O cheiro de fumaça ainda pairava no ar enquanto o pequeno grupo se embrenhava nas trilhas pedregosas das rochosas. O caminho secreto que Ferreira havia planejado anos antes, para situações extremas, agora era sua única esperança. Raven liderava o grupo, com a Doutora logo atrás, seguida por Lina e Ferreira, que fechava a formação.
— Continuem andando — Raven ordenou, sua voz grave, mas firme. — Não podemos parar até termos certeza de que estamos fora do alcance deles.
A tensão era palpável. Cada passo parecia ecoar nas pedras, como um lembrete do perigo que ainda os cercava. A destruição da base era uma ferida aberta nos corações de todos.
Enquanto isso, na base em ruínas, Augustin Kroll caminhava entre os escombros. Sua expressão estava carregada de frustração. Ele chutou destroços com força, seu rosto retorcido de irritação.
— Como eles escaparam?! — ele rugiu, virando-se para um dos comandantes.
O comandante, hesitante, respondeu: — Senhor, encontramos rastros que levam para o oeste, mas eles desaparecem nas rochas. Eles tinham um plano de fuga.
Kroll estreitou os olhos. — Um plano? Então subestimamos essa Raven... mas não por muito tempo. Quero drones de busca vasculhando cada centímetro dessas malditas rochosas. Eles não podem estar longe.
Os reforços que ele havia chamado ainda estavam posicionados ao redor da base, vasculhando o terreno e interrogando os poucos prisioneiros que haviam capturado. Kroll sabia que o tempo estava contra ele.
— A doutora é essencial — ele murmurou, mais para si mesmo do que para os outros. — Sem ela, nosso plano não será completo.
Horas depois, o grupo chegou a uma pequena caverna escondida entre as formações rochosas. Era um lugar apertado, mas oferecia abrigo e alguma segurança. Raven foi a primeira a entrar, examinando cada canto com atenção antes de sinalizar para os outros.
— Por enquanto, é o melhor que temos — ela disse, tirando a mochila e se sentando no chão.
A Doutora, exausta, deixou-se cair em um canto, respirando com dificuldade. Lina ajudou Ferreira a fechar a entrada com algumas pedras, criando uma barreira improvisada.
— Estamos seguros? — a Doutora perguntou, olhando para Raven com olhos ansiosos.
— Por enquanto — Ferreira respondeu, sentando-se ao lado dela. — Mas não por muito tempo. Eles vão nos procurar.
Raven ficou em silêncio, seu olhar perdido na escuridão da caverna. A imagem da base destruída e os corpos de seus companheiros ainda dançavam em sua mente. Ela sentia o peso da culpa e da responsabilidade esmagando seus ombros.
— Isso não acabou — ela murmurou, quase para si mesma.
Enquanto o grupo descansava, Lina se aproximou de Raven.
— Como você está? — Lina perguntou, a voz suave, mas preocupada.
Raven balançou a cabeça. — Não importa como eu estou. O que importa é que estamos vivos... por enquanto.
Lina suspirou e olhou para Ferreira, que estava conversando com a Doutora. Ela sabia que o tempo deles juntos era precioso, mas a missão sempre viria em primeiro lugar.
— Você vai superar isso, Raven — Lina disse. — Nós todos vamos.
Raven olhou para ela, mas não respondeu. Em vez disso, ela levantou-se e foi para a entrada da caverna, onde olhou para o horizonte.
De volta à base destruída, Kroll continuava a emitir ordens. Ele agora estava mais determinado do que nunca.
— Mandem equipes de drones para todas as direções. Quero patrulhas armadas cobrindo cada ponto estratégico ao redor. E... — ele sorriu friamente —... preparem o rastreador termal. Vamos encontrá-los, nem que seja o último erro deles.
Seu sorriso desapareceu enquanto ele olhava para o horizonte. Kroll sentia que a resistência estava enfraquecida, mas ainda assim, sabia que subestimar Raven novamente seria um erro fatal.
Na caverna, o grupo se preparava para passar a noite. Ferreira e Lina trabalhavam juntos para acender uma pequena fogueira, enquanto a Doutora verificava as provisões.
Raven ficou em silêncio, observando tudo com um olhar distante. Ela sabia que o tempo estava contra eles, mas, por enquanto, estavam juntos e vivos.
— Vamos descansar. Amanhã, decidimos nossos próximos passos — ela disse, sua voz firme.
O grupo concordou, cada um encontrando um lugar para se acomodar. Lá fora, o deserto parecia mais frio e hostil do que nunca, mas dentro da caverna, havia uma centelha de esperança.
Kroll podia estar caçando-os, mas enquanto Raven respirasse, a resistência não cairia.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Joelma Oliveira
com uma fogueira fica fácil pro rastreador termal... se ven q ele acha o calor dos corpos mesmo entao pq passar frio
2025-01-03
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