Capítulo - 10

Frederick

Aqui estou eu, na minha forma de lobo, liderando meu clã sob a lua cheia que ilumina as florestas de Vale Sombrio. Nossos uivos ecoam pela noite, fortes e uníssonos, um aviso para qualquer criatura que se atreva a nos desafiar. O som ressoa como um hino sombrio, e sinto o poder pulsar em cada fibra do meu ser.

Mas então, no meio disso, uma brisa fria me atinge, carregando um aroma familiar. Anastácia. O cheiro dela é distinto, inconfundível, e atinge meu lobo como uma faísca numa fogueira. Meu corpo fica tenso, e uma inquietação me domina. Meu lobo está agitado, como se fosse impulsionado a buscá-la.

Chacoalho minha cabeça, tentando afastar a visão que me invade. Anastácia, sentada na janela, olhando para o céu, perdida em pensamentos. É tão vívida, tão real... que me pergunto se não é algum tipo de ilusão ou feitiço.

— O que é isso? — digo, rosnando baixo.

Antes que eu consiga me concentrar, ouço passos em direção a mim. Arnold, o delegado de Vale Sombrio, se aproxima em sua forma de lobo. Ele é menor do que eu, como todos os outros, mas sua presença é carregada de lealdade e seriedade.

— Senhor Alfa, há rumores de alguns vampiros circulando pela cidade, — ele diz, sua voz grave, mas com um tom cauteloso.

Viro-me para ele, forçando meu lobo a se focar na ameaça iminente, e não na humana que não sai da minha mente. Caminho até ele, minha forma imponente destacando nossa hierarquia. Minha voz sai carregada de autoridade:

— Isso é sua responsabilidade, Arnold. Cada integrante deste clã tem um papel a cumprir, e o seu é cuidar da porra da delegacia da cidade!

Ele recua levemente, baixando a cabeça em submissão, mas não sem responder:

— Sim, senhor. Colocarei mais vigílias para ficarem atentos. Esses vampiros saberão que é o senhor quem manda por aqui.

Minha presença intimida, como deve ser. Mas mesmo com a questão dos vampiros, minha mente volta àquele aroma, àquela visão. Meu lobo está inquieto, como se pedisse para correr até ela.

Não. Isso é uma distração. Preciso manter o foco. Anastácia é um problema que não posso me permitir explorar agora... ou talvez nunca.

Olho para Arnold uma última vez e digo, com um tom firme:

— Mantenha-me informado sobre qualquer movimentação. Não quero surpresas.

E com isso, lanço um último uivo para a noite, minha voz se fundindo à da matilha. O uivo diz a todos, lobos e vampiros, quem domina Vale Sombrio. Mesmo assim, nas sombras da minha mente, tudo o que consigo ouvir é o nome dela.

Entretanto, minha visão se distorce, e de repente, uma nova imagem surge em minha mente. Um vampiro... próximo à Anastácia. Ele está no telhado de uma casa, imóvel, porem seu rosto está oculto.

— Vampiro! Tem um vampiro por perto! — Eu rosno para o meu clã, a raiva surgindo junto com o instinto de proteção. Não posso deixar que algo aconteça com ela. Não vou permitir.

Meus lobos reagem imediatamente, e em um só movimento, saímos em disparada, correndo pela floresta, a velocidade de nossa matilha sendo algo sobrenatural. Eu sigo em frente, guiando-os com precisão, determinado a chegar o mais rápido possível.

Quando chegamos à beira da estrada, vejo do outro lado da rua, uma casa. É simples, mas familiar. Algo parece me chamar. Então, como um raio, outra visão me atinge: Anastácia dormindo tranquila, abraçada a um gatinho de pelúcia, seu rosto sereno, como se o mundo ao redor não existisse. A imagem confirma que estou na casa certa.

Mas o tempo não é algo que posso desperdiçar. O vampiro ainda está lá. De repente, um vulto negro se move rapidamente, pulando do telhado da casa de Anastácia para a casa ao lado. Ele está fugindo!

— Ele percebeu nossa presença! Cerquem o perímetro! — Grita Arnold, logo atrás de mim, sua voz carregada de urgência.

Mas não me importo. Eu não tenho tempo para perder. Eu preciso entender quem ele é e o que estava fazendo ali, perto dela. Meu sangue ferve com raiva, meu lobo resmunga de impaciência.

Meu coração bate mais rápido, não só pela ameaça, mas pela sensação estranha de que ela está em perigo, e que de alguma forma, eu sou responsável por mantê-la segura.

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Comments

Pamella Pampam

Pamella Pampam

Gente será que o nerd o vampiro?? será que ele pode ser uma Bruxa mesmo sem saber.

2025-03-20

0

Lourdes Morais

Lourdes Morais

escrevi errado o pai dela ou o magricela do amigo chiclete

2025-03-29

0

Alessandra Almeida

Alessandra Almeida

Deve ser o nerdzinho, pois colou nela como chiclete.

2025-03-20

3

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