P.o.v -Luriel
Assim que Thiago chegou ao refeitório com seu jeito espalhafatoso, não consegui disfarçar minha antipatia imediata.
— E aí, pessoal! — disse ele com uma energia que parecia mais forçada do que natural.
Notei que João continuava sentado, indiferente à presença do homem, enquanto todos os outros se levantavam. Eu, hesitante, acompanhei o gesto coletivo, mas já não simpatizava com Thiago.
Ele se aproximou de João, que continuava comendo sem dar qualquer atenção.
— E aí, João! — insistiu Thiago, se sentando perto dele. — Não fala não?
João revirou os olhos, irritado.
— Não, não enche o saco — respondeu seco.
Thiago deu um tapa na mesa, e o som ecoou pelo refeitório, chamando a atenção de todos.
João ergueu os olhos, irritado, enquanto eu sussurrei para Mirela:
— Quem é o babaca?
— Thiago, o sócio... — respondeu ela com um tom tenso.
— E ele sempre tratou o dono assim na frente de vocês?
— Não, ele deve estar chapado.
Thiago percebeu meu olhar fixo e, como esperado, decidiu fazer cena. Levantou-se e caminhou em minha direção com passos pesados.
— Quem é você? Tá olhando com essa cara por quê? — perguntou com agressividade.
Eu sorri, debochado.
— Por que quer saber? Sou alguém que, com o tempo, você vai saber quem sou.
— Responde, porra!
Antes que eu pudesse responder, João se levantou.
— Thiago, cai fora ou quer que eu mande te colocarem pra fora à força?!
Thiago parecia se inflar ainda mais.
— Como é? Vai me expulsar? — desafiou, caminhando até João novamente.
Foi quando decidi agir. Levantei-me calmamente, segurei o nervo do ombro de Thiago, fazendo-o se abaixar com a dor, e disse:
— Você não é ninguém aqui dentro além de um sócio.
Thiago gritou, tentando resistir.
— Me solta, porra! Você não sabe com quem está mexendo!
— O que foi? O machão virou mocinha agora? — retruquei, mantendo-o pressionado.
João fez um sinal para que eu soltasse.
— Está bem, chefe. — Larguei o ombro de Thiago, que me lançou um olhar furioso, mas manteve-se quieto.
— Levem ele pra fora — ordenou João aos capangas, que logo o arrastaram para longe.
Voltei ao meu lugar e continuei comendo como se nada tivesse acontecido.
— O que deu em você? — Mirela sussurrou, espantada.
— Ué, só fiz o meu trabalho — respondi com indiferença.
**Mais tarde**
Subi novamente para a sala do diretor Carlos, ansioso para saber o resultado da entrevista. Assim que entrei, ele sorriu para mim.
— Luriel... você passou na seleção. Começa ainda hoje.
Meu rosto se iluminou com a notícia.
— Sério?
— Sim. O uniforme e a chave do carro estão na sala 20, neste mesmo andar.
— Entendido. — Sorri, saindo com uma sensação de vitória.
Fui até a sala 20, peguei meu uniforme e a chave da Mercedes, admirando a precisão e o luxo do que agora seria parte do meu trabalho. Ao me virar para sair, dei de cara com João, que estava parado na porta, me observando em silêncio.
— Oi, chefe. Como posso ajudar? — perguntei, surpreso.
Ele ficou calado por alguns instantes antes de responder com uma voz baixa, quase desinteressada:
— Nada.
— O diretor Carlos falou que eu já posso começar hoje como seu segurança particular.
João assentiu ligeiramente.
— Eu sei. Quando eu precisar, eu te chamo.
E, sem esperar resposta, ele se virou e caminhou de volta para sua sala, deixando-me intrigado.
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Atualizado até capítulo 41
Comments
Aniinha Souza
cada vez mais interessante tô amando /Smirk//Heart/
2025-03-17
1
Liam
manoooooo, ameiiiioiiiiihhte6cvj
2025-03-07
1