A noite descia sobre a base da Resistência, banhando tudo com uma escuridão densa e opressiva. A silhueta dos soldados se espalhava pelo Pátio Central, suas formas agora mais tensas, prestando atenção em cada sombra que se movia. Mas ninguém esperava o que vinha.
Uma figura apareceu no horizonte, caminhando devagar, longe do grupo de soldados que os acompanhava. Seu porte era distinto, imponente, com uma armadura escura que refletia as poucas luzes restantes da base. Ele parou a alguns metros, os olhos fixos na entrada principal.
Raven, que vigiava à distância, reconheceu a presença imediatamente. Os soldados do Império. E não eram como qualquer outra ameaça que já haviam enfrentado.
— Quem é? — Raven murmurou, apertando a arma com mais força.
Lina e os outros soldados, ao seu lado, seguraram as respirações. O silêncio do deserto parecia engrossar, tornando cada som mais audível.
O homem avançou, saindo das sombras como uma figura espectral. Seu rosto era obscuro, mas os olhos, intensos e cortantes, mostravam uma malícia profunda. Ele não usava capacete, revelando um semblante duro e determinado. Aproximou-se com passos lentos, como se estivesse se dirigindo a um inimigo que ele conhecia muito bem.
— Raven — sua voz ecoou no vazio, firme e sem emoção.
Raven respirou fundo, mantendo-se firme, embora cada fibra de seu corpo clamasse por tensão. Ela sabia que não tinha escolha a não ser encarar a ameaça diretamente.
— O que você quer aqui? — ela exigiu, a voz se mantendo firme, mas com uma ponta de desconfiança.
O homem parou a poucos metros dela e olhou para os soldados atrás de Raven. Estavam todos de prontidão, mas mantinham distância, esperando as ordens de Raven.
— Eu sou o comandante dessa unidade do Império — ele começou, gesticulando para os soldados que ficaram para trás. — Vim em nome do meu líder. Ele deseja algo de você, Raven.
Raven franziu o cenho. "Algo de mim?" A sensação de perigo se intensificava.
— E o que seria? — Ela manteve a calma, embora soubesse que não havia resposta fácil.
O comandante do Império se aproximou ainda mais, os olhos não desviando do rosto de Raven. Seu tom era cortante, sem espaço para negociação.
— A doutora Elise — ele afirmou. — Meu líder sabe que você a tem em sua posse. E ele quer que ela seja devolvida em menos de dois dias.
Raven ficou em silêncio por um instante, processando as palavras. Elise... Como eles sabiam?
— Elise está protegida — Raven respondeu com firmeza. — Ela não pertence a vocês.
O comandante do Império estreitou os olhos, sua expressão endurecendo.
— Não temos tempo para negociações — ele continuou. — O líder do Império não aceita recusas. Se a doutora Elise não for entregue em até dois dias, nós a tomaremos à força. E não haverá misericórdia.
Raven sentiu uma onda de raiva se misturar ao medo. A ideia de perder Elise, ou de colocá-la em perigo, era insuportável.
— E se eu não entregá-la? — Raven perguntou, apesar da voz trêmula.
O comandante não respondeu imediatamente. Ele estudou o rosto de Raven, como se estivesse tentando avaliar o quão longe ela estaria disposta a ir para proteger a mulher.
— As consequências serão devastadoras — ele afirmou, por fim. — Não só para você, mas para todos os que estão aqui. O Império não aceita resistência. E se vocês continuarem a se opor, pagarão um preço muito alto.
Raven sentiu o peso daquelas palavras, a ameaça evidente em cada sílaba. Mas, dentro dela, algo se inflamava — uma determinação para nunca ceder.
— Você acha que pode nos forçar? — Raven perguntou, a voz mais firme agora. — Isso não vai acontecer.
O comandante do Império franziu o cenho.
— Eu avisei. Dois dias. Caso contrário, enfrentaremos vocês com todo o nosso poder.
Sem esperar por uma resposta, ele deu as costas a Raven e voltou para os soldados que o aguardavam. Naquele momento, a base da Resistência sentiu-se novamente cercada por um inimigo implacável.
Raven observou o comandante se afastar, a tensão tomando conta de cada um de seus soldados. Mesmo em meio à derrota iminente, Raven não cederia.
Lina aproximou-se dela, sussurrando.
— Eles sabem. Como puderam saber? — A desconfiança era clara em sua voz.
Raven balançou a cabeça, tentando encontrar uma resposta. Mas a verdade era que não havia tempo para perguntas.
— Eles estão em toda parte — Raven murmurou. — E agora sabem que Elise é mais do que apenas uma médica.
Lina apertou os dentes, a raiva substituindo o medo.
— E o que faremos agora? — ela perguntou.
Raven olhou para o horizonte, onde os soldados do Império sumiam na escuridão.
— Vamos nos preparar. — Ela tomou uma decisão que sabia ser arriscada. — Eles podem vir com tudo, mas não entregarão Elise sem luta.
Os soldados ao redor assentiram, mas a tensão em seus olhos dizia que sabiam o quão iminente e perigosa era essa luta. Elise estava escondida, mas agora, mais do que nunca, Raven sabia que mantê-la em segurança não seria suficiente.
Eles precisavam vencer. Para sempre.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Joelma Oliveira
pq os inimigos sempre estão um passo a frente?
2025-01-02
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