Vingança

Eu estava correndo contra o tempo. O lugar que Fernanda estava escondida seria encontrado, e logo. Meu celular vibrou, a mensagem estava ali, claro como o dia: ela estava em uma casa próxima à área que me disseram que ela pulou na água, inconsciente, por conta de um sonífero.

Eu poderia sentir o gosto amargo da vingança na boca, o prazer de ver a sua cara de susto. Sem hesitar, paguei o valor estipulado. A recompensa, o valor de sua captura, era meu, e tudo que tinha que fazer agora era ir até lá.

Quando cheguei, eu esperava apenas um corpo frágil e indefeso. Mas ela não estava lá, ela estava em fuga. Ri alto, sozinho no meu carro, imaginando o quanto ela ainda acreditava que poderia escapar. Fernanda era mais teimosa do que eu imaginava, mas ela não entendia o que estava por vir.

Ela descobriu que tinha uma chance, que poderia fugir de mim, mas eu estava sempre mais perto do que ela imaginava.

Entrei na mata, meu corpo em total sintonia com a escuridão ao redor. O vento leve trouxe o seu cheiro para mim, e eu sorrio, sentindo-a perto, muito perto. Ela não sabia, mas eu poderia senti-la. Não estava mais atrás dela para capturá-la, estava agora apenas para brincar com sua mente. A tortura psicológica seria muito mais prazerosa. Eu estava prestes a levar esse jogo até o fim.

Ouvi o grito. Uma mistura de dor e pânico. Isso me fez acelerar os passos. Quando cheguei, a vi caída, o pé claramente quebrado, fiquei preocupado, mas não demonstraria, ela tinha dor, mas o olhar que ela me deu foi o que me prendeu. Estava apavorada, mas com uma coragem indomável. Ela não queria admitir, mas estava começando a entender o que estava vencendo.

Fiquei em silêncio. Não disse nada. Observar a dor dela era mais interessante. Isso a tornava ainda mais vulnerável. Eu a peguei nos braços, sem pressa. Ela estava visivelmente apavorada, suando frio, mas não tinha mais para onde correr. Não importava o quanto ela tentasse se esconder, eu sempre a encontraria.

A ordem que dei ao meu soldado foi clara, quase fria:

— Siga para o hospital — disse ao meu soldado. Ela provavelmente acreditava que eu iria apenas me divertir com ela e depois a deixaria em paz, mas eu tinha outros planos. Eu não estava acabando com ela, estava apenas começando. Ela tinha que entender isso.

Quando nos sentamos no carro, e ela me olhou, cheia de medo, como se fosse me fazer alguma pergunta, eu interrompi seus pensamentos.

— Você tem um bom noivo — disse com um sorriso sutil.

Ela tentou se defender.

— Não quero suas ironias — ela falou.

Ela não tinha mais escolha. Não tinha mais como fugir. Eu fui claro:

— Você não tem mais nada para querer, Fernanda. O que você queria já acabou.

O silêncio tomou conta do carro, e enquanto ela se afundava no banco, eu me divertia. Ela não sabia o que esperar de mim, mas logo descobriria.

Chegamos ao hospital. Ela se contorcia, gemia a cada movimento, parecia fraca. Não tanto fisicamente, mas psicologicamente. Ela ainda achava que conseguiria escapar, achava que havia algum resquício de liberdade que ela pudesse agarrar. Mas ela veria, logo ela entenderia que agora tudo estava no meu controle.

O médico entrou na sala com a postura de alguém que sabia que estava lidando com uma situação delicada. Ele a examinou rapidamente e então disse que ela precisaria passar por uma série de exames de imagem, um raio-x para verificar se havia algo mais sério no pé quebrado dela.

— Preciso que ela aguarde fora da sala enquanto isso — disse, com um tom educado.

Eu a observei por um momento antes de indicar minha arma em direção ao médico, apenas para deixá-lo claro: ele faria exatamente o que eu queria, ou não sairia vivo dali.

— Eu fico com ela — respondi com firmeza, sem mover um músculo. Ele se encolheu um pouco, mas, percebendo que não tinha escolha, respondeu com calma:

— Tudo bem. O senhor pode esperar aqui.

Ele a guiou até a sala de exames, e eu fiquei parado, observando. Não confiava em ninguém ali, mas sabia que teria que esperar a vez dela passar, sem pressa, porque mais tarde ela terá seu castigo.

Quando o médico tocou na perna dela, pressionando-a para a análise do raio-x, eu senti uma onda de ciúmes subindo. Ela gemia de dor, mas havia algo mais no toque dele. O médico estava se aproximando dela de uma maneira que me irritava, sua proximidade, o jeito que ele tocava nela, como se fosse normal.

Eu caminhei até ele e, com um tom baixo, mas ameaçador, disse:

— Sai de perto dela. Agora.

O médico deu um passo para trás, com as mãos levantadas, quase pedindo desculpas. Mas não houve tempo para desculpas.

— Se não é capaz de fazer isso, então mande outra pessoa — falei. Ele não hesitou e, rapidamente, se demorou, pedindo que outro médico viesse terminar o engessamento.

Quando o novo médico entrou e começou a fazer o trabalho necessário, ela me olhou com uma mistura de medo e raiva. Como se estivesse esperando uma explicação para o que acontecia.

— Você é louco — ela disse, com a voz trêmula, mas desafiadora. Eu sorri, e então, com calma, murmurei: — Você não viu nada ainda, Fernanda.

Assim que o procedimento terminou e a perna dela foi devidamente engessada, a levei para o carro. Ela se mantinha em silêncio, com a cabeça baixa, provavelmente refletindo sobre o que acabaria de acontecer. Eu não disse uma palavra. Não era necessário. Ela sabia que sua liberdade estava acabada.

Eu ainda já tinha decidido exatamente para onde levaria, mas eu sabia que eu precisava subjugá-la por completo. Ela acreditava que poderia continuar com essa atitude desafiadora, mas eu faria com que ela entendesse que estava em um jogo onde as regras eram minhas, e eu sempre vencia.

Enquanto dirigia, uma risada baixa escapou de minha boca. Ela pensou que estava no controle, mas em breve se daria conta de que, ao atirar em mim, tinha apenas dado o primeiro passo para o que seria a jornada mais difícil de sua vida. O que ela não sabia é que agora eu estava jogando com ela da forma mais intensa e prazerosa possível. E ninguém, nem ela, poderia escapar.

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Comments

Maria Helena Macedo e Silva

Maria Helena Macedo e Silva

isso se ela não tentar contra a própria vida, já que ela assim que atirou sabia que morto ou vivo ela não teria chances de viver.

2025-04-04

1

Arlete Fernandes

Arlete Fernandes

É agora ela está a mercê dele e por sua própria culpa!!

2025-04-08

0

Maria Aparecida Nascimento

Maria Aparecida Nascimento

E o jogo de gato e rato vai ver quem vai ganhar

2025-04-05

0

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