Bônus Cesare.

A mansão imponente do tio de Eduarda estava cercada de tensão. O ar carregado anunciava o mal tempo se aproximando, mas nas paredes luxuosas, a verdadeira tempestade era entre os presentes.

Cesare estava de pé, próximo à janela de vidro que dava para o jardim. Seus olhos observavam a chuva começar a cair, mas sua mente estava longe dali, focada em Belinda e nas estratégias para encontrá-la.

Enzo, sentado em uma das poltronas de couro, tamborilava os dedos no braço da cadeira, impaciente.

— Não podemos perder mais tempo, pai. — Ele se levantou, encarando Cesare. — Precisamos atacar. Sem dó, sem piedade. Cada minuto que esperamos pode ser tarde demais para Belinda.

Pietro, encostado na parede, cruzou os braços e respondeu em um tom firme:

— Atacar sem provas pode ser nossa ruína, Enzo. Precisamos de inteligência, não de impulsividade. Temos que saber onde pisar antes de declarar guerra aberta.

Cesare virou-se lentamente, sua expressão carregada.

— Ambos têm razão, mas o tempo não está ao nosso favor. Com esse mal tempo e a extensão de ilhas ao redor, procurar por ela é como achar uma agulha no palheiro. Não sabemos se existe sequer um palheiro.

Antes que alguém respondesse, Andreas entrou no salão, um sorriso debochado no rosto. Ele segurava uma taça de vinho, como se a tragédia que assolava a família fosse apenas uma inconveniência.

— Então, a querida Belinda continua desaparecida. Que situação lamentável. — Ele deu um gole no vinho, sem esconder o sarcasmo. — Tenho certeza de que ela está... em algum lugar.

Cesare cerrou os punhos, mas manteve o controle, aproximando-se devagar. Sua voz era baixa, mas carregada de ameaça.

— Dois dos homens foram pegos, Andreas. Estão presos e prontos para interrogatório. Vamos descobrir tudo o que precisamos, e quando isso acontecer...

O sorriso de Andreas desapareceu instantaneamente. Sua expressão se fechou, os olhos arregalados por um breve instante antes de retomar a máscara de indiferença.

— Eu não sei do que está falando, Cesare. Eu nunca faria nada contra Belinda. Ela é minha... sobrinha.

Cesare deu um passo à frente, ficando cara a cara com Andreas.

— Se eu descobrir que você ou qualquer um dos seus irmãos teve algo a ver com isso, vai implorar pela morte.

Antes que Andreas pudesse responder, Talita, a irmã dele, surgiu com um sorriso doce nos lábios. Ela se aproximou de Cesare, pousando a mão no braço dele de maneira suave.

— Cesare, querido... por que tanto estresse? Isso não é bom para sua saúde. Temos certeza de que Belinda está bem. Você é um homem tão poderoso, tão forte...

Antes que ela pudesse continuar, Cesare, em um impulso cheio de repulsa, afastou a mão dela com violência, jogando-a no chão.

— Jamais! — Ele gritou, os olhos faiscando. — Nunca tocaria em alguém tão nojenta e insignificante quanto você. Eu tenho Eduarda, a mulher mais incrível que alguém poderia ter. Você não é nada perto dela.

Talita ficou no chão, humilhada, enquanto Andreas a ajudava a se levantar, lançando um olhar mortal a Cesare. Pietro e Enzo se aproximaram, prontos para qualquer reação, mas Cesare ergueu a mão, indicando que era hora de ir.

— Isso não acaba aqui. — Cesare lançou um último olhar para Andreas antes de sair. — Continuem rindo enquanto podem.

A família deixou a mansão, retornando ao trabalho incansável pela busca de Belinda. A cada passo, a determinação de Cesare crescia. Ele não descansaria até trazer sua filha de volta e destruir aqueles que ousaram ameaçar sua família.

Quando Cesare, Pietro e Enzo entraram no saguão do hotel, o ambiente carregado de luxo e segurança triplicada não fazia nada para aliviar o peso no ar. Eduarda estava sentada em um dos sofás, com Sofia ao seu lado e Giulia segurando sua mão, ficou aliviado ao ver Lorenzo ali, seu irmão mais velho sempre foi uma âncora. Todas estavam abatidas, os olhos marcados por noites mal dormidas e lágrimas constantes. O rosto de Eduarda refletia pura angústia, como se a alma dela estivesse ausente, procurando desesperadamente por Belinda.

Ao ver Cesare, ela se levantou, o olhar cheio de esperança e medo ao mesmo tempo.

— Alguma notícia? — A voz dela saiu quase em um sussurro.

Cesare se aproximou, segurando os ombros da esposa com firmeza e olhando-a nos olhos.

— Ainda não, meu amor, mas estamos chegando lá. Já olhamos em três ilhas e não encontramos nada, mas não vamos parar. Vamos continuar até encontrar Belinda. Eu prometo.

As lágrimas brotaram nos olhos de Eduarda, e ela se jogou nos braços dele, o soluço abafado contra o peito de Cesare. Ele acariciou seus cabelos, falando baixinho.

— Eu sei que é difícil, mas preciso que você seja forte. Quando trouxermos nossa menina de volta, ela vai precisar de você. Você precisa estar bem, por ela.

Enzo e Pietro se aproximaram das mulheres, cada um tentando oferecer algum conforto. Enzo segurou Giulia pela mão, a puxando para um abraço apertado.

— Não vamos desistir, Giulia. Vamos trazer Belinda de volta. E quem fez isso vai pagar caro.

Giulia apenas assentiu, escondendo o rosto no pescoço de Enzo enquanto ele a embalava.

Adriani se levantou e foi até Pietro, que, apesar de todo o cansaço, passou o braço por cima dos ombros dela.

— Você acha que ela está bem, amor? — ela perguntou, a voz fraca.

— Belinda é forte. — Pietro respondeu com convicção. — E quem estiver com ela, se for um homem de honra, vai protegê-la com a própria vida.

Cesare puxou Eduarda delicadamente para sentar no sofá. Ele pegou uma bandeja com frutas e um copo de água que estava na mesa próxima e os colocou na frente dela.

— Eduarda, você precisa comer alguma coisa. Por favor, faça isso por mim... por Belinda.

Ela balançou a cabeça, os lábios apertados em negação.

— Eu não consigo, Cesare. Não enquanto não souber que ela está bem.

Ele suspirou, a voz mais firme agora.

— Você consegue, sim. Preciso que você esteja forte, porque quando trouxermos nossa menina de volta, ela vai precisar de você inteira. Não se torture, Eduarda. Belinda precisa de nós, e precisamos estar prontos para ela.

Depois de um momento de hesitação, Eduarda pegou uma das frutas e começou a comer devagar. Cesare sorriu, passando a mão pelo rosto dela com ternura.

— Isso. Assim está melhor.

Pietro, que estava em pé ao lado de uma janela, virou-se para o grupo.

— Já temos equipes prontas para continuar as buscas amanhã. A tempestade está passando, e vamos cobrir mais ilhas. Não vamos deixar pedra sobre pedra.

O silêncio que se seguiu foi cheio de determinação. Cada um deles sabia que o desafio era imenso, mas a promessa de encontrar Belinda era o que os mantinha unidos e em pé. Eles não parariam até a trazer de volta, custasse o que custasse.

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Comments

Dulce Rodrigues

Dulce Rodrigues

Será? Apaixonada pelo Césare? 🤔

2025-03-26

0

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

com certeza

2025-02-17

0

Andrea Freire

Andrea Freire

Sim tomara

2025-01-25

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