Capítulo 4

P.o.v -Luriel

Assim que Thiago chegou ao refeitório com seu jeito espalhafatoso, não consegui disfarçar minha antipatia imediata.

— E aí, pessoal! — disse ele com uma energia que parecia mais forçada do que natural.

Notei que João continuava sentado, indiferente à presença do homem, enquanto todos os outros se levantavam. Eu, hesitante, acompanhei o gesto coletivo, mas já não simpatizava com Thiago.

Ele se aproximou de João, que continuava comendo sem dar qualquer atenção.

— E aí, João! — insistiu Thiago, se sentando perto dele. — Não fala não?

João revirou os olhos, irritado.

— Não, não enche o saco — respondeu seco.

Thiago deu um tapa na mesa, e o som ecoou pelo refeitório, chamando a atenção de todos.

João ergueu os olhos, irritado, enquanto eu sussurrei para Mirela:

— Quem é o babaca?

— Thiago, o sócio... — respondeu ela com um tom tenso.

— E ele sempre tratou o dono assim na frente de vocês?

— Não, ele deve estar chapado.

Thiago percebeu meu olhar fixo e, como esperado, decidiu fazer cena. Levantou-se e caminhou em minha direção com passos pesados.

— Quem é você? Tá olhando com essa cara por quê? — perguntou com agressividade.

Eu sorri, debochado.

— Por que quer saber? Sou alguém que, com o tempo, você vai saber quem sou.

— Responde, porra!

Antes que eu pudesse responder, João se levantou.

— Thiago, cai fora ou quer que eu mande te colocarem pra fora à força?!

Thiago parecia se inflar ainda mais.

— Como é? Vai me expulsar? — desafiou, caminhando até João novamente.

Foi quando decidi agir. Levantei-me calmamente, segurei o nervo do ombro de Thiago, fazendo-o se abaixar com a dor, e disse:

— Você não é ninguém aqui dentro além de um sócio.

Thiago gritou, tentando resistir.

— Me solta, porra! Você não sabe com quem está mexendo!

— O que foi? O machão virou mocinha agora? — retruquei, mantendo-o pressionado.

João fez um sinal para que eu soltasse.

— Está bem, chefe. — Larguei o ombro de Thiago, que me lançou um olhar furioso, mas manteve-se quieto.

— Levem ele pra fora — ordenou João aos capangas, que logo o arrastaram para longe.

Voltei ao meu lugar e continuei comendo como se nada tivesse acontecido.

— O que deu em você? — Mirela sussurrou, espantada.

— Ué, só fiz o meu trabalho — respondi com indiferença.

**Mais tarde**

Subi novamente para a sala do diretor Carlos, ansioso para saber o resultado da entrevista. Assim que entrei, ele sorriu para mim.

— Luriel... você passou na seleção. Começa ainda hoje.

Meu rosto se iluminou com a notícia.

— Sério?

— Sim. O uniforme e a chave do carro estão na sala 20, neste mesmo andar.

— Entendido. — Sorri, saindo com uma sensação de vitória.

Fui até a sala 20, peguei meu uniforme e a chave da Mercedes, admirando a precisão e o luxo do que agora seria parte do meu trabalho. Ao me virar para sair, dei de cara com João, que estava parado na porta, me observando em silêncio.

— Oi, chefe. Como posso ajudar? — perguntei, surpreso.

Ele ficou calado por alguns instantes antes de responder com uma voz baixa, quase desinteressada:

— Nada.

— O diretor Carlos falou que eu já posso começar hoje como seu segurança particular.

João assentiu ligeiramente.

— Eu sei. Quando eu precisar, eu te chamo.

E, sem esperar resposta, ele se virou e caminhou de volta para sua sala, deixando-me intrigado.

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Comments

Aniinha Souza

Aniinha Souza

cada vez mais interessante tô amando /Smirk//Heart/

2025-03-17

1

Liam

Liam

manoooooo, ameiiiioiiiiihhte6cvj

2025-03-07

1

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