O som da explosão ainda ecoava na mente de Cesare enquanto ele apertava Eduarda contra o peito no bote. A fumaça e o calor da explosão transformaram o ambiente em um cenário de pesadelo, e os gritos de alerta dos soldados se misturavam com o barulho das ondas. Enzo, com Giulia agarrada a ele, olhava para trás como se o olhar pudesse encontrar o que havia se perdido. Pietro, carregando Adriane, tentava manter a calma no meio do caos, enquanto um dos soldados trazia Felícia, ainda em choque.
Cesare olhou ao redor, procurando desesperadamente pelo bote onde Belinda deveria estar. Alessandro estava com ela. Ele sabia disso. Mas agora o barco era um inferno de chamas e destroços flutuantes.
— Eles estão vivos. Eles têm que estar vivos. — Ele repetiu para si mesmo, tentando acalmar Eduarda, que soluçava descontroladamente.
— Alessandro a salvaria — disse ela, a voz embargada. — Ele estava com ela. Ele prometeu que a protegeria.
Cesare olhou para os olhos marejados de Eduarda e tentou não deixar o medo transparecer. Ele era o alicerce da família, e nesse momento, ser forte era sua única opção.
— Alessandro não deixaria nada acontecer com ela, Duda. Ele estava com ela. Vamos encontrá-los, custe o que custar.
Enquanto o bote se afastava dos destroços, o silêncio pesado se instalou. Um dos policiais da equipe de resgate se aproximou deles, a expressão sombria.
— Senhor Cesare... as chances de sobreviventes no barco principal são muito baixas. A explosão foi massiva.
— Não. — Cesare interrompeu com firmeza. — Minha filha está viva. Organize uma equipe de busca imediatamente.
O policial hesitou, mas a determinação nos olhos de Cesare e a posição deles no mundo não deixavam espaço para questionamentos.
Horas depois, o grupo estava acomodado em um hotel de segurança máxima. As mulheres estavam exaustas e abaladas. Giulia segurava a mão de Enzo como se fosse sua âncora, e Adriane tentava consolar Felícia, que mal conseguia conter o choro.
Cesare entrou no quarto onde Eduarda estava. Ela estava sentada na beira da cama, o olhar perdido. Ele sentou-se ao lado dela e a abraçou novamente.
— Eu falhei com ela, Cesare. — A voz dela era um sussurro.
— Não, você não falhou. Sou o pai dela, Duda. Eu deveria ter feito mais.
Ela se virou para ele, os olhos cheios de lágrimas.
— E agora? Como vivemos sem ela?
Ele segurou o rosto dela com as mãos, forçando-a a olhar para ele.
— Nós não vamos viver sem ela. Vamos trazê-la de volta. Eu não vou descansar até ter Belinda nos meus braços novamente.
Cesare levantou-se e chamou Enzo e Pietro para uma reunião particular.
— Enzo, sua prioridade agora é reunir aliados. Vá atrás de quem for necessário. Essa não é apenas uma busca por Belinda; é uma guerra contra quem ousou fazer isso com a nossa família.
Pietro assentiu, a mandíbula tensa.
— Andreas e os irmãos dele... não estavam no local, diante dessa tragédia como não viriam? Você notou isso?
— Sim. — Cesare bateu com o punho na mesa. — E é exatamente por isso que eu desconfio. Eles sabiam o que estava por vir.
Enzo fechou os punhos.
— Então é Andreas o culpado?
— Não podemos afirmar nada ainda, mas ele vai pagar, assim como qualquer um que estiver envolvido nisso.
Cesare pegou o telefone e ligou para Antony e Lorenzo Mansur, os pilares da família. Quando ouviram a notícia, a revolta foi imediata.
— Estamos indo para Portugal. — A voz de Antony era firme.
— Não. — Cesare cortou. — Preciso que mantenham a casa protegida. Se a guerra começou aqui, pode se estender para lá. Mas saibam disso: eu não volto sem Belinda.
Do outro lado da linha, Lorenzo respondeu com determinação:
— Então encontre minha sobrinha e traga-a de volta para onde ela pertence.
Cesare desligou e olhou para os homens na sala.
— Preparem-se. Essa será uma busca como nenhuma outra. Quem tentou nos destruir vai se arrepender de ter cruzado nosso caminho.
— Ela está bem, tia Duda. — A voz de Giulia era suave, quase um sussurro. — Alessandro estava com ela. Ele não a deixaria sozinha, eu vi o jeito que ele a olhava no barco. Ele não apareceria sem ela.
Eduarda virou o rosto para a jovem, tentando acreditar nas palavras que ela dizia, mas a dúvida pesava em seu coração.
— Ele a salvou, sim... — murmurou, como se convencer a si mesma. — Ele a tirou dali antes da explosão. Ele deve ter conseguido.
Adriane, que até então permanecia em silêncio, enxugou os olhos e respirou fundo.
— Belinda é forte. E Alessandro... ele parecia saber o que fazia. Ela vai voltar para nós.
Eduarda fechou os olhos por um instante, deixando um suspiro longo escapar.
— Eu não sei o que faria sem ela... — A voz dela falhou, e Giulia a abraçou com força. — Deus, por favor... traga minha filha de volta.
Enquanto Eduarda orava em silêncio, Felícia se virou para encará-las.
— Nós precisamos acreditar. Precisamos ser fortes por ela.
A van finalmente estacionou em frente a um hotel imponente, cercado por soldados que imediatamente assumiram suas posições estratégicas. Cesare havia ordenado segurança máxima, e o ambiente parecia uma fortaleza.
— Vamos, senhoras. — Um dos seguranças abriu a porta do veículo e ajudou-as a sair.
No hotel, o clima não era diferente: homens armados ocupavam corredores e entradas, garantindo que nada atingisse as mulheres novamente. Elas foram conduzidas a uma suíte espaçosa e luxuosa, mas a atmosfera de medo e tristeza era inevitável.
Eduarda sentou-se em uma poltrona próxima à janela, olhando para o horizonte onde ainda havia fumaça e as luzes azuis e vermelhas brilhavam mesmo que distante. Ela entrelaçou os dedos e começou a orar novamente, sua voz baixa e cheia de emoção.
— Deus... proteja minha menina. Onde quer que ela esteja, cuide dela. Traga-a de volta para mim.
Giulia se aproximou, ajoelhando-se ao lado da poltrona e segurando a mão de Eduarda.
— Vamos encontrá-la, tia. Eu prometo, ela nunca nos deixaria e nunca deixaria de lutar.
Adriane sentou-se no sofá ao lado de Felícia, abraçando-a.
— Precisamos ter fé. Vamos passar por isso juntas.
E, naquela noite, enquanto o mundo ao redor parecia desmoronar, aquelas mulheres se agarraram à única coisa que lhes restava: a esperança de que Belinda estava viva e voltaria para elas.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 43
Comments
Márcia Jungken
espero que Cesare e os outros consigam encontrar logo o Alessandro e Belinda 🤔🤔👏👏👏
2025-04-05
0
Maria Serra Aragao
estou fascinada com o desenvolvimento do seu trabalho vc é maravilhosa
2025-03-05
0
Fatima Gonçalves
CARAMBA QUE SITUAÇÃO
2025-02-17
1