Frederick
Assim que tranco a porta da minha sala, viro-me rapidamente, tomando a frente dela antes que Anastácia possa sequer abrir a boca. Em dois passos rápidos, eu a encurralo contra a parede, obrigando suas costas a baterem contra a mesma com um som abafado.
Minhas mãos se posicionam de cada lado de sua cabeça, bloqueando qualquer tentativa de fuga. Inclino-me ligeiramente, minha presença dominando o espaço entre nós. Ela ergue o rosto para me encarar, teimosa como sempre, os olhos faiscando de desafio.
Sem paciência para joguinhos, levo uma das mãos ao rosto dela, segurando seu queixo com firmeza e apertando-o apenas o suficiente para mostrar que não estou para brincadeiras.
— O quanto você gosta de me provocar, Anastácia? — pergunto, minha voz baixa e carregada de irritação. — Eu deveria te dar uma suspensão, e não apenas para você. Aquele seu amiguinho magricela que fica atrás de você como um cachorrinho também deveria ser punido. Vocês dois são um problema ambulante.
Ela não demonstra um pingo de medo. Pelo contrário, ela sorri — um sorriso atrevido que só faz a raiva dentro de mim aumentar. Com um movimento rápido e desafiador, ela balança a cabeça, escapando do aperto da minha mão.
— O único cachorro aqui é você, diretor! — retruca, com a voz cheia de desdém. Ela ergue uma sobrancelha, claramente se divertindo com a situação, e completa com uma provocação: — Aliás, parece mais um pitbull raivoso.
Sinto meu sangue ferver, mas há algo em seu sorriso petulante que me desestabiliza momentaneamente. Essa garota tem um talento especial para me tirar do sério, mas, ao mesmo tempo, há uma força nela que não consigo ignorar.
Tentando conter minha irritação, me afasto ligeiramente, mas mantenho meu olhar fixo no dela.
— Você realmente não tem limites, não é? — pergunto, minha voz grave. — Cuidado, Anastácia. Pitbulls fazem um estrago com suas mordidas.
Ela apenas sorri ainda mais, inclinando a cabeça levemente para o lado, como se quisesse me testar em um nível ainda maior.
— Então me morda, diretor Selman. Vamos ver se você realmente tem coragem. — Diz ela, desafiadora.
Se ela acha que pode me controlar com esse joguinho, está muito enganada. Não sei se fico mais irritado ou intrigado. Anastácia Miller é um desafio, e desafios nunca passam despercebidos por mim.
Eu solto um suspiro profundo, afastando o que acabou de acontecer e tentando manter o controle. Sem dizer mais nada, caminho até minha mesa, abro uma gaveta e retiro uma caixinha. Seguro-a firmemente antes de me virar para ela.
— Eu te chamei aqui, na verdade, para entregar isso. — Minha voz soa calma, mas carregada de intenção. — É um celular de última geração, muito melhor do que aquele que... — faço uma pausa breve, escolhendo as palavras com cuidado — ...aquele que eu quebrei. Achei que seria o mínimo que eu poderia fazer.
Estendo a caixinha em sua direção.
Anastácia me encara, os olhos carregados de desafio. Ela não diz nada no começo, apenas pega a caixa, seus dedos roçando os meus brevemente. Um sorriso pequeno e cheio de ironia surge em seus lábios enquanto ela abre a caixa e observa o aparelho.
— Nossa... O senhor é tão generoso. — As palavras escorrem com sarcasmo, e o brilho em seus olhos só aumenta.
Então, antes que eu tenha tempo de reagir, ela caminha até a janela aberta, segurando o celular em mãos. Ela o estende para fora, me olhando diretamente com um sorriso provocador.
— Ops! Caiu! — diz ela, fingindo inocência, soltando o aparelho sem qualquer hesitação.
Ficamos nos encarando por alguns segundos que parecem eternos. A tensão no ar cresce, densa, quase palpável. Ela então se aproxima, o queixo erguido em pura provocação, até que sua mão toca bruscamente o meu peito.
— Você é um babaca, diretor Selman. — Sua voz é firme, carregada de desprezo controlado. — Um cretino arrogante, que acha que pode controlar tudo com seu dinheiro, mas nem sequer considera o que realmente importa.
Seu dedo pressiona fortemente meu peito a cada palavra, como se quisesse marcar o ponto que está tentando provar.
Sinto o sangue fervendo em minhas veias, mas, ao mesmo tempo, algo sobre a determinação dela... algo sobre o fogo nos olhos dela... me desarma.
— Você não me conhece garota. — Murmuro, encarando-a com firmeza.
Ela recua um passo, ainda me desafiando com o olhar, mas não responde. O silêncio entre nós fala mais do que qualquer palavra.
Algo mudou aqui, embora nenhum de nós dois saiba exatamente o quê.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Any Carvalho
kklkk não acredito. mas imaginei q ela ñ ia aceitar
2025-03-20
1
Vera Lucia Falcao Pimenta
ela está muito infantil já que tem 17 anos.
2025-04-01
0
Joelma Oliveira
será que ela é uma alfa?? isso explicaria tudo
2025-03-14
0