Uma rainha

A tensão no ar foi palpável. Eu observava de longe, fingindo total indiferença, mas minha mente estava a mil. Fernanda estava ali, sendo rodeada por um grupo de mulheres que se aproximavam dela com uma audácia misturada a desdém. Todas olhavam para ela como se fosse uma presa, uma vítima de circunstâncias, e estavam preparadas para usar isso contra ela.

— Então, Fernanda... como você está? — Uma delas perguntou, com um sorriso que não alcançava os olhos. — Deve ser difícil, né? Não ter a mãe por perto, a sogra também não... Deve estar sozinha com o seu marido, que pelo que dizem por aí, não tem amor algum por você.

As palavras delas eram como facas afiadas, perfurando a confiança de Fernanda. O assunto do pai dela foi mencionado em seguida, e a falta de qualquer tipo de respeito por ela era evidente.

— Seu pai... ah, o covarde. Ele mesmo disse por aí que nunca te amou, sabia? Como é viver com isso, Fernanda? — Outra mulher disse, sorrindo com um toque de prazer na maldade.

Eu estava pronto para intervir. A raiva borbulhava dentro de mim. Estava a um passo de atravessar o salão e colocar essas malditas em seus devidos lugares. Mas, antes que eu pudesse dar o primeiro passo, Fernanda fez algo que me surpreendeu, e talvez fosse a primeira vez que realmente vi a mulher com quem me casei assumir o posto que eu sempre soubera que ela teria, mas que eu não imaginava ver tão cedo.

Ela levantou a cabeça, seus olhos agora gelados e cheios de autoridade. Um sorriso imenso se formou em seus lábios, não de submissão, mas de domínio.

— Acreditem ou não, estou bem. — Ela disse, olhando cada uma delas com uma calma calculada. — Não preciso de ninguém aqui para me dizer o que é a verdade, muito menos de alguma de vocês para me julgar.

Elas ficaram em silêncio por um segundo, tentando processar o golpe direto que ela acabara de dar. A mulher que liderava o grupo olhou para ela com desprezo, mas sabia que não poderia continuar.

— Eu sou a rainha dessa casa agora. E quem não gostar disso, pode ir embora, ou pode simplesmente evaporar, vocês que escolhem. — Fernanda terminou, com firmeza. Aquelas palavras foram como um ultimato, e em um piscar de olhos, o grupo de mulheres, antes tão atrevidas, começou a se afastar, envergonhadas, sem uma palavra a mais.

Eu não pude evitar o sorriso que se formou em meus lábios. Aquela cena... aquela mulher tinha algo que poucas possuem. A força. O controle. E, acima de tudo, a coragem de ser quem realmente era.

Eu me aproximei dela, meu passo calmo, como se nada tivesse acontecido, mas o olhar em meus olhos estava carregado de um desejo que só aumentava. Quando cheguei perto, puxei-a para mim e a beijei, sem me importar com quem estava por perto, sem me importar com as observações alheias.

Ela me encarou com os olhos brilhando, um sorriso maroto nos lábios.

— Gostei de ver a língua afiada assim? — Falei entre os beijos.

Ela sorriu, mais confiante do que nunca, e respondeu:

— Vai ser sempre assim, Luigi. Eu me senti muito bem. Chega de lamentação e sofrimento. Agora é hora de agir.

E naquele momento, eu soube que ela estava completamente ao meu lado. Nós éramos uma equipe, uma força imparável. Não havia mais dúvidas, nem mais fraquezas. O que viesse, nós enfrentávamos juntos.

Depois de alguns beijos precisei me afastar, a música tocava suavemente, criando um ambiente perfeito para o que viria a seguir. Era um clássico instrumental, uma melodia suave e envolvente, que parecia embalar o momento em que todos começavam a relaxar.

Eu a observava dançar de longe, cada movimento dela tão natural. O ambiente ao redor parecia desaparecer quando ela estava por perto. Não havia mais dúvidas, Fernanda estava completamente à vontade e irradiava uma confiança que me encantava a cada segundo.

As mesas estavam recheadas com os mais deliciosos pratos. As entradas eram sofisticadas, pequenas delícias como canapés de foie gras, tortinhas de caviar e camarões crocantes que derretiam na boca. Os pratos principais eram ainda mais impressionantes: uma suculenta carne de cordeiro com molho de vinho tinto, acompanhada de um risoto trufado, que era divino. Eu sabia que não era apenas a comida que estava boa, mas o cenário todo, com Fernanda ao meu lado, que deixava tudo ainda mais perfeito.

De sobremesa, trouxeram um bolo de casamento de camadas altas, coberto com um glacê dourado, e uma seleção de doces finos, como macarons coloridos e trufas de chocolate belga. Tudo parecia feito para agradar a todos, mas para mim, a única coisa que realmente importava era ter Fernanda ali, ao meu lado, meu novo mundo.

Quando o momento de se despedir chegou, todos pareciam estar felizes e satisfeitos, mas não havia como esconder o desejo de estar só com ela, de ter o tempo para nós dois. No entanto, antes de irmos embora, eu sabia que tinha algo a fazer. Levantei-me da cadeira e, com todos os olhares voltados para mim, peguei o microfone. O salão se aquietou, e a atenção foi toda para mim.

Olhei para Fernanda, que estava sentada, esperando, e com um sorriso, comecei a falar:

— Hoje é um dia que vai ficar marcado não só na minha vida, mas também na de todos aqui presentes. Este casamento não é apenas uma união de duas pessoas, mas de destinos entrelaçados. Fernanda, você é mais do que minha esposa. Você é a mulher que me faz acreditar que posso conquistar tudo. — Pausei por um momento, observando os olhos dela, tão brilhantes, tão certos de si. — Eu não só te escolhi como minha parceira, mas também como minha rainha, e vou lutar por você sempre.

Eu vi um brilho de emoção nos olhos dela, e o som de aplausos se espalhou pela sala. Mas aquilo não era o suficiente. Eu só queria ela. Nós dois. A festa estava chegando ao fim, e as pessoas começaram a se dispersar. Não precisei mais de palavras. Bastava olhar para Fernanda e saber que éramos um só.

Após o discurso, a despedida foi rápida. Um abraço aqui, uma última troca de palavras ali, e logo estávamos saindo, rumo à nossa casa. A noite era nossa, e nenhum dos dois tinha dúvidas do que aconteceria em seguida. A tensão, a química, tudo estava ali, crescendo com cada passo que dávamos em direção ao nosso lar.

Quando finalmente chegamos, o ambiente estava calmo e perfeito. A luz suave das velas iluminava o espaço, e o cheiro doce de flores perfumava o ar. O lugar era mais do que a casa de um casal; era o refúgio onde as barreiras caíam, onde os corações podiam ser livres para se entregarem um ao outro. Eu sabia que naquela noite, não haveria mais interrupções, mais medos. Só nós dois.

Eu a puxei para mais perto, os nossos corpos se encontrando com um desejo palpável. O resto do mundo não importava mais. Naquela noite, ela era minha, e eu era dela, sem mais nada entre nós, só o calor, o desejo, e a promessa do que ainda viria.

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Comments

Arlete Fernandes

Arlete Fernandes

Tome ela foi perfeita nas respostas às idiotas e quem fala um o que quer escuta o que não quer!! Kkkk

2025-04-08

1

Maria Aparecida Nascimento

Maria Aparecida Nascimento

Adorei a atitude da Fernanda colocando as mulheres no devido lugar dela

2025-04-06

0

Valéria Vilas boas

Valéria Vilas boas

Estou amando a história.

2025-04-15

1

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