Capítulo 2

P.o.v -Luriel

***12 Anos Depois***

A vida dá voltas estranhas, e eu, Luriel, estava prestes a começar a minha em um caminho que jamais imaginei. Naquela manhã, no meu apartamento, eu me arrumava para uma entrevista que poderia mudar tudo.

— Como você ficou sabendo que o dono da maior máfia da cidade está precisando de segurança? — perguntei para Mirela, enquanto ajustava a gravata.

Ela estava sentada no sofá, verificando o celular, com aquele ar despreocupado que só ela tinha.

— Eu trabalho por lá, né? — disse, sem levantar os olhos. — E sua entrevista é hoje.

— Sei bem o seu trabalho... — comentei, rindo de leve. — Por isso estou indo bem arrumado. Vai que não seja um homem.

Ela revirou os olhos, divertida.

— Não é mulher, é homem. Disso eu tenho certeza. — Ela riu, mas eu não resisti à provocação.

— Pô, se fosse, já ia mostrar as minhas táticas pra ela.

Mirela riu alto dessa vez. Sempre me divertia com essas trocas de farpas entre nós dois. Quando terminei de me arrumar, fomos para o carro.

No caminho, ela me deu as últimas instruções:

— Quando chegar lá, diz que veio por indicação. Eles adoram saber que alguém confiável mandou você.

— Eu sei o que vou falar, Mirela. Relaxa. Agora você já pode ir trabalhar, deixa o resto comigo.

Chegamos ao clube da máfia, um prédio imponente que exalava poder. Na recepção, fui atendido por um cara bem apresentável, que se apresentou como Júlio.

— Bom dia, como posso ajudar? — ele perguntou com profissionalismo.

— Bom dia. Fui indicado para uma entrevista que vai acontecer hoje.

Ele fez um gesto educado, apontando para o elevador ao lado.

— Segundo andar, sala 21.

Agradeci e entrei no elevador. Assim que as portas começaram a se fechar, alguém as segurou. Era um rapaz com uma caneca de café na mão. Ele entrou calmamente, quase ignorando minha presença.

— Bom dia, senhor — cumprimentei, tentando ser educado.

Ele respondeu sem sequer olhar para mim.

— Bom dia.

O jeito casual dele me fez franzir a testa. Ele parecia... diferente. Não no jeito de se vestir ou falar, mas na forma como parecia desconectado do mundo à sua volta.

— Veio para a entrevista? — perguntei, tentando puxar conversa.

Ele me olhou rápido, quase por reflexo, antes de desviar o olhar de novo.

— Não. E você?

— Sim. Vim por indicação. — Minha resposta foi firme, mas ele parecia pouco interessado.

Tomou um gole de seu café antes de dizer:

— Para segurança?

— Sim — confirmei.

Ele me encarou por um breve momento e, para minha surpresa, estendeu a caneca para mim.

— Pega, toma um pouco.

Fiquei confuso. Quem oferece café para um estranho no elevador?

— Já tomei antes de vir. Muito obrigado. — Tentei ser educado, mas ele arqueou as sobrancelhas como se soubesse algo que eu não sabia.

— Não parece que tomou. Pode ficar.

O elevador parou no segundo andar. Ele saiu primeiro deixando a caneca na minha mão, caminhando com a tranquilidade de quem já sabia exatamente onde estava.

— Boa sorte na entrevista — disse ele, ainda sem olhar para trás.

— Obrigado — respondi, observando enquanto ele seguia para a última sala do corredor.

Entrei na sala 21 e esperei ser chamado. O tempo parecia arrastar enquanto eu tomava o café devagar, mas finalmente alguém apareceu, um homem com a postura rígida e olhar atento.

— Luriel?

Levantei-me, ajeitando a gravata.

— Sim, senhor. Sou eu.

Era a hora de provar meu valor, sem saber que aquele rapaz no elevador já tinha mais a ver com meu futuro do que eu poderia imaginar.

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