...Aylme...
Eu estava exausta. Depois de um dia inteiro sendo observada pela mídia, jogada de um evento para outro e tendo que encarar os olhares enigmáticos de Isaac, tudo o que eu queria era um banho quente para relaxar. Mas, claro, nem isso podia ser simples.
Quando abri o chuveiro, fui recebida por um jato de água gelada direto no rosto.
— Ah, que ótimo! — resmunguei, tentando ajustar a temperatura, mas o botão parecia emperrado.
Girei para um lado, depois para o outro, mas nada acontecia. O chuveiro parecia mais decidido do que eu a não cooperar. Respirei fundo e, por um momento, pensei em ligar para a recepção. Mas, ao olhar para o telefone, uma ideia maligna surgiu.
Por que não chamar ele? Talvez ele esteja querendo dormir, mas isso não acontecerá.
Isaac estava no quarto ao lado. Ele insistiu para termos quartos separados, o que, honestamente, foi um alívio, mas isso não significava que eu não podia torná-lo útil.
— Vamos ver como o grande e perfeito Isaac Castellani se sai com um chuveiro problemático.
Coloquei uma camisa larga que encontrei entre as roupas que o hotel havia lavado. Era o suficiente para me cobrir, mas a parte de baixo mal chegava à metade das minhas coxas. Eu não me importei. Não estava planejando impressionar ninguém.
Fui até a porta e bati algumas vezes, ouvindo os passos firmes dele se aproximando antes que a porta se abrisse.
— O que foi? — perguntou, com o cenho franzido, e a cara de sono, como se realmente estivesse dormindo. E claro, eu atrapalhei.
— Preciso de ajuda no meu quarto.
Ele ergueu uma sobrancelha, claramente desconfiado.
— Ajuda com o quê?
— O chuveiro. Está emperrado, e eu não consigo arrumar. Quero tomar banho.
Por um segundo, ele parecia prestes a recusar. Então soltou um suspiro de impaciência e me seguiu pelo corredor até meu quarto.
— Isso é algo que a manutenção poderia resolver, você sabe.
— E perder a chance de te ver trabalhando de verdade? Nem pensar.
Ele bufou, mas não respondeu.
Assim que entramos no banheiro, mostrei o problema.
— Está vendo? Só sai água gelada. O botão não gira.
Isaac arregaçou as mangas da camisa social, revelando os antebraços musculosos. Por algum motivo, meu coração deu uma batida estranha. As veias estavam tão grossas.
— Deixe-me ver — disse ele, aproximando-se do chuveiro.
Fiquei encostada na pia, observando enquanto ele examinava o botão.
— Você tentou girar para os dois lados? — perguntou, secamente.
— Não, Isaac. Achei que fosse só para enfeite.
Ele lançou um olhar irritado por cima do ombro, mas não respondeu. Segurei um sorriso. Havia algo satisfatório em vê-lo lidar com algo tão mundano.
Depois de alguns minutos de tentativas, ele conseguiu destravar o botão. Mas quando girou para ajustar a temperatura, o chuveiro soltou um jato de água tão forte que respingou em nós dois.
— Droga! — ele exclamou, tentando ajustar novamente, mas agora estava completamente molhado. Uma mecha do seu cabelo molhado caiu sobre a testa.
Dei um passo para trás, mas já era tarde. Minha camisa estava ensopada, grudando no meu corpo como uma segunda pele.
— Ótimo trabalho, Isaac — disse, sarcástica, enquanto tentava torcer o tecido.
Foi quando percebi que ele havia parado de mexer no chuveiro e estava olhando para mim. Ou melhor, para minha camisa molhada.
Segui o olhar dele e senti meu rosto esquentar instantaneamente. A água havia deixado a camisa praticamente transparente, revelando o contorno do meu corpo e... bem, outras partes que eu preferia que ele não visse. O bico dos meus seios transparecer na roupa molhada.
— Você vai ficar aí parado ou vai terminar de arrumar isso? — disparei, cruzando os braços para me cobrir.
Ele pareceu recuperar o foco e voltou sua atenção para o chuveiro, ajustando rapidamente a temperatura até que a água finalmente saiu morna.
— Pronto — disse ele, secamente, desligando o chuveiro.
— Obrigada. Pode ir agora.
Mas ele não se moveu imediatamente. Seus olhos encontraram os meus, e por um momento, havia algo ali—algo que ele estava claramente tentando controlar.
— Vou logo, antes que eu faça besteira.
Sem dizer mais nada, ele saiu do banheiro apressado, fechando a porta atrás de si.
Sozinha novamente, me sentei na cama, ainda tentando processar o que havia acontecido. Isaac não era o tipo de homem que se deixava abalar facilmente, mas naquele momento, parecia que ele estava tão desconfortável quanto eu.
Eu não sabia o que pensar. Por um lado, a ideia de que ele havia notado… aquilo era embaraçosa. Por outro, havia algo estranhamente satisfatório em saber que ele não era tão inabalável quanto gostava de fingir.
Enquanto terminava de torcer a camisa, não pude evitar sorrir.
Talvez lidar com Isaac Castellani não fosse tão insuportável assim.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Marcia Patette
Kkkkkkkk ela tá só cutucando ele kkkkkkk.Agora ele não vai dormir pensando nela com a camisa molhada kkkkkkk
2025-04-12
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Anonyamor
Cutucando a onça com vara curta e ficaram perturbados com a situação kkkkkk
2025-03-22
0
Deisy Ribas
ela tem que deixar ele doido de ciúmes pra perceber que gosta dela
2025-03-13
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