... Aylme...
O som dos flashes e das vozes exaltadas encheu meus ouvidos assim que olhei pela janela do meu apartamento. Paparazzi e repórteres estavam amontoados na frente do prédio, gritando perguntas e tirando fotos como se eu fosse uma celebridade.
" Senhorita! Quem é você na vida de Isaac Castellani? Quando o relacionamento começou? Vai casar com ele?
Minha respiração ficou pesada enquanto me afastava da janela. Como isso havia acontecido tão rápido? Na noite anterior, Isaac veio até aqui, me pressionou por uma resposta, e agora minha vida estava de pernas para o ar. Ele havia planejado tudo, claro. Só podia ter sido ele.
Peguei o celular e chequei novamente a mensagem que enviei na noite passada.
Podemos conversar?
Isaac visualizou, mas não respondeu. Era como um jogo de poder que ele estava jogando, e eu era apenas mais uma peça nesse maldito jogo que ele inventou.
Enviei mais mensagens ao longo da manhã, tentando entender o que estava acontecendo.
“Isaac, você viu o que está acontecendo?” “Me ligue, por favor.” “Eu mereço uma explicação.”
Nada. Ele sequer abriu as mensagens.
Minha paciência, que já era curta, se esgotou. Caminhei até meu quarto, vesti uma roupa casual, peguei minha bolsa, celular e sai do apartamento.
Quando desci, a confusão ficou ainda mais intensa. Repórteres e fotógrafos começaram a correr em minha direção, disparando perguntas que eu não queria ouvir.
Senhorita! Você e Isaac Castellani estão noivos? O que pode nos dizer sobre o relacionamento? Como vocês se conheceram?
Mantive o rosto baixo e ignorei cada palavra. Assim que o táxi chegou, me joguei no banco de trás e dei o endereço da Castellani Enterprises.
O motorista olhou pelo retrovisor, curioso, mas não fez perguntas. Graças a Deus.
O trajeto até a empresa foi rápido, mas cada segundo parecia uma eternidade. Minha mente fervilhava de raiva e confusão. Isaac usou aquela foto para criar uma narrativa na mídia sem sequer me consultar. Ele plantou uma bomba e a deixou explodir na minha vida sem aviso.
Quando o táxi parou em frente ao prédio imponente de vidro e aço, outra multidão de jornalistas estava esperando. Gritei para o motorista acelerar, mas ele já tinha parado, e não havia mais como escapar.
— Isso vai ser divertido — murmurei, mais para mim mesma do que para qualquer outra pessoa.
Paguei o táxi, desci do carro e corri em direção à entrada, ignorando os flashes e as perguntas que me cercavam.
Assim que entrei no saguão, o segurança tentou me barrar, mas não parei.
— Isaac Castellani está esperando por mim — soltei, sem olhar para trás. Dito isso, ele me deixou passar.
Peguei o elevador e apertei o botão do andar onde ficava a sala dele. Cada andar que o elevador subia parecia uma preparação para uma batalha.
Quando finalmente cheguei ao escritório, abri a porta sem bater. Isaac estava sentado calmamente atrás de uma mesa de madeira imponente, mexendo em seu notebook como se o caos lá fora não existisse.
Ele levantou os olhos, arqueando uma sobrancelha com um leve sorriso nos lábios.
— Aylme, que surpresa.
— Surpresa? — perguntei, com a voz carregada de raiva. — Você sabia exatamente que eu viria aqui!
Joguei minha bolsa na cadeira mais próxima e avancei para frente da mesa dele.
— O que você fez, caramba?
Ele fechou o notebook lentamente, como se estivesse calculando cada movimento meu.
— O que fiz foi exatamente o que precisava ser feito. Agora, todos estão falando sobre nós. Isso cria a narrativa perfeita para o que propus. Você veio até mim, como deveria ser. E demorou uma semana, caracas — ele riu.
— Você está brincando comigo? — gritei, sentindo meu rosto esquentar de indignação. — Você jogou a mídia em cima de mim sem nem me avisar!
— Avisar teria mudado alguma coisa? — Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa. — Você já está no jogo, Aylme. Só estou acelerando o processo, que você atrasou por semanas.
Meu corpo tremeu de raiva.
— Você é um manipulador arrogante, sabe disso? Cretino, que só pensa em você mesmo. — Disparei.
Ele se levantou, apoiando suas mãos sobre a mesa com um sorriso nos lábios. Parece que ele estava se divertindo, enquanto eu me afogava em minha própria raiva.
Antes que eu pudesse pensar melhor, minha mão se levantou e desceu com força contra o rosto dele. O som do tapa ecoou pela sala.
Isaac congelou por um segundo, e então, como uma tempestade silenciosa, ele caminhou até mim. Seus olhos, que costumavam ser frios e calculistas, agora estavam brilhando com divertimento.
— Eu não gosto de levar bofetadas, Aylme — disse ele com a voz baixa, mas carregada de fúria. — Saiba disso logo, antes de nos casarmos.
Antes que eu pudesse reagir, ele me agarrou pelos pulsos, prendendo-os em um aperto firme, e me empurrou contra a mesa. Sua força era controlada, mas impossível de ignorar.
— Me solta! — protestei, tentando me livrar, mas ele apenas se inclinou mais perto.
— Você acha que pode vir aqui, me desafiar, e depois me bater? — Sua voz era um sussurro cortante, e seus olhos estavam fixos nos meus. — Se tem algo que precisa aprender, é que eu sempre tenho o controle. Então, sem ataque de histeria.
— Controle? — cuspi de volta. — Você acha que isso é controle? Manipular a mídia, jogar minha vida no caos? Isso não é controle, Isaac. Isso é abuso de poder. Você é doente ou o quê?
Por um momento, ficamos em silêncio, ofegantes. Ele ainda segurava meus pulsos, e eu podia sentir a tensão entre nós, como uma corda prestes a se partir. Seus lábios estavam próximos aos meus, próximos o suficiente para eu sentir sua respiração pesada. Seus olhos, antes cravados aos meus, desceram para meus lábios.
Finalmente, ele me soltou, e limpou a garganta.
— Não se engane, querida. O que fiz foi necessário. E você sabia, desde o início, que esse acordo exigiria sacrifícios de um de nós dois. E se você tivesse aceitado logo, seria da mesma forma, você sairia nos jornais, não há como evitar. Só me agradeça por fazer isso acontecer antes do tempo.
Me endireitei, massageando os pulsos.
— Você acha que pode manipular tudo. Mas eu não sou uma das suas marionetes.
Ele deu um passo para trás, ajustando o terno como se nada tivesse acontecido.
— Então prove. Aceite o acordo. Mostre que pode jogar no mesmo nível que eu, ou você é fraca o suficiente para sair por aquela porta e desistir de lutar comigo?
Eu o encarei por um longo momento, sentindo minha raiva se transformar em algo mais focado. Ele pegou o contrato e colocou sobre a mesa com uma caneta.
— Você pode ter começado esse jogo. Mas não subestime o quanto posso complicá-lo. — Falei, pegando a caneta e assinando de uma vez. — Se era isso que queria, toma. — joguei o papel e a canela nele. Peguei a minha bolsa para finalmente sair dali.
— Cuidarei de tudo, amor. — provocou.
Olhei para ele bufando de raiva, e com isso, saí da sala, sem olhar para trás.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Flor
Autora você me surpreendeu, sua escrita é limpa e objetiva, gosto de como a história tá se desenrolando, tá de parabéns /Heart//Smile/
2025-03-17
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Cleidilene Silva
estou me divertindo com esses dois daqui uns tempo vai ser um tira põe,vai ser maravilhoso 😃😃
2025-03-13
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Ameles
pensei o mesmo, como assina sem ler sem colocar cláusulas de benefício pra ela e segurança
2025-03-29
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