...Isaac Castellani...
— Mude de rota, Mário. Vamos até a Rua Clemente, 208 — ordenei, sem tirar os olhos do celular.
O motorista não hesitou. Com um leve movimento do volante, o carro fez a curva e seguiu para o endereço de Aylme. O nome dela estava preso na minha cabeça nos últimos dias, como um enigma que eu precisava resolver. Ela era a peça que faltava no meu plano, e, se queria que isso funcionasse, não podia esperar que ela tomasse a iniciativa.
O carro deslizou suavemente pela noite úmida, os faróis refletindo nas ruas ainda molhadas pela chuva da tarde. Enquanto Mário dirigia, digitei uma mensagem rápida para Ramon, meu braço direito e fiel confidente na Castellani Enterprises.
— Preciso de você em ação. Precisaremos de fotos minhas com Aylme. Algo que pareça casual, mas convincente.
A resposta veio em segundos.
— Já tenho um plano. Me avise quando ela estiver com você.
Respirei fundo e guardei o celular. Ramon era confiável, eficiente e, acima de tudo, sabia exatamente o que eu precisava, muitas vezes antes mesmo de eu pedir. Ele cuidaria dos detalhes.
Quando o carro estacionou em frente ao prédio modesto de Aylme, fiquei sentado por um momento, observando as luzes acesas em uma das janelas. Ela estava lá. Eu sabia disso porque Ramon havia confirmado, e porque, de alguma forma, eu conseguia sentir.
— Espere aqui, Mário. Não vou demorar — disse, saindo do carro e fechando a porta atrás de mim.
O prédio era antigo, mas bem conservado. Subi os poucos degraus até a entrada e toquei a campainha. Esperei, ajustando meu casaco contra o vento frio da noite. Quando finalmente ouvi passos do outro lado da porta, minha paciência já estava no limite.
A porta se abriu, e lá estava ela.
Aylme parecia surpresa, mas não completamente chocada. Seus olhos, grandes e expressivos, me encararam com uma mistura de curiosidade e irritação. Ela estava vestindo uma calça de moletom e uma camiseta simples, e, mesmo assim, havia algo na sua presença que chamava a atenção.
— Isaac? O que você está fazendo aqui?
— Não sou do tipo que gosta de esperar indefinidamente por respostas, Aylme — disse, direto ao ponto. — Precisamos conversar.
Ela cruzou os braços, claramente tentando se proteger do impacto da minha presença inesperada.
— Achei que minha falta de resposta já fosse suficiente.
— Não. Não foi — retruquei, deixando minha voz firme. — Posso entrar?
Ela hesitou por um momento, mas deu um passo para o lado, abrindo espaço para que eu passasse.
O apartamento era pequeno, mas aconchegante. Algumas fotos antigas estavam espalhadas pelas prateleiras, e o aroma de café fresco preenchia o ar. Era um ambiente que contrastava completamente com o meu mundo de luxo e frieza corporativa.
— Isaac, eu ainda não decidi — ela começou, fechando a porta atrás de mim. — Isso é muito para processar.
— Entendo que você precise de tempo, mas meu prazo está acabando, e precisamos resolver isso agora.
Ela me encarou, claramente frustrada.
— Você está pedindo algo enorme, Isaac. Não é só assinar um contrato e fingir que estamos casados. Isso mudará minha vida, completamente.
— Eu sei. E estou disposto a compensar você por isso, mais do que generosamente. Você sabe que pode confiar no que ofereço.
Ela deu uma risada amarga.
— Confiar? Eu mal te conheço.
Toquei o ponto mais delicado da conversa.
— Então vamos nos conhecer melhor. Aceite minha proposta, e eu garanto que tudo será feito sob os seus termos, não apenas os meus.
Ela balançou a cabeça, claramente dividida.
— E se der errado?
— Não vai dar errado, porque eu não permito erros.
Antes que ela pudesse responder, meu celular vibrou no bolso. Era uma mensagem de Ramon.
— Estou posicionado do lado de fora. Quando você sair com ela, faremos o registro.
Ignorei o celular por um momento e voltei minha atenção para Aylme.
— Preciso que você confie em mim, Aylme. Isso não é apenas um acordo para mim. É a única forma de resolver algo que pode mudar minha vida, assim como pode mudar a sua.
Ela ficou em silêncio, claramente pensando em tudo que eu havia dito. Finalmente, suspirou.
— Preciso de tempo, Isaac.
— Não temos muito tempo — retruquei, minha paciência começando a se esgotar. — você passou uma semana só para pensar em algo tão simples, e ainda me pedi tempo?
Decidi mudar de tática. Levantei-me e fui até a porta, como se estivesse indo embora. Parei na porta, me escorando em um braço só, enquanto meu rosto estava a poucos centímetros dela. Ela parece uma garota com 1,56 de altura na minha frente, já que tenho 1,86.
— Vou te dar mais alguns dias, mas depois disso, preciso de uma resposta. Eu não vim até aqui por impulso, Aylme. Você é a pessoa certa para isso, e sabe disso tanto quanto eu. — Levantei o seu queixo com a ponta do dedo, fazendo ela olhar em meus olhos.
Quando saí, Ramon estava do outro lado da rua, me esperando. Fiz um sinal discreto para ele enquanto caminhava em direção ao carro.
— Pegou o que precisava? — perguntei, assim que entrei no carro e fechei a porta.
Ramon acenou com a cabeça.
— Algumas boas fotos. O suficiente para parecerem naturais. Ainda mais aquela que o senhor levanta o queixo dela para olhá-lo. Ficou perfeita.
— Ótimo. Quero que elas sejam enviadas para os contatos certos. Nada muito chamativo, apenas o suficiente para plantar a ideia de que algo está acontecendo.
— Feito.
Enquanto o carro começava a se mover, olhei pela janela, para o prédio onde Aylme ainda estava. Ela era forte, mas estava sendo colocada contra a parede. Eu sabia que a decisão final seria dela, mas, de uma forma ou de outra, eu conseguiria o que precisava.
Porque, no meu mundo, desistir não era uma opção. E quando quero algo, eu consigo, custe o que custar.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Graça Barbosa
eita seu esperto já vai começar a conquistar sua futura esposa kkkkkkkk
2025-01-27
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Magna Figueiredo
Acho q essas fotos são pra já ir criando um enredo q estão juntos pro avô dele...pq se ele aparecer do nada casado, o avô logo vai sacar q é um plano...e uma foto ou outra deles juntos aparecendo na mídia, já dá o tom de um romance /CoolGuy//CoolGuy//CoolGuy//CoolGuy//CoolGuy//Applaud//Applaud//Applaud/
2025-03-30
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Marcia Patette
Eita lasqueira a coitada vai acordar com jornalistas na porta e assim vai ser obrigada aceitar a proposta
2025-04-12
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