Capítulo 13

P.o.v -Luriel

Sua mão tocava meu rosto, enquanto o outro braço envolvia meu ombro. Retribuí o beijo, segurando sua nuca, sentindo a tensão do momento. Ele mordeu meus lábios, e eu me encostei na porta, fazendo o mesmo. Minha mão deslizou até seus cabelos, puxando-os levemente.

Quando seus lábios desceram para o meu pescoço, fechei os olhos, ofegante e excitado, deixando-me levar pela sensação. Mas, de repente, ele parou, ofegante.

— É... Melhor a gente... parar por aqui... — ele disse, a voz entrecortada.

Toquei seu rosto, tentando entender.

— Por quê?

— É... Que você bebeu... — ele respondeu, meio sem jeito.

Suspirei, tentando não pressioná-lo.

— Tá bom, melhor não forçar.

— Sim... — ele murmurou, afastando-se um pouco, visivelmente desconfortável.

Olhei para ele, sentindo que havia algo mais.

— Você parece estar escondendo alguma coisa.

Sorri levemente e me preparei para ir embora, mas ele segurou meu braço.

— Você já vai?

Encarei-o, tentando decifrar suas intenções.

— Ué, você falou que era melhor a gente parar porque eu bebi. Não quero te atrapalhar.

— A... — ele soltou meu braço, envergonhado. — Boa noite... Até...

— Não sei por que, mas senti algo diferente hoje — comentei antes de me retirar para o meu quarto.

***

Na manhã seguinte, entrei no refeitório, peguei meu café e avistei João sentado sozinho, com um abafador de ruídos nos ouvidos. A imagem dele mais jovem, usando um abafador na minha festa, surgiu na minha mente. Sentei-me ao lado dele, observando-o por um momento antes de ele perceber minha presença e tirar o abafador.

— Oi... Bom dia — ele disse, guardando o abafador.

— Bom dia, chefe. Tem algo te incomodando hoje? — perguntei, curioso.

— Como assim?

— O senhor estava usando o abafador, e sempre que alguém usa o abafador, é porque tem algo incomodando.

Ele sorriu levemente.

— Não precisa ser formal comigo... e estava usando porque bebi ontem e acordei com dor de cabeça.

Assenti, respeitando seu espaço.

— Entendi... Estou sendo formal porque você é o meu chefe.

— E eu estou falando que você não precisa ser. Eu nem sou um senhor, tenho 18 anos... você é mais velho que eu, sabia?

— Estou ciente disso. Não vou chamar mais de senhor.

Ele ofereceu seu café.

— Você quer? Eu comprei fora...

— Quero não, estou bem com esse aqui, obrigado.

João ficou em silêncio por um momento, depois falou:

— Sobre ontem, foi mal te beijar daquele jeito.

Colocou o café de volta na mesa.

— Não precisa pedir desculpas. Eu... meio que senti algo que nunca tinha sentido... Mas não foi ruim.

Ele me olhou surpreso.

— Então você curtiu?

Cocei a cabeça, refletindo.

— É, acho que sim.

— Que bom — ele murmurou, olhando para a minha mão sobre a mesa.

— Você é bem atencioso comigo, né? — perguntei, tentando entender sua gentileza.

— Como assim?

— Sempre prestando atenção no que eu faço e até em mim mesmo.

Ele desviou o olhar, meio sem jeito.

— Só quero ser um chefe legal.

Mirela e Júlio chegaram, trazendo uma nova energia ao ambiente.

— Oi, gente, bom dia — disse Mirela.

— Bom dia — Júlio cumprimentou.

— Bom dia — João respondeu, educadamente.

— Bom dia, pessoal. Tudo bem? — perguntei.

— Tudo bem — Mirela e Júlio responderam em uníssono.

João ofereceu um convite.

— Podem sentar se quiserem.

Mirela puxou Júlio para o lado.

— Vem, Luriel, senta do meu lado. Deixa o Júlio sentar do lado do João.

Neguei com a cabeça.

— Estou bem aqui. Estou meio cansado pra sair daqui.

— Para de brincadeira, Luriel — ela insistiu, rindo forçadamente.

— Não vou levantar — falei sério.

Júlio deu de ombros e sentou-se ao lado dela.

— Tudo bem, eu sento aqui.

João terminou seu café, levantando-se.

— Bem... Eu vou indo trabalhar... até depois.

Antes de sair, colocou uma fatia de bolo à minha frente e foi embora para sua sala.

— Pode ficar pra você...

Peguei o bolo e dei uma mordida, saboreando.

— Hummm, que bolo delicioso.

— Como você é maldoso, Luriel — Júlio comentou.

— Concordo... — Mirela acrescentou.

Dei de ombros.

— Não posso fazer nada. Ele deixou pra mim.

Júlio me lançou um olhar repreensivo.

— E você é um amigo da onça, hein? Sabendo que eu tenho crush no João, nem deixou eu sentar ao lado dele.

Sorri, divertido.

— Fica triste não. Você não faz o tipo dele, só você que não percebeu ainda.

— Mas eu posso conseguir ele, tá bom?! — Júlio insistiu.

— Pode tentar, mas fique sabendo que vai falhar.

Mirela entrou na conversa.

— E você, Luriel, faz o tipo dele?

— Acho que não, mas não fico correndo atrás de quem não me dá atenção.

— Ah, fica quieto — Júlio retrucou, irritado.

— Fica na sua, boneca — provoquei, rindo.

Júlio me mostrou o dedo do meio, e eu apenas ri.

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