O sol estava alto no céu, cobrindo o deserto com sua luz inclemente. Lina dirigia pela estrada de terra, o veículo sacudindo e sacolejando a cada curva. A Doutora estava ao seu lado, segurando as mãos em silêncio, o olhar perdido no horizonte árido. Ambas sabiam que a viagem seria perigosa, mas a tensão aumentava a cada quilômetro percorrido.
— Estamos a salvo por enquanto — murmurou Lina, tentando acalmar a si mesma mais do que à Doutora. — Raven confiou em nós. Precisamos confiar nela também.
Elise, a Doutora, desviou o olhar do deserto e focou em Lina.
— Ela confiou em você, não em mim. Eu sou um alvo. — A voz de Elise era carregada de peso e cansaço. — É por isso que estamos aqui, não é?
Lina a encarou, tentando esconder a preocupação que preenchia seu peito.
— Raven acredita em você, doutora. Mais do que você mesma acredita. E nós precisamos do seu conhecimento.
Elise se manteve em silêncio, mas o clima no carro estava carregado de tensão. Lina apertou o volante e continuou a dirigir, tentando afastar os pensamentos sombrios.
O silêncio foi interrompido por um som distante. Lina ouviu o ronco de motores ao longe e apertou o volante com mais força.
— Escute! — exclamou, apontando para o horizonte atrás delas. — Há algo vindo!
Elise virou a cabeça, seus olhos arregalados ao perceberem os pontos pretos se aproximando rapidamente. Rebeldes. Não eram soldados do Império ou da Resistência, mas homens desolados, sobreviventes errantes que tinham suas próprias razões para perseguir as fugitivas.
— São rebeldes! — gritou Elise. — Eles não nos conhecem, mas nos querem!
Lina apertou o acelerador, tentando ganhar velocidade na estrada de terra. O veículo sacudia violentamente, a poeira levantando-se atrás delas.
— Não temos tempo! — Lina gritou, com os olhos fixos na estrada à frente. — Temos que perder eles!
O som dos tiros começou a ecoar atrás delas. Balas zuniram sobre o carro, a poeira crescendo ao redor. Ás árvores secas e os cactos passaram como borrões ao lado da estrada, enquanto os rebeldes se aproximavam cada vez mais.
Lina lutava para manter o controle do veículo, mas os rebeldes não desistiam. Em seu desespero, eles atiravam, balançando as armas e gritando, determinados a alcançá-las a qualquer custo.
— Vamos para o deserto! — gritou Elise, vendo a única chance de escapar. — Quanto mais longe estivermos da estrada, mais difícil será para eles nos alcançarem.
Lina assentiu, dando uma guinada brusca e desviando do caminho principal. A areia escaldante explodiu sob as rodas enquanto o veículo deslizava para o terreno arenoso do deserto. Os rebeldes seguiram, mas estavam em desvantagem, suas motos e veículos atolando na areia fofa.
— Desça do carro! — gritou Lina, já abrindo a porta e pulando no chão. — Agora, doutora!
Elise fez o mesmo, sua respiração acelerada enquanto elas correndo pelo deserto. A poeira e o calor abrasador estavam insuportáveis, mas o medo os movia.
Os rebeldes, com suas armas batendo contra os corpos, ás perseguiram. Mas Lina e Elise mantiveram a corrida, desviando-se dos cactos e buscando um refúgio.
Lina chegou primeiro ao topo de uma duna íngreme e olhou para trás. Elise veio logo atrás, arfante e ofegante. Os rebeldes continuavam atrás delas, mas a distância começava a se alargar.
— Agora! — gritou Lina, apontando para o vale abaixo. — Temos que descer e continuar correndo!
Elise assentiu, e ambas se lançaram pela duna. O vento rugia em seus ouvidos enquanto a areia ás cobria. Elas caíram e se levantaram, continuando a corrida no deserto quente.
Lina olhou para trás mais uma vez e viu a silhueta dos rebeldes, ainda correndo, mas mais distantes agora. O terreno era difícil para eles, enquanto as duas fugitivas usavam a velocidade e o desespero a seu favor.
Por fim, após longos minutos de fuga, Lina e Elise chegaram a um platô rochoso. De pé, ofegantes e sujas de poeira, olharam ao redor. O deserto se estendia ao redor delas, vasto e interminável.
— Eles desistiram... — murmurou Lina, ainda com a respiração ofegante.
Elise olhou para a frente, seus olhos trêmulos.
— Vamos sobreviver. — Ela firmou a voz. — Por Raven e por todos.
Elas permaneceram em silêncio, contemplando o vasto deserto à frente. Depois de tudo, estavam sãs e salvas.
Ao cair da noite, Lina e Elise avistaram as primeiras luzes da base de resistência. Torres altas, construções rudimentares e as figuras de sobreviventes passaram diante delas.
— Finalmente... — sussurrou Lina, sua voz embargada.
Elise não respondeu, mas caminhou ao lado de Lina enquanto o portão se abria diante delas. E assim, juntas, elas entraram na base de resistência comandada por Ferreira, o velho amigo de Raven.
O destino agora estava em novas mãos, e o caminho à frente era incerto, mas a esperança, ainda que tênue, renascia no horizonte.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Joelma Oliveira
ufa! cheguei a pensar q era o fim delas... haaaja coração!
2025-01-02
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