quarto, Celeste estava sentada à frente do espelho, olhando para seu reflexo com um ar de satisfação. Ela mal olhou para mim quando eu entrei, mas sua voz ecoou pelo quarto assim que eu me aproximei.

— Ah, finalmente! — ela disse, em um tom que misturava alívio e irritação. — Eu estava começando a pensar que você tinha me esquecido.

— Desculpe, senhora — eu disse, em um tom baixo, colocando a bandeja sobre a mesa ao lado dela. — Eu vim o mais rápido que pude.

Celeste não respondeu, mas estendeu a mão para pegar a escova que eu havia trazido. Eu me posicionei atrás dela, começando a pentear seus longos cabelos loiros com movimentos suaves e precisos. Ela fechou os olhos, claramente apreciando o tratamento, e então começou a falar.

— Você não vai acreditar no que aconteceu ontem à noite — ela disse, em um tom que transbordava entusiasmo. — O Alfa falou comigo. Ele realmente falou comigo!

Eu senti um frio na espinha, mas continuei a pentear seu cabelo, tentando manter minha expressão neutra. — Isso é maravilhoso, senhora — eu disse, em um tom que esperava soar genuíno.

— É, não é? — ela continuou, claramente animada. — Ele é tão... impressionante. Tão poderoso. E ele me tocou, você acredita? Sua mão na minha, mesmo que por um momento, foi como se eu tivesse sido tocada por um deus.

Eu não respondi imediatamente, sentindo um nó se formar na minha garganta. A imagem do Alfa na cozinha, seus olhos cinzentos fixos em mim, voltou à minha mente com uma força que me fez tremer. Eu me forcei a focar no cabelo de Celeste, tentando afastar os pensamentos que insistiam em voltar.

— Ele é realmente impressionante — eu disse, finalmente, em um tom que esperava soar neutro.

Celeste riu, um som alto e claro que ecoou pelo quarto. — Ah, Selene, você não tem ideia. Ele é tudo o que eu sempre imaginei. E eu sei que ele vai me escolher. Eu posso sentir.

Eu não respondi, mas continuei a pentear seu cabelo, tentando manter minha mente focada na tarefa. Celeste continuou a falar, descrevendo cada detalhe de sua interação com o Alfa, mas eu mal conseguia ouvir. Minha mente estava em outro lugar, revirando os eventos da noite passada e tentando entender o que havia acontecido.

Quando terminei de pentear seu cabelo, Celeste se levantou, olhando para seu reflexo no espelho com um ar de satisfação. — Você fez um bom trabalho — ela disse, em um tom que soava quase como um elogio. — Agora, me ajude a me vestir. Eu não quero me atrasar para o café.

Eu acenei com a cabeça, pegando o vestido que ela havia escolhido para o dia. Era um vestido elegante, feito de seda azul-clara, com detalhes em renda que destacavam sua figura esbelta. Eu a ajudei a vesti-lo, ajustando as dobras e garantindo que tudo estivesse perfeito.

— Você sabe, Selene — ela disse, enquanto eu ajustava o vestido —, eu acho que o Alfa está realmente interessado em mim. Ele me olhou de uma maneira que... bem, você sabe.

Eu não respondi imediatamente, mas senti um peso no peito. — Ele é um homem de muitos interesses, senhora — eu disse, finalmente, em um tom que esperava soar neutro.

Celeste riu, claramente não percebendo a ambiguidade na minha resposta. — Ah, Selene, você não imagina. Mas eu sei que ele vai me escolher. Eu posso sentir.

Eu não respondi, mas terminei de ajustar o vestido e me afastei. — Você está linda, senhora. — Eu menti. Nem sequer tive tempo para formar uma opinião da sua aparência.

Celeste olhou para seu reflexo no espelho, claramente satisfeita. — Eu sei. Agora, eu preciso ir. O Alfa preparou um grande café da manhã, disso eu tenho certeza.

Eu acenei com a cabeça, pegando a bandeja com os itens de higiene pessoal. — Eu vou precisar ajudar a servir o café da manhã, senhora. Com sua permissão...

Celeste acenou com a mão, claramente já com a mente em outra coisa. — Sim, sim. Vá lá. Mas não se atrase. Estou com fome.

Eu saí do quarto, sentindo um peso sair dos meus ombros. Enquanto caminhava em direção à cozinha, minha mente continuava vagando para a noite passada, para o Alfa e para o medo que eu sentira. Eu só queria passar despercebida, e esperava muito que ele tivesse esquecido daquele acontecimento da cozinha.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***