Quando os meus olhos se abriram, a dor foi a primeira coisa que senti. Uma agulha fina, cortante, por todo o meu corpo. Meu cérebro estava nublado, minhas mãos tremiam, mas minha mente já estava focada em uma única coisa: Ela atirou em mim.
Aquela maldita... Fernanda.
Mas antes que eu pudesse analisar tudo direito, ouvir a voz que menos queria ouvir naquele momento. Meu pai. Ele estava ali, sentado ao lado da minha cama, com um sorriso presunçoso nos lábios, como se estivesse esperando para ver o quanto minha raiva o faria se divertir.
— Finalmente acordou, né? — Ele disse, quase rindo da minha cara.
Eu queria xingá-lo, queria arrancar a arrogância daquele velho, mas as palavras mal saíam. Tentei me mexer, mas a dor nas minhas costelas e na cabeça me fez recuar.
Ele se inclinou, seus olhos insensíveis fixos em mim. Não havia preocupação, apenas um prazer sádico por mim ver fraco, em recuperação. Eu já sabia o que viria a seguir.
— Eu sabia que você não ia morrer assim, Luigi. A garota até tentou, mas você é mais forte do que ela pensa, não é? — Ele riu, e o som era como lâminas afiadas.
Eu mal consegui engolir minha saliva, mas a raiva queimava dentro de mim. Fernanda me acertou. Eu quase morri e ela ainda estava por aí, provavelmente rindo dos meus problemas.
Finalmente, consegui falar, embora a voz saísse rouca e entrecortada.
— Onde… onde ela está?
Meu pai, sem qualquer expressão de pavor ou compaixão, deu de ombros.
— Seus homens procuraram, mas ela desapareceu. A sua noiva é mais esperta do que esperávamos né, pelo visto não é só uma esposa por conveniência. Muito esperado.
Eu queria gritar, mas minha garganta estava seca. O ódio cresceu dentro de mim, como uma chama que não se apaga. Eu ia encontrá-la.
Antes que eu pudesse reagir, o médico entrou na sala. Ele fez uma avaliação rápida dos meus sinais específicos, com um olhar distante e profissional.
— Seu filho está estável agora. — Olhou para mim e respondeu — Dormiu por dois dias. Não morreu por sorte. — Ele falou, como se estivesse dando uma notícia comum.
Mas não era comum para mim. Eu estava acordando, ainda respirando, mas o único pensamento em minha mente era aquela desaforada.
— Quando posso ir atrás dela? — Perguntei, forçando a voz, impaciente.
O médico me olhou surpreso, mas tentou manter a calma, mesmo que minha aura de raiva fosse palpável.
— Precisa descansar mais uma semana. Você não está completamente recuperado.
Balancei a cabeça, ignorando a dor que ainda me consumia. Não havia tempo. Ela não poderia fugir. Eu tinha que ir agora.
— Não tenho uma semana. Eu vou atrás dela agora. — Minha voz era firme, sem hesitação.
Meu pai observava tudo em silêncio. Aquela expressão calculista de sempre. Ele não parecia surpreso, mas me lançou uma pergunta que ecoou no fundo do meu ser.
— Vai manter esse casamento? — Ele perguntou, e havia algo de exigir em suas palavras.
Eu o encarei, sem medo.
— Sim. Agora é uma questão de honra. Aquela menina achou que fugiria. Ela vai pagar pelo que fez. Por ter me desafiado. Por me atacar.
Meu pai me provocava de um jeito que só ele sabia fazer. Mas não parecia feliz, parecia mais… curioso. Como se estivesse esperando para ver até onde eu iria.
— Ela se jogou no mar, filho. Dificilmente encontraremos.
Eu respirei fundo, minha raiva alimentando cada palavra.
— Vou encontrá-la. Onde quer que você esteja. E, se ela ainda estiver viva, é melhor que você esteja preparada, porque vou matá-la com as minhas próprias mãos.
Meu pai apenas me olhou em silêncio. Ele sabia que eu era implacável, que nada me faria desistir. Fernanda estava condenada, e eu faria ela pagar por cada segundo que me fizesse sofrer.
Levantei da cama com dificuldade, sentindo os músculos doloridos e meu corpo pesado, mas a adrenalina estava começando a fazer seu trabalho. Eu não estava pronto para descansar, não estava pronto para esperar. Eu queria caçar Fernanda. E mais do que isso, queria fazer ela entender que estava lidando com alguém que não se contentava em ser traído, desafiado, ridicularizado.
Eu vesti rapidamente, meu olhar fixo no espelho enquanto me ajustava. Meus olhos, ainda cansados, brilhavam com uma intensidade que eu não podia disfarçar. Coloquei uma jaqueta de couro, um gravata perfeitamente ajustada e os sapatos escuros, enquanto o reflexo de quem sou me olha de volta. Não era só o homem da máfia que o espelho mostrava. Eu também era o homem que ninguém ousaria desafiar.
Quando terminei de me vestir, respirei fundo e encarei minha decisão. Era claro o que eu precisava fazer, e eu sabia que a raiva não seria suficiente para me parar. Preciso de mais.
Ela me havia desafiado de uma maneira que ninguém jamais faria. E isso só tornou a caçada ainda mais excitante.
Uma parte de mim sente uma espécie de respeito por ela. Nenhuma mulher jamais me ousaria desafiar de tal maneira. Fernanda havia mostrado coragem, o que era um mérito raro, mas ela ainda não sabia em que se metia.
Enquanto saia do hospital e subi para o carro, minha mente já começava a traçar os planos. Como ela escapou? Onde ela se escondeu? Qual seria o próximo passo dela? Não importava o quanto ela tentasse se esconder, eu a encontraria. E então, quando finalmente tivermos cara a cara novamente, não haverá mais questões sobre o casamento. Será sobre um jogo de vida ou morte. Eu controlaria cada movimento, ela acha que se livrou da sua obrigação, mas agora além de casar será minha escrava.
Ao olhar pela janela, imaginei o que ela estaria sentindo agora. Medo? Arrependimento? Ou talvez ela ainda estivesse se achando esperançosa, achando que me enganou. Mas não era assim que as coisas funcionavam. A verdade era que ela havia despertado algo em mim que não podia ser ignorado. Uma mistura de raiva, desejo e um respeito sádico por sua ousadia. Ela não sabia, mas estava presa a ser perseguida pelo homem mais perigoso que ela já conheceu.
Eu estava pronto. Agora, o jogo seria emocionante. E, quando a encontrasse, não teria escapatória.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Maria Helena Macedo e Silva
não teria escapatória, pra quem ? pra tudo tem uma primeira e última vez.
espero que a Fernanda si prepare para luta não ser tão desigual. e ela ser uma dama da máfia em ação de igual pra igual com Luigi.
2025-04-04
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Euridice Neta
Caramba agora a bichinha vai sofrer muito ele não perdoará a audácia dela, na verdade foi desespero, medo e insegurança de tudo que estava prestes a acontecer...
2025-03-12
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Arlete Fernandes
Agora ela está realmente perdida e ferrada! Ele vai judiar um bom tanto seja até domá-la!
2025-04-08
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