P.o.v -João
O silêncio pairava por um momento, enquanto eu observava o rosto de Luriel, curioso com sua resposta.
— E você está satisfeito com isso? — perguntei, referindo-me ao salário.
Ele deu de ombros, mas respondeu com firmeza:
— Por enquanto sim, mas sempre busco correr atrás de mais.
Assenti, sem desviar o olhar.
— Entendi.
Entramos no restaurante, e eu me dirigi à mesa que havia reservado previamente. Sentei-me, enquanto Luriel hesitou, escolhendo uma mesa ao lado.
— Senta aqui — falei, apontando para a cadeira à minha frente. — Fiz reserva para nós dois nessa mesa.
Ele levantou-se devagar, como se ainda estivesse desconfortável com a ideia.
— É que tem chefes que não gostam que os funcionários sentem na mesma mesa — murmurou, antes de se acomodar à minha frente.
Sorri de leve.
— Eu sei... mas eu não sou assim.
Ele retribuiu o sorriso, um pouco mais relaxado desta vez.
— Percebi isso. Você é um chefe, gente boa.
Enquanto esperávamos o garçom, decidi puxar conversa.
— Descobri que você mora em uma casa mais simples com seu pai. Pensa em se mudar agora que está trabalhando?
— Penso sim, mas primeiro quero deixar meu pai em uma situação confortável.
— Entendi... — Fiz uma pausa antes de continuar, um pouco provocativo. — Não pensa em se casar com alguém de classe econômica alta? Tipo, filha de algum prefeito ou governador?
Ele riu, balançando a cabeça.
— Não gosto muito de me envolver com esse tipo de pessoa. Prefiro alguém tipo máfia.
O garçom chegou à nossa mesa, interrompendo a conversa.
— Boa tarde, senhores. O que vão pedir?
— Vou querer macarrão ao molho branco e um suco natural de morango — respondi, sem pensar muito.
— O mesmo para mim, mas o suco de abacaxi, por favor — disse Luriel.
O garçom anotou os pedidos e se retirou educadamente. Assim que ele saiu, Luriel retomou a conversa.
— E seus pais?
Levantei a sobrancelha.
— O que tem meus pais?
— Você tem um bom convívio com eles?
Suspirei, sem entrar em muitos detalhes.
— Antes tinha mais.
Ele assentiu, parecendo ponderar a resposta.
— O que fez o senhor me contratar?
— Carlos falou que seu currículo é bom. E gostei quando me defendeu no refeitório. Você pôs em prática para que veio.
Ele sorriu, um pouco orgulhoso.
— Sou uma pessoa bem proativa e não gosto de ver injustiça com ninguém.
— Eu notei.
— Também não gosto de pessoas que se acham melhores do que os outros — completou ele, com seriedade.
— Eu entendo... também não gosto.
Ele inclinou-se levemente, me observando com atenção.
— Andei percebendo que o senhor é bonzinho, mas gosta de observar.
Dei uma risada breve.
— Sim, eu observo as pessoas.
— O senhor é uma pessoa observadora, interessante.
— Talvez...
Nessa hora, a comida chegou, encerrando nossa conversa por enquanto.
***
Horas mais tarde, no escritório
Folheava alguns papéis, mas algo não parecia certo. Faltava uma boa quantia nas contas da máfia. Mandei chamar Thiago, e ele entrou com um ar presunçoso que só piorava minha irritação.
— O que você quer, hein? — disparou, já na defensiva.
— O que fez com tanto dinheiro? Pensou que eu não ia perceber?
Ele deu um passo à frente, a expressão endurecida.
— Está me acusando de roubo?!
Levantei, encarando-o de frente.
— Quero saber o que fez.
— Você é ousado, né, seu filho da puta!!! — retrucou ele, avançando e me segurando pelo pescoço com força. — Está se achando porque tem maior parte dessa merda, né? Mas e se você morrer? Eu faria um favor, porque não sou o único que quer te matar.
Minha mão voou para o pulso dele, tentando me soltar.
— Solta... — murmurei, minha voz saindo fraca.
Thiago finalmente me soltou, empurrando-me de forma brusca e rindo como se tivesse vencido.
— Calminho, João.
Tossi, tocando meu pescoço, ofegante. Antes que pudesse reagir, a porta se abriu e Luriel entrou, com uma expressão tensa.
— Está tudo bem, senhor João? — perguntou, ignorando Thiago.
— Ele está bem! — gritou Thiago, tentando disfarçar. — Né, João?
Minha mão disparou no rosto dele, um tapa que ecoou pela sala.
Thiago levou a mão ao rosto, furioso.
— Bastardo de merda!
Luriel riu, debochado.
— O bastardo aqui é você, pelo que eu sei.
Thiago rosnou, apontando para mim.
— Conversamos logo mais, João. A sós.
Saiu batendo a porta com força.
Luriel se aproximou, a expressão mais séria agora.
— Parece que ele quer te matar pelo jeito que te trata.
Olhei para ele, ainda tentando me recompor.
— Onde você estava?
— Estava passando aqui na frente da sala quando escutei a voz do Thiago.
Assenti, firme.
— Não o quero por perto da minha sala. Cuide disso. Pode sair.
Ele abriu um sorriso maldoso.
— Pode deixar, chefe.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Mika_Scorpious
eu amo suco de abacaxi /Kiss/, e de limão/Proud/, de salada de frutas/Hey/, de uva/Casual/, de maracujá/Chuckle/, de laranja/Smirk/, de guaraná/Sneer/, e de tangerina/Smile/, o de morango faz tempo que eu não tomo então não lembro o gosto /Shy/
2025-03-09
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Mika_Scorpious
eu acho, só acho, que ele gosta de morangos /Sneer//Ok/🍓🍓
2025-03-09
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