Capítulo - 14

Frederick

Finalmente o dia chegou ao fim, e a escola está praticamente vazia. Caminho com passos rápidos pelos corredores silenciosos, indo em direção à garagem para pegar meu carro. Minha mente está focada, impulsionada pela pressa em lidar com o vampiro que Arnold capturou.

Assim que chego ao meu carro e estou prestes a abrir a porta, um som peculiar chama minha atenção. É baixo, mas inconfundível: o clique de uma câmera. Me viro rapidamente, e para minha surpresa, vejo Anastácia parcialmente escondida atrás de uma das pilastras da garagem, com o celular em mãos, claramente tentando se camuflar.

Ela percebe que foi flagrada e tenta se esconder melhor, mas já é tarde. Solto um suspiro irritado, olho para cima por um momento, como se buscasse paciência, e dou um sorriso amargo.

— Essa garota... — murmuro para mim mesmo.

Ela tenta correr, mas é inútil. Em um movimento rápido, me coloco à sua frente, segurando firmemente sua mão que ainda está com o celular.

— O que pensa que está fazendo, Anastácia? — Minha voz é firme, mas baixa, carregada de autoridade.

Ela me encara com um sorriso cínico, como se estivesse desafiando a situação.

— Nada demais, diretor. Só estava tirando umas selfies minhas. — Sua resposta é quase um deboche.

Sorrio secamente, mas minha paciência está por um fio.

— Você acha que sou algum otário, garota? — Retruco, apertando levemente sua mão para reforçar minha presença. — Para que estava tirando fotos minhas?

Ela hesita por um momento, seu olhar procurando alguma saída. Finalmente, engole em seco e diz:

— Primeiro, pode soltar meu braço?

Balanço a cabeça em negativo, mantendo minha postura, ao responder:

— De jeito nenhum. Não até você me dizer exatamente o que estava pretendendo com essa foto.

Ela solta um suspiro profundo, claramente frustrada. Seus olhos encontram os meus, e por um momento, algo muda em sua expressão.

— Quer saber a verdade? — Ela começa, a voz carregada de ousadia, mas com uma ponta de nervosismo. — Desde que cheguei aqui, percebi algo estranho em você, Frederick Selman. Ainda mais ao descobrir que sua família tem influência em boa parte desta cidade.

Franzo o cenho, mas não desvio o olhar. Ela continua, agora com mais confiança:

— E além disso, ouvi sua conversa mais cedo com aquele senhor de bigode. Sim, eu segui vocês e escutei tudo. Quem ele capturou, hein? Tenho certeza que você está no comando de tudo isso, não está?

Suas palavras me atingem como um golpe. Por um momento, fico incrédulo. A ousadia dessa garota vai muito além do que eu imaginava. Vejo como seus olhos se arregalam ligeiramente, percebendo que talvez tenha ido longe demais ao revelar o que sabe.

— Então você confessa que está me seguindo, senhorita Miller? — Digo com calma, mas o tom é perigoso. Dou um passo mais perto, mantendo meu olhar fixo no dela. — Sabe que isso é crime, não sabe?

Ela se encolhe ligeiramente, mas não quebra o contato visual, enquanto diz:

— E o que o senhor vai fazer? Me expulsar da escola por espiar uma conversa suspeita?

Dou um sorriso frio, inclinando levemente a cabeça.

— Expulsar? Não. Mas talvez você esteja subestimando o que sou capaz de fazer.

Minha mente trabalha rápido, buscando uma forma de lidar com a situação. Anastácia Miller pode ter se envolvido mais do que deveria, e agora, ela está perigosamente perto de descobrir segredos que ninguém deveria saber.

Meus olhos então, se fixam no celular ainda em sua mão. Enquanto seguro firmemente seu braço com uma mão, uso a outra para arrancar o aparelho de seus dedos, ignorando sua tentativa de resistir.

— Ei?! Me devolve! Isso é meu! — ela grita, furiosa, tentando recuperar o celular.

Um sorriso frio e perigoso se forma em meus lábios enquanto balanço o aparelho no ar, deixando claro que não estou disposto a ceder.

— Ah, isso é seu, não é? — minha voz goteja sarcasmo. — Mas tem fotos minhas aqui. Sem a minha permissão. Então, é justo o que vou fazer.

Seus olhos se arregalam, a compreensão do que está para acontecer estampada em seu rosto.

— Não... Não faça isso! — ela implora, tentando se livrar do meu aperto.

Mas já é tarde. Em um movimento brusco, jogo o celular no chão. O som do impacto ecoa pela garagem. Antes que ela consiga reagir, piso no aparelho com toda a força, repetidas vezes, até que ele não passe de uma pilha de plástico e vidro destroçado.

— Pare! Seu cretino! — ela grita, se debatendo ainda mais. — Você não tem o direito de fazer isso!

Continuo esmagando o que restou do celular, minha voz saindo ríspida e carregada de fúria:

— Isso é para você aprender a se colocar no seu lugar, garota!

Quando termino, solto seu braço com um movimento brusco. Ela cai de joelhos no chão, os olhos marejados, mas lutando para não chorar na minha frente. Mesmo assim, uma lágrima escapa enquanto ela junta os restos do celular destruído.

— Não entre no meu caminho, Anastácia. — minha voz sai baixa, mas mortalmente séria. — Você realmente não faz ideia com quem está mexendo.

Sem esperar uma resposta, me viro e caminho em direção ao meu carro. Meus passos ecoam na garagem silenciosa, enquanto deixo para trás a visão dela, ainda ajoelhada no chão, tentando conter as lágrimas e juntar os pedaços de algo que nunca será consertado.

Ela precisava entender. Eu não podia deixar que ela cavasse ainda mais fundo no que não lhe diz respeito.

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Comments

Cristiana Oliveira

Cristiana Oliveira

bastava apagar as fotos e n quebrar o celular da menina affff 🤬

2025-03-21

3

Bruna Carolina

Bruna Carolina

Nossa que bruto, só foi uma fotinha!

2025-01-25

2

Jaciara maria de oliveira Lima da silva

Jaciara maria de oliveira Lima da silva

ela também e muito chata, se acha demais

2025-03-14

0

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